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Depois do golpe, PF e juízes da Lava Jato querem entrar no Legislativo
Redação

Trinta e cinco nomes ligados à operação Lava Jato, que serviu de pano de fundo para o golpe institucional de 2016, agora aparecem como candidatos nestas eleições.

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O golpe institucional que derrubou Dilma Rousseff em 2016, colocando em seu lugar Michel Temer, foi o resultado de uma articulação entre diversos setores, com total apoio do imperialismo norte-americano, conforme já denunciamos aqui no Esquerda Diário. Os principais personagens da unidade pelo golpe foram um setor do Legislativo – aquele que, tanto na Câmara quanto no Senado, deu seus shows de horrores nas votações do impeachment – e os agentes do Judiciário e da Polícia Federal que criaram o espetáculo midiático chamado Lava Jato para desestabilizar o governo.

A partir do alinhamento dos interesses entre o Judiciário, a PF e o Legislativo, o que está acontecendo agora é que alguns dos juízes e policiais estão tentando pular a cerca para se tornarem deputados e senadores. Quer dizer, depois de terem experimentado o gosto de fazer as leis com as próprias mãos, querem se legitimar na função, com certeza para aprofundarem os ataques aos trabalhadores.

São trinta e cinco candidatos, segundo a reportagem do El País Brasil, que largaram o Judiciário e a Polícia e agora concorrem às eleições. Trinta deles eram policiais, que criaram uma frente para defenderem as mesmas pautas, e se ajudarem a alcançar o eleitorado necessário para obterem seus cargos como deputados. Alguns deles tentam o acesso à Câmara dos Deputados, em Brasília, e outros às Assembleias Legislativas de seus estados. Seu maior objetivo em comum é barrar uma possível CPI da Lava Jato, que investigaria os abusos cometidos durante a operação.

Uma CPI como essa assusta os golpistas, ainda que sua realização nunca possa ser considerada uma vitória dos trabalhadores nem vá gerar avanços reais, por ter como sujeito um setor de parlamentares que é ligado ao PT, e que só visa limpar a cara desse partido que foi tão submisso ao imperialismo quanto os setores golpistas, e nunca iria realizar a investigação até o fim, da forma que apenas setores da classe trabalhadora, independentes, poderiam fazer.

Os outros cinco nomes ligados à Lava Jato citados pela reportagem como candidatos agora em 2018 eram de ex-juízes, e entre eles três querem alçar voo ainda maior do que o Legislativo, buscando as cadeiras de governador de seus estados. São eles: Odilon de Oliveira, do PDT do Mato Grosso do Sul, Márlon Reis, pela Rede no Tocantins, e Wilson Witzel, do PSC do Rio de Janeiro. Os outros dois ex-juízes são do Mato Grosso, e sua ambição é semelhante à dos ex-policiais: Julier Sebastião se candidata à Câmara de Deputados pelo PDT e Selma Arruda busca uma cadeira no Senado pelo PSL. Diferentemente dos policiais, entre eles não há nenhum acordo formalizado, mas mesmo assim, todos defendem os interesses opostos aos dos trabalhadores.

É preciso que os trabalhadores saibam que nenhum desses candidatos será uma alternativa real, e que mesmo os que com mais força se colocam contra “tudo o que tem de podre” são a continuidade e o aprofundamento do golpe, que só veio para retirar nossos direitos em um nível ainda mais profundo do que o PT vinha fazendo.

Somente uma saída dos trabalhadores, com total independência de classe, que se coloque em primeiro lugar contra o pagamento da dívida pública – que conforme temos denunciado é a maior forma de espoliação imperialista a qual estamos submetidos – é que será capaz de dar as respostas às necessidades mais sentidas pelos trabalhadores e a população pobre.

 
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