Eu sou brasileiro
minha terra foi vendida pra estrangeiro
sou brasileiro
sustento o luxo do banqueiro
Assim Bárbara Beats abre seu mais novo single, num samba-rock que contagia desde o primeiro toque. Encantada com essa música, e toda a história que essa artista já carrega mesmo sendo tão nova fui bater um papo com a cantora e compositora pelo Esquerda Diário e o resultado você vê aqui:
Gabriela Farrabrás: Antes de tudo, como você se apresenta?
Bárbara Beats: Bárbara Beats, cantora e compositora, representante da MPB que eu chamo de música periférica brasileira. Mais uma mulher na música buscando seu espaço.
GF: Seu primeiro single vem recheada de críticas sociais muito pertinentes. Gostaria que você nos dissesse como nasceu essa composição?
BB: Surgiu por conviver com esgoto a céu aberto no meu bairro Jd. João XXIII e quando é verão sempre alagava algumas ruas do bairro e saber onde se mora, onde se nasce, suas raízes é uma forma de evoluir. Pensando nisso afirmei ser brasileira, mas sabendo que onde eu piso eram terras indígenas e que eu como mais uma brasileira sou explorada através do trabalho e da entrega de todas riquezas aos grandes empresários, assim como foi desde a colonização.
Uma das minhas inspirações foi o cantor Seu Jorge, tanto que cito ele na música. Quando vi que ele colocou um indígena no violino e vestiu a banda de trabalhadores por conta da sua música "Trabalhador" eu não tive como não ficar impactada. "Eu Sou Brasileira" é saber o que acontece e não abaixar a cabeça e resistir às desigualdades no Brasil.
GF: Acompanhando seu trabalho desde o seu primeiro vídeo que vi, com uma música que criticava duramente o projeto higienista do Doria de “Cidade Linda”, percebe-se que arte e política parecem estar muito ligados na sua música. você vê essa ligação?
BB: Sim. Acredito muito na força das pequenas coisas que fazemos no dia a dia como não se calar vendo um assédio, fortalecer outra pessoa que precisa de ajuda. Enfim. E minhas músicas caminham nisso em poder soltar a voz que vem de dentro, não se calar. Reconhecer seu valor e identidade e externalizar pro mundo!
GF: Como é ser uma artista nova no Brasil nesse momento político tão atribulado?
BB: Vixi. É viver numa instabilidade sem fim (risos), porque uma hora aparecem muitos shows outra hora menos. Então tem que ter a ginga para se manter e, infelizmente, no início trabalhar 3x mais. Mas depois vem os resultados e daí é só evolução
GF: A gente já sabe que você tá preparando o clipe para seu primeiro single. você pode nos dar pistas de como vai ser?
BB: Eu quero que antes saibam que eu ralei pra esse trabalho ficar na melhor qualidade pra quem já me acompanha. E com essa nova cara da Bárbara Beats, força e alegria. Tem muita coisa boa vindo e minha dica é que o swing é bom e vai fazer geral dançar
GF: E o que podemos esperar para um futuro breve?
BB: Muita coisa massa. Entre elas show de lançamento desse trabalho novo e um single que já tá na manga "Só de Bobeira". Vai ter impacto!
A dica está clara, fiquem de olho em Bárbara Beats porque muita coisa linda vai vir daí!
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