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IMIGRAÇÃO EUA
Mais de 600 manifestações nos EUA contra a política anti-imigrante de Trump
Redação
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O escândalo da separação de famílias de imigrantes irregulares, a política hiperagressiva de Donald Trump de separar pais e filhos quando cruzam a fronteira, provocou uma indignação que se refletiu neste sábado nas ruas dos Estados Unidos. Mais de 600 manifestações coordenadas em todos os Estados, sob o lema “Mantenha as famílias juntas”, serviram como uma demonstração de força que rivaliza com as convocatórias pelos direitos das mulheres, dando uma ideia do nível de indignação com a política de “tolerância zero” adotada por Trump.

Cumpre lembrar que o caminho da política nefasta de Trump nesse tema foi preparado pelo governo de Barack Obama, que mais deportou imigrantes na história do país.

Os manifestantes começaram a se reunir na Costa Leste por volta das 10h (hora local). A de Nova York partiu sob intenso calor da praça onde fica o tribunal federal de imigração, o maior dos Estados Unidos. As reivindicações dos manifestantes eram três: reunir imediatamente aos seus pais cerca de 2.000 crianças e adolescentes imigrantes que permanecem separados; acabar com essa política; e acabar com a detenção de famílias.

“Estas detenções são deploráveis”, disseram os organizadores do movimento Rise and Resist (“erga-se e resista”). “As famílias devem ficar juntas, e por isso precisamos acabar com isso agora.” Uma multidão cruzou a ponte do Brooklyn para se concentrar depois na praça Cadman. Outra marcha estava convocada em frente à Torre Trump, residência privada do presidente.

Entre os organizadores dos protestos se encontram sindicatos como a Aliança Nacional dos Trabalhadores Domésticos, que representa as babás. Muitas são imigrantes ditas "ilegais". Comentam que não viram uma mobilização nacional como esta nem na época das deportações massivas no governo de Barack Obama. Os responsáveis pela Coalizão da Imigração de Nova York acrescentam que essa luta vem de longe e não pode terminar apenas porque o presidente assinou uma ordem executiva. “Arrebataram milhares de crianças dos seus pais e as distribuíram por todo o país”, queixa-se Steven Choi, diretor-executivo dessa organização que dá assistência aos imigrantes. Estas mobilizações, insiste, servem para mostrar a solidariedade que os residentes legais têm em relação aos chamados "irregulares" pelo governo racista de Trump.

“Os republicanos estão permitindo que Trump cumpra as promessas que fez durante a campanha”, acrescentam outra ONG, a Empire State Indivisible. Todos defendem a abolição da polícia migratória (ICE, na sigla em inglês), para que deixe de funcionar como um corpo paramilitar dedicado a aterrorizar.

Cinicamente, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, do Partido Democrata, se somou a outros Democratas que pedem a criação de algo “diferente”, porque da forma como o sistema funciona hoje “não é aceitável”, segundo ele. Ou seja, mostra que aprova a política de deportação "à maneira Obama".

O movimento de mulheres protagonizou uma mobilização histórica no primeiro dia da nova administração republicana. Desta vez seu papel também foi de vanguarda no combate à xenofobia de Trump, donde pode surgir um novo poderoso movimento que coloque às mulheres à frente da construção de uma alternativa política de independência de classe no coração do imperialismo.

Frente às novas mobilizações, mantém-se intacto o desafio de sustentar a independência de todos os partidos capitalistas. O partido Democrata tentará capitalizar o descontentamento com as políticas reacionárias da administração Trump, mas o democrata Barack Obama deportou em seu governo mais imigrantes do que durante as administrações republicanas anteriores, apenas superadas por Donald Trump.

 
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