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RACISMO INSTITUCIONAL
Material Racista da Policia Militar circula em escolas de Diadema
Lourival Aguiar Mahin
São Paulo
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Mais uma vez o Estado deixa transparecer qual a sua opinião sobre os negros: ameaças que devem ser combatidas. Este estereótipo do negro como provável marginal, do qual deve e pode se esperar toda sorte de crimes e violência faz parte da visão cristalizada que a policia possui historicamente dos negros, uma vez que a criação da policia foi para a caça dos negros escravizados que fugiam do cativeiro que eram as senzalas. Agora a policia militar, que cresce como administradora de escolas no país, criou um material para reforçar este estereótipo racista contra os negros na cidade de diadema, ressaltando em seu material sobre segurança pública, através da imagem de um negro bem vestido e de black power tocando a campainha com uma arma escondida nas costas, alertando sobre os perigos de se abrir a porta para “qualquer um”. No mesmo material outra imagem, que fala da não contratação de vigias despreparados, também é associada a imagem de um negro, como se este fosse um débil mental.

Este material causou indignação á comunidade negra de diadema, que tem sofrido diversos ataques, como o fechamento do museu de arte popular e descaracterização da Casa do Hip-Hop, que teve seus famosos grafites apagados para que as paredes ganhassem as cores da cidade de diadema (e coincidentemente do PSDB, que co-administra a cidade), branco e azul. Thais Rosa, militante do coletivo Dia de Nega e mãe de uma das crianças que recebeu o material, ficou indignada ao perceber seu conteúdo e reclamou a TVT “Meu sentimenro foi de buscar uma mudança, um diálogo, um meio de fazer com que este material seja retirado e criado um outro, mais respeitoso, que respeite as história dos negros nesse país”.
Thiago Fernandes, do Coletivo Hip Hop, também de diadema, questiona “Nós temos que levantar nossa bandeira e dizer que está errado, que isso não é desse jeito que eles estão falando. Por que só o negro? Porque só somos retratados dessa forma?”. Foi entrevistado pelo Canal o militante da Uneafro e candidato a Deputado Estadual pelo PSOL, Douglas Belchior, que falou sobre o racismo institucional “As pessoas reproduzem uma lógica que é vista como natural e como habitual e isso se constrói no tempo, na medida em que as grandes instituições de uma sociedade reproduzem essa informação leviana, mentirosa, cheia de preconceitos, contaminada de estereótipos negativos, evidente que a sociedade vai se alimentar desses valores. A policia militar é o braço armado do estado e é evidente que ali é o grande marco da ação racista e de um exemplo do que seria um ‘racismo institucional’, é a própria instituição estado reproduzindo lógicas racistas, assim como a escola faz ao negar o ensino de história da África”.

Foram abertos processos na Defensoria Pública de São Paulo e na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, que aguarda um pronunciamento e uma retratação da Policia Militar sobre o caso. Até o momento a comunicação social da Policia Militar não retornou os contatos e pedidos de entrevista para comentar sobre o ocorrido.
Essas ações por parte da policia apenas explicitam a visão institucionalizada dentro da organização policial, que mata não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil os negros e pobres nas periferias a fora. Temos que nos organizar para barrar esse tipo de reforço à ideologia racista que permeia nossa sociedade.

Confira o vídeo da entrevista na íntegra

 
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