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GREVE ESTADUAIS PAULISTAS
Fortalecer a luta nas estaduais paulistas para derrotar Márcio França e as reitorias
Odete Assis
Mestranda em Literatura Brasileira na UFMG
Flávia Telles

A mobilização dos trabalhadores e estudantes das três estaduais paulistas avança na luta contra os ataques das reitorias e do governo estadual de Márcio França (PSB), que quer arrochar os salários, mais cortes, precarização do trabalho para também atacar a população que necessita dos hospitais universitários, enquanto isso mantém os supersalários e privilégios de alguns poucos, aumentando o teto salarial da alta cúpula da universidade para 30 mil reais.

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Aos estudantes pobres é tirado o direito de permanecer na universidade, com cortes nas políticas de permanência estudantil que afetam diretamente as moradias e bolsas. Além disso, há perseguições aos que lutam, e uma série de processos abertos contra os estudantes e trabalhadores se utilizando dos estatutos herdeiros da ditadura na USP, Unesp e Unicamp.

O governo do Estado de São Paulo, que hoje está nas mãos de Márcio França, quer aprofundar a crise das universidades, e descarregá-la nas costas dos trabalhadores e estudantes. Para se localizar bem no conflito patronal dos caminhoneiros, que nada tinha a oferecer para os trabalhadores, ofereceu parte do orçamento das 3 universidades paulista aos empresários do transporte e do agronegócio, que agora passam a ter subsídio no diesel com diminuição da arrecadação do ICMS que é o imposto que garante o orçamento das universidades, ou seja, assim como Temer, França corta dos direitos sociais para entregar aos patrões do transporte.

Saiba mais: Sabe quem vai pagar parte da conta do Diesel para os empresários? A USP, Unesp e Unicamp

Não podemos aceitar os planos das reitorias e do governo estadual, que seguem as reformas e ataques do golpista Temer, para precarizar o trabalho, oferecendo o absurdo do reajuste salarial de 1,5% para os trabalhadores num cenário de mais de 12,5% de salário perdido nos últimos anos, querem atacar os estudantes pobres com cortes à permanência e os serviços à população com a precarização dos hospitais universitários, para assim manter as universidades cada vez mais restritas, elitistas e racistas, que fecham seus portões à população e que produz todo seu conhecimento de acordo com as necessidades das empresas, que lucram se utilizando de todo aparato das universidades pagas pela população.

Portanto, é em meio à crise capitalista que também atinge as universidades paulistas, e ao cenário de duros ataques da burguesia e dos governos aos trabalhadores e a juventude a nível nacional, com a direita mais fortalecida graças à traição das centrais sindicais e do PT, que precisamos erguer uma forte greve estadual, unificando trabalhadores e estudantes para defender a educação de conjunto, os nossos direitos, lutar contra o arrocho e por uma universidade que sirva aos trabalhadores e não aos lucros capitalistas.

Por isso, acreditamos que as entidades estudantis tem como tarefa erguer um plano de lutas que vá a base dos estudantes, fazendo com que cada um tome essa greve nas suas mãos desde já, organizando assembleias, debates, atos, discussões com a população, fortalecendo a luta dos trabalhadores e as demandas estudantis. Só assim, com um plano de lutas concreto para massificar a greve é que podemos vencer. E não fazendo como as velhas direções, como PT e PcdoB (UJS), que dirigem a UNE e estão nos DCEs, e a esquerda hoje que nas entidades estudantis que dirigem nas estaduais dizem que não é o momento para a greve, utilizando o discurso da massificação, mas não organizando absolutamente nada que tenha como perspectiva fortalecer nossa mobilização, chegando a votar inclusive contra dias de paralisações que têm esse objetivo, um papel que essas organizações já vieram cumprindo a nível nacional, sendo arrastadas pelo petismo para organizar a passividade e a derrota frente aos ataques dos golpistas, como a reforma trabalhista, e do judiciário com a prisão arbitrária de Lula que atacou o direito da população decidir em quem votar.

A massificação da greve não vai cair do céu, as entidades estudantis precisam erguer um plano concreto de luta para fortalecer a greve aliada aos trabalhadores, não podemos acreditar, assim como quer Lula e o PT - não resistindo nem à própria prisão, e traindo a mobilização dos trabalhadores no ano passado responsável hoje pelo descontentamento popular ter sido dirigido pela direita e pelos patrões no movimento caminhoneiro - que nada pode ser feito a não ser esperar as eleições em outubro deste ano.

Assim, os comandos de greve das estaduais podem cumprir um papel central na organização da nossa mobilização, mas para isso acreditamos que os comandos devem ser compostos por representantes de base, eleitos em cada assembleia dos cursos, para que expresse a mobilização real de cada curso na universidade, unificando de fato os estudantes e não apenas as entidades e organizações e possam sair assim com planos concretos de luta que articule todos os estudantes em aliança aos trabalhadores.

A única forma de combater os ataques das reitorias e dos governos é se os estudantes, junto com os trabalhadores, entram em movimento à altura dos nossos desafios, para defender não um programa que soluce em cada momento da crise, mas que vá à raiz dos grandes problemas nacionais. Por isso nossa perspectiva é erguer uma forte greve estadual que defenda cada direito dos trabalhadores e estudantes dentro da universidade. Mas que vá além, é preciso defender uma universidade que esteja à serviço dos trabalhadores, que são aqueles que mantém a universidade todos os dias.

Uma universidade sem trabalho terceirizado, que serve apenas para dividir, humilhar e precarizar a vida de centenas de mulheres negras, por isso defendemos a efetivação imediata desses trabalhadores, sem necessidade de concurso público, também defendemos o fim do filtro social do vestibular, para que as universidades abram seus portões à toda a juventude, e que assim coloque a produção da ciência, tecnologia e da arte à serviço da população, para resolver os grandes dilemas sociais.

Acreditamos que para enfrentar a crise da universidade que as reitorias tanto gostam de propagandear para justificar o 1,5 % de reajuste, é necessário lutar para que se abram os obscuros livros de contas da universidade, para assim decidirmos de onde deve sair o dinheiro para a infraestrutura que precisamos nos cursos e nos hospitais, para a contração e o reajuste salarial de funcionários e professores e para permanência estudantil a todos que precisam.

Defendemos também que as decisões da universidade devem ser tomadas por estudantes, funcionários e professores de acordo com seu peso real, e não como é hoje, em que poucos privilegiados dos conselhos universitários e a reitoria tomam as decisões arbitrárias que interferem nas nossas vidas. Por isso, as reitorias e conselhos universitários não tem nenhuma razão para existir, precisamos de uma estatuinte livre e soberana que acabe com a herança da ditadura militar no estatuto das universidades e para que elas sejam geridas pelas três categorias, com maioria estudantil, assim como é na realidade.

Mas se hoje o Estado gasta boa parte do orçamento federal enchendo os bolsos dos banqueiros com o pagamento da dívida pública, como vamos ter mais verbas à educação? Precisamos mais do que nunca enfrentar esse mecanismo fraudulento, exigindo que ela não seja paga, para que os recursos nacionais não sejam entregues aos grandes capitalistas estrangeiros.

E para que não seja as universidades e a população com o ICMS que paguem os lucros das grandes transportadoras que saíram vitoriosos do movimento dos caminhoneiros, precisamos também exigir uma Petrobrás 100% estatal, gerida pelos trabalhadores e com controle popular, para tirá-la das mãos dos empresários sanguessugas e dos burocratas corruptos, fazendo com que seus lucros sejam destinados não aos bolsos dos capitalistas e ao Imperialismo, mas aos interesses de toda a população, servindo ao financiamento da educação pública.

Só assim, podemos defender a universidade pública e avançar para que ela sirva aos trabalhadores, e seja gerida não mais pelos interesses dos grandes capitalistas e dos governos, como é hoje. É nessa perspectiva, que nos colocamos na mobilização das 3 estaduais paulistas, e chamamos todos aqueles que concordam com essas ideias a debater conosco e ser parte da construção da Faísca - juventude anticapitalista e revolucionária.

 
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