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POLÍTICA
Manuela D’Avila com Villas Boas: a farsa do PCdoB no combate ao golpe
Juan Chirioca
RIO DE JANEIRO

Na tarde da terça-feira 17 de julho, a pre-candidata do PcdoB à presidência Manuela D’Ávila teve um encontro com o General Villas Boas, um golpista arqui reacionário, para debater “um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, democracia e defesa da soberania nacional”. Com essas palavras o PCdoB avança na trilha à direita, querendo se mostrar como um gestor viável da miséria capitalista, se aliando com os golpistas que justamente atacaram e atacam o trabalho, a democracia e a soberania nacional, entregando todos os grandes recursos à iniciativa privada imperialista.

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Manuela D’Ávila e o PCdoB parecem ter esquecido do golpe institucional em 2016, alias todos os manifestos assinados pelo PCdoB até com empresários e políticos de partidos burgueses, não falam 1 linha sobre o golpe que implementou uma agenda anti trabalhadores, aprovando a reforma trabalhista, a PEC do Teto, a ampliação da terceirização. Esquecem da chantagem deste mesmo General quando ocorreu o julgamento de Lula, não criticam que esta força sem voto esta virando uma "sabatinadora" que todos tem que beijar a mão e "pedir benção" para se candidatar.

Difícil tarefa a de “valorizar o trabalho” de um hipotético governo do PCdoB junto com os golpistas que atacam os direitos dos trabalhadores.

Agora o PCdoB revindica publicamente sentar com golpistas como o General Villas Boas, que implementou a intervenção federal no Rio de Janeiro, intervenção que longe de resolver o problema, aprofundou a crise da violência no Rio. Será que no PCdoB esqueceram das declarações de Villas Boas para influenciar e garantir a prisão arbitrária do Lula ou que declarou que queria garantias para a intervenção federal no Rio não tivesse outra comissão da verdade?. Será que a "democracia" que o PCdoB reivindica no seu projeto de país vai ser conquistado sentando para conversar fraternalmente com os generais do golpismo?

Certamente os revolucionários fundadores do primeiro partido comunista do mundo estariam no mínimo revoltados com a foto da pre-candidata o PcdoB à presidência junto com uma figura tão hostil aos trabalhadores e ao povo pobre. Mas de comunista restou nada de um partido que governa o Maranhão tendo o PSDB (!) de vice. Não é estranho, também, se lembrarmos que desde o 31 de Agosto de 2016 o PCdoB e sua central sindical, a CTB não tem levantado nenhuma batalha séria contra os golpistas e seus ataques aos trabalhadores, nada que não passe por desviar o descontento das massas de trabalhadores pra via eleitoral.

Árdua tarefa espera o PCdoB para convencer os seus aliados golpistas para defender a soberania nacional, sendo estes os principais autores do processo de privatização da Petrobras atualmente em curso.

Manuela D’Ávila busca uma "fraternidade" de projetos com os aliados do imperialismo, evidentemente por aí não se conquistar qualquer mínimo de soberania nacional. Mas não é disso que se trata, afinal tal como o PT o PCdoB se propõe a ser um gestor do capitalismo no país, assina um manifesto "Unidade para Reconstruir o Brasil" (no qual também figuram o PDT de Ciro, o PSB de Márcio França e o PSOL) que diz com todas as letras que é preciso de "responsabilidade fiscal". Em tempos de crise é muito claro o que isso significa: reforma da previdência e cortar gastos sociais para seguir pagando a dívida pública. Nesses termos de ataques aos trabalhadores talvez exista o que convergir com Villas Boas.

Para que as riquezas do país não sejam entregues ao imperialismo além do combate à influência reacionária das Forças Armadas, do judiciário, é preciso avançar num programa de não pagamento da dívida pública, é preciso também acabar com a entrega da Petrobras atualmente em curso, mas que tem privatizações que acontecem desde o governo do PT no qual o PCdoB foi aliado. Os esquemas de corrupção que todos os governos fizeram na Petrobras, não são nada perto do grande roubo que é a privatização da gigante nacional. Para combater a crise no Brasil hoje é preciso lutar para reverter todas as privatizações do petróleo, para que todo o petróleo nacional seja controlado pela própria Petrobras e para que a empresa seja 100% estatal, gerida pelos petroleiros e controlada pelo povo.

D’Ávila tenta se mostrar como alternativa de oposição à agenda dos golpistas de enfrentar as reformas Trabalhista, e a da Previdência. Mas é pura demagogia pois defendem a "responsabilidade fiscal" e o beneplácito do golpista de farda para seu projeto.

Fica evidente como se trata de demagogia, e por mais bizarra e revoltante que seja a foto com Villas Boas, selfies com golpistas não é uma prática nova desse partido. No aniversário do PCdoB, o golpista Rodrigo Maia, articulador da Reforma Trabalhista foi o grande convidado da festa. E Rodrigo Maia se elegeu duas vezes presidente da Câmara para presidiar o andamento de vários ataques à classe trabalhadora com os votos e apoio declarado do PCdoB.

E não é so uma aliança passageira ou só uma formalidade. Trata-se, no entanto, de uma grande aliança nacional. Nas eleições de 2016, foram mais de 500 coligações em todo o país com PMDB, mais de 400 com o PSDB e 78 alianças com o DEM do Rodrigo Maia. Além disso levantou inclusive alianças com outros setores reacionários como o PRB em Osasco partido evangélico com ideias machistas, racistas, e até mesmo com defensores da ditadura militar.

Será que acreditam na reforma do golpismo? No final das contas já vão fazer 2 anos do golpe institucional. 2 anos em que o PCdoB a frente de entidades como a CTB e a UNE poderia ter organizado assembleias em todos os locais de trabalho e estudo que dirige e levantar um plano nacional de luta, efetivo contra o golpe, para reverter a reforma trabalhista e todos os outros ataques. No entanto, nesses 2 anos, Manuela e seu partido preferiram apostar nas trocas de favores e benefícios com os partidos da direita.

Por trás da demagogia de Manuela D’Ávila, com esse projeto país do PCdoB o que nos espera é mais submissão aos interesses imperialistas, mais crise e mais ataques. Sem uma alternativa de independência de classe, um projeto país dos e para os trabalhadores de enfrentamento com os capitalistas e com o imperialismo não existirá nem “valorização do trabalho” nem “soberania nacional”. Sem enfrentar o grande roubo histórico da dívida pública que os governos destinam praticamente metade do orçamento. É preciso acabar com isso para garantir Saúde e Educação para os trabalhadores e a população, levantando também um plano de obras públicas que atenda às necessidades básicas da população em todos os âmbitos da vida. E para isso precisaremos que cada trabalhador e jovem de vanguarda supere e combata a influência de falsos "amigos dos trabalhadores" para construir um partido revolucionário de trabalhadores que seja uma alternativa pela esquerda ao PT e todos conciliadores não só com os imperialistas e com os golpistas mas também com o reacionarismo verde-oliva.

 
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