Nesta segunda (25) teve início na Argentina o terceiro dia de paralisação nacional convocada pela CGT, maior central sindical do país, contra as políticas de ajuste do governo nacional. A adesão das categorias é massiva e a paralisação já se faz sentir por todo o país.
Veja ao vivo a mobilização dos trabalhadores na Argentina:
O chamado à paralisação veio após uma longa trégua concedida ao governo pelas direções burocráticas dos sindicatos, alinhadas ao peronismo.
Nos últimos dois meses foram descarregados muitos ataques sobre a classe trabalhadora e o povo pobre, por parte do grande empresariado e do governo. Ataques que tiveram uma escalada após o acordo realizado com o FMI.
Se por um lado a CGT chama a uma medida sem mobilização e sem continuidade, o sindicalismo combativo e a esquerda realizam ações de luta para dar um caráter ativo para a ação, com bloqueios de rodovias, avenidas e ruas por todo o país.
No marco dessa convocatória, Claudio Dellecarbonara, representante do sindicato dos trabalhadores do Subte [metrô argentino], afirmou que "sobram razões para realizarmos uma paralisação contundente. O governo e seu pacto com o FMI declararam guerra aos trabalhadores, o que implicará em arrocho salarial, mais tarifaços, milhares de demitidos no Estado e na iniciativa privada e um ajuste nas já destruídas saúde e educação públicas".
O dirigente sindical também afirmou que: "está claro que com uma medida isolada e ’domingueira’ não vamos conseguir derrotar esse plano de ajuste. A direção da CGT, que baixou a cabeça para negociações prejudiciais aos trabalhadores, não quer enfrentar de maneira séria este ataque. O que faz falta é uma paralisação ativa, com mobilizações em todo o país, que sejam o início de um verdadeiro plano de luta para derrotar os planos do governo e do FMI".
Dellecarbonara é parte do Movimento de Agrupações Classistas, coletivo impulsionado pelo PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas). A partir deste coletivo se organizam, juntamente com outros, os cortes e ações que terão lugar em diversos pontos do país.
A principal figura da esquerda argentina, Nicolás del Caño (PTS/FIT), disse que "nos manifestamos para que esta paralisação seja um verdadeiro ponto de partida a um plano de luta contra os ajustes do governo, para a reabertura das datas-base, o fim dos tarifaços contra a população, coisa que a CGT [burocracia sindical] não defende"
Em Córdoba, ficou bloqueada a Ponte Centenário. A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) se mobiliza junto ao sindicalismo combativo.
Em Mendoza, os bloqueios se dão nas principais avenidas da capital.
Essa contundente paralisação nacional tem todo o apoio dos trabalhadores no Brasil, que passam por medidas draconianas de ajuste do governo golpista de Temer, que teve seu caminho preparado pelos ajustes do governo Dilma Rousseff e do PT. Um triunfo dos trabalhadores na Argentina fortalecerá a luta da classe trabalhadora brasileira contra a direita, os golpistas e os empresários.