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IMPERIALISMO
Queda da Bovespa mostra os dentes da sanha imperialista pela Petrobras
Matheus Correia

Nesta quinta-feira (24) o principal índice de ações da bolsa brasileira operou em queda puxado pelo recuo das ações da Petrobras. Qual a ligação dessa queda com a greve dos caminhoneiros? Como e porque o Imperialismo avança com seus interesses sobre o país?

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Há 3 dias que os caminhoneiros estão em greve, servindo de testa de ferro das patronais e de diferentes setores da burguesia que lutam entre si pelos subsídios do Diesel que vai servir para aumentar seus já exorbitantes lucros. O caos gerado, pela greve dos caminhoneiros fez a Petrobras reduzir 10% o preço do diesel por 15 dias, o que fez suas ações caírem em 15% na Bovespa.

O Ibovespa caiu 1,81%, com a mínima atingindo 2,28%. Um valor pequeno se considerado isolado, mas que acompanha a queda das últimas semanas num acumulado de 6%. Ao mesmo tempo, as ações preferenciais da Petrobras (as mais negociadas e com preferência na distribuição de dividendos) despencavam 13,71%, enquanto que as ordinárias (que dão direito a voto em assembleias da empresa) caíam 14,48%.

Com isso, a Petrobras voltou a perder o posto de maior empresa brasileira de capital aberto em valor de mercado, segundo os dados de instituições financeiras e que já mostra o objetivo do imperialismo, aliado às patronais, que é de enfraquecer cada vez mais a Petrobras a partir da Lava Jato e agora da greve dos caminhoneiros para caminhar para sua privatização.

Lembremos que grande caminho andado para essa privatização se deram nos governos do PT com a venda de 46% das ações da empresa para o setor privado, e com a aprovação em 2016 do projeto de lei que retirava a exclusividade de retirada do pré-sal pela Petrobrás, então assinado por Dilma e Serra.

O papel do Imperialismo está claro após o rebaixamento da avaliação dos papéis da Petrobrás pela Credit Suisse, Morgan Stanley e pelo Itaú BBA. Segundo esses analistas, o rebaixamento se deu pelo fato de a diminuição temporária dos preços do diesel em 10% significar uma intervenção estatal. Pedro Parante já vinha dando sinalizações à sede de privatização do mercado, e o recuo diante da greve fez o mercado aumentar a pressão sobre a empresa através da queda das ações da empresa, tanto no Bovespa, quanto em Nova York onde a ações da empresa também são negociadas. Fábio Carvalho, chefe da CM Capital Markets disse explicitamente:

“Se havia dúvida de como o governo reagiria em algum momento de instabilidade, o que aconteceu com a Petrobras e também a Eletrobras nos últimos dias foi uma sinalização não acertada”.

Como já debatido aqui pelo colunista do Esquerda Diário Leandro Lanfredi: Não será das mãos de empresários, de uma burocracia corrupta na Petrobras que atravessa diferentes governos, que teremos combustíveis baratos. Estão todos atuando, de forma nada oculta, para fortalecer a tentativa de privatizar a Petrobras, a política de aumento de preços é o primeiro movimento de favorecer o imperialismo. Com a redução anunciada ontem pela empresa, o "mercado" já a pune nas bolsas de valores. Temer e Parente encontrarão nova fórmula para mesmo assim seguir beneficiando a privatização e recuperar a "confiança dos mercados". Estes jogos de interesses, subsídios não tem nada a ver com o interesse popular de redução de
todos combustíveis.

VEJA TAMBÉM: Não será das mãos de empresários que reduziremos todos os combustíveis, e sim com a estatização da Petrobras sob controle operário

Só a gestão dos petroleiros pode fazer isso. Não será através de troca de subsídios dos industriais para o transporte e para o agronegócio que os trabalhadores se beneficiarão. Disputam uma fatia entre eles e entregam as fortunas do país via privatização e via uma dívida pública que não pode seguir sendo paga. Assim, partindo dos combustíveis e da dívida podemos começar a dar uma resposta de fundo à crise nacional.

 
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