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REFORMA TRABALHISTA
Planalto promove evento para divulgar Fake News sobre melhora no emprego no país
Débora Torres

Em encontro fechado somente para os golpistas apoiadores da reforma trabalhista, ocorreu o lançamento das Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho. Com avaliações pautadas em mentiras, o ministro do trabalho Helton Yomura afirmou que modelos de jornada introduzidos ou modificados pela reforma trabalhista já apresentam resultados positivos na luta contra o desemprego.

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As "Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho" têm como objetivo difundir avaliações ainda mais lunáticas dos golpistas sobre a realidade do desemprego no país. Serão ministradas palestras em 15 capitais para juízes, auditores, professores, advogados e demais profissionais da área do Direito com “esclarecimentos” sobre as mudanças na legislação trabalhista após a reforma.

Concordando com o ministro do trabalho, o coordenador geral das Jornadas, deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), afirma que a reforma trabalhista já começa a apresentar resultados positivos contra o desemprego. No entanto, não precisamos pesquisar muito para saber que isto não é verdade. Ontem mesmo, no RJ, tivemos um retrato fidedigno do desemprego do país, com centenas de pessoas virando a noite em uma fila por vaga de emprego em um shopping.

Saiba mais: Centenas de desempregados passam a noite em fila por vaga em shopping no RJ

Uma pesquisa do IBGE desmente claramente esses absurdos. Os dados confirmam o que a classe trabalhadora está cansada de saber e sentir: são 13,7 milhões de desempregados no país e o índice de desemprego em relação ao trimestre anterior foi de 11,8% para 13,1%. O IBGE ainda destaca que houve diminuição de postos de trabalho na indústria (2,7%, o mesmo que 327 mil desempregados), na construção (5.6% ou menos 389 mil trabalhando) e no comércio (2,2% o que corresponde a 396 mil pessoas). Isso sem contar os dados dos trabalhadores considerados desalentados, ou seja, que desistiram de procurar emprego, que eleva o desemprego total à 27,7 milhões de brasileiros, 24,7% dos trabalhadores.

No dia 13 de julho a lei que alterou as normas trabalhistas completará um ano. Foram mais de 400 modificações em mais de 100 artigos da CLT, que causaram e causam diversos e inegáveis danos aos trabalhadores e trabalhadoras. O limite da jornada de trabalho, por exemplo, que antes era de 8 horas diárias pode ser agora de até 12 horas. As grávidas e lactantes só podem ser afastadas de locais de trabalho insalubres com dispensa médica. Outra barbaridade fruto da reforma é o trabalho intermitente. O empregado não tem vínculo com a empresa, nem horário fixo e deve ficar à disposição da empresa, só recebendo pelas horas trabalhadas. Os patrões prontamente aplicaram tal medida. Hoje por exemplo, paga-se R$4,45 para trabalhadores em lojas de um shopping center.

É inaceitável que os golpistas levem adiante analises fraudulentas para tentar que suas reformas anti-operárias deram certo. Deram para os patrões capitalistas, ávidos por preservar seus lucros perante a crise, despejando-a sobre as costas dos trabalhadores, negando a possibilidade de milhões de terem o direito até mesmo a um salário.

As Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho não passam de mais uma ação em prol da manutenção dos lucros dos grandes capitalistas, fazendo com que a classe trabalhadora seja cada vez mais explorada. Não podemos aceitar que sejamos nós os trabalhadores a pagar pela crise. Não podemos permitir que os absurdos da reforma trabalhista sejam naturalizados. O que se vê no Brasil hoje são milhões de trabalhadores obrigados a submeter-se a condições precárias e empregos degradantes, baixos salários, jornadas de trabalho abusivas, insalubridade para sobreviver. Nossas vidas valem mais que o lucro deles, essa é a verdade que precisa ecoar.

 
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