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INTERVENÇÃO FEDERAL
Estudo mostra o aumento de chacinas desde o início da Intervenção Federal no Rio
Alexandre Azhar

Um levantamento publicado pelo Centro de Estudos da Segurança e Cidadania (Cesec) aponta um aumento no número de chacinas em relação ao ano passado, e chama de “Pífios” os resultados da intervenção federal no Rio.

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Cinco meses após a declaração da intervenção federal no Rio de Janeiro pelo governo de Michel Temer, o Cesec – Centro de Estudos da Segurança e Cidadania, ligado à Universidade Cândido Mendes, publicou um relatório intitulado “Muito tiroteio, pouca inteligência”, onde relata os efeitos nocivos desta escalada na repressão, por parte do governo golpista. Segundo o relatado, houve pouco ou nenhum impacto na quantidade de crimes na cidade, quando comparado ao mesmo período no ano passado, mas houve um grande aumento no número de chacinas (quando numa mesma ação são mortos três ou mais pessoas). Usando números do projeto Fogo Cruzado, a Cesec relatou 28 chacinas desde o início da Intervenção Federal, totalizando 119 mortes.

“Tudo indica que essa prática [as chacinas] está se multiplicando no Rio de Janeiro, seja em decorrência de ações policiais seja em decorrência de grupos de extermínio”, afirma Silvia Ramos, cientista social e coordenadora do Observatório da Intervenção do Cesec. “Desde o início da intervenção a situação [da segurança pública] no Rio não melhorou; os problemas continuaram os mesmos e inclusive novos problemas surgiram”, comenta a especialista.

O Instituto de Segurança Pública, órgão vinculado ao Governo do Rio de Janeiro ainda não divulgou dados oficiais referentes ao mês quando à intervenção, mas o mais recente balanço feito aponta para, entre uma mínima variação dos outros indicadores de violência, um aumento no número de homicídios decorrentes de intervenção policial de 30,27%.

Está claro quem são esses morrendo nas mãos da polícia em meio à Intervenção. Assim como está claro quem são os beneficiados com essa escalada repressiva do Estado contra a população. Essa Intervenção, feita como suspiro desesperado do governo golpista de Temer, com sua aprovação no ralo, protagonizada por repressores com histórico de atentar contra os direitos do povo e da classe trabalhadora só serve para prosseguir o massacre da juventude negra e pobre das favelas, sob o manto da farsa da “Guerra às Drogas”, dando carta branca para as forças repressivas do Estado assassinarem impunemente, como fizeram a Marcus Vinicius e tantos outros.

A violência no Estado do Rio de Janeiro é um problema social, com causas profundas na própria estrutura produtiva do capitalismo e da miséria que este cria. A polícia, braço armado do Estado, está longe de zelar pela segurança ou pela ordem, se importa, sim, em manter o controle do Governo e os lucros dos capitalistas, ao custo do sangue negro que derrama todo dia nas favelas. Seus mil laços com o tráfico e com as milícias são a forma mais gritante como trabalham, todos estes juntos, para lucrar da opressão dos trabalhadores, renegados às favelas e periferias pela miséria capitalista.

Não pode ser pelo Estado, muito menos pela polícia que os trabalhadores encontraram uma solução para a crise carioca, não será dialogando ou “humanizando” a polícia, como quer o PSOL, por exemplo, pois como já bem aponta Bruna, a mão de Marcus Vinicius, assim como inúmeras outras mães que perderam seus filhos para a violência policial, o culpado dessa tragédia é o próprio Estado, com seu aparato de repressão e ataque ao povo pobre e negro.

A Intervenção não veio para resolver o problema de segurança do Estado do Rio, mas, sim, para dar carta branca para que o aparato de repressão mate ainda mais trabalhadores pobres e reprima ainda mais as favelas que o capitalismo cria, como fica evidente com os mortes brutais ocorridas no Estado nos últimos cinco meses, inclusive de Marielle e Anderson, e o aumento das chacinas feitas por polícias, milícias ou tráfico, contra os trabalhadores, é consequência natural disso.

Por essa razão, não só lutamos contra a intervenção do governo golpista, mas também nos juntamos às mães, e a todas as vítimas da violência do capitalismo para lutar contra a polícia, contra o desastre social e econômico do Rio, com uma saída anticapitalista, e pela legalização das drogas, para acabar com o tráfico e por um fim nessa “Guerra às Drogas” do Estado para reprimir o povo pobre!

 
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