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CRISE COMBUSTÍVEIS
Anulação já da alta nos combustíveis: por uma Petrobras 100% estatal sob controle dos trabalhadores
André Barbieri
São Paulo | @AcierAndy

A alta dos preços dos combustíveis está afetando a vida de milhões de trabalhadores. O aumento dos preços da gasolina, do óleo diesel, do gás de cozinha e de outros produtos derivados do petróleo atacam as condições de vida de todos os que já se haviam se tornado alvo dos ajustes do governo golpista de Temer, com a reforma trabalhista, ou com as demissões e reduções salariais impostos pelos capitalistas. Rapidamente a população se enfureceu e deu mostras de não querer pagar os custos desse novo ajuste inadmissível.

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A origem do problema é que o governo Temer e a administração do tucano Pedro Parente na Petrobrás trouxeram desde o ano passado uma nova política de revisão de preços dos combustíveis. Com o novo modelo, a estatal passa a acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que por vezes pode acontecer até diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Até agora a política de preços de combustíveis no país era de longo prazo: a Petrobras mantinha os preços estáveis por um período sem ficar a mercê das oscilações do preço mundial do petróleo, gerando perdas para a Petrobras quando o preço do petróleo subia e os combustíveis não, e ganhos quando acontecia o contrário. A nova política de oscilação diária, com muito mais rapidez para subir que para abaixar, está a serviço de preparar o terreno para privatizar as refinarias.

Por que o governo golpista não mexe na política de preços? Por um motivo simples: quer convencer, com argumentos falsos, a população a apoiar a privatização da Petrobrás.

O aumento dos preços é fruto da decisão do governo de submeter a Petrobrás às variações do mercado internacional do petróleo. O objetivo é claro: Temer quer abrir cada vez mais espaço para entregar os recursos naturais do país para o capital privado estrangeiro, verdadeiro responsável pelas altas consecutivas dos preços. Se os preços não forem altíssimos como nos outros países as empresas não querem comprar as refinarias que Temer colocou à venda.

Os caminhoneiros estão paralisando diversas rodovias em protesto contra a alta do diesel e da gasolina. Nessa demanda encontra-se o apoio que recebem da população. Existe, entretanto, interesses distintos no interior deste movimento. As patronais das empresas transportadoras, assim como a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), para os quais não importam as péssimas condições de trabalho dos motoristas de caminhão, buscam negociar seus lucros com o governo, usando os bloqueios como carta de pressão. É evidente que quando atingirem um acordo com o governo que satisfaça seus lucros, vão obrigar os caminhoneiros a voltar ao trabalho, independente da opinião dos trabalhadores. Não podemos nos solidarizar com os interesses de patronais golpistas que buscam apenas manter sua parcela de lucro às custas da população.

A propaganda que diz que se a Petrobrás fosse privatizada, os preços seriam mais baixos, é uma completa mentira. Os grandes acionistas, membros dos grandes bancos e dos monopólios petrolíferos estrangeiros, não tem qualquer interesse em fornecer um serviço barato à população. Querem aumentar seus lucros indiscriminadamente, defendendo uma política de alteração diária nos preços e submetendo esse serviço essencial à população trabalhadora aos movimentos do dólar.

A população trabalhadora não pode ficar sem gás e combustível por conta de mais um enorme ataque como esse. É necessário exigir a imediata anulação do aumento do preço dos combustíveis, para impedir que a população siga pagando um ajuste inadmissível. Os preços dos combustíveis devem ser subsidiados por impostos às grandes fortunas, incluindo os acionistas privados da Petrobrás, que transformam um serviço essencial à população em fonte de lucros exorbitantes.

A alta burocracia da empresa, envolvida em corrupção em todos os governos, e os acionistas privados da Petrobrás, junto ao governo Temer, são responsáveis por essa calamidade que afeta a vida de milhões. Provam na prática que não podem estar à frente da administração da empresa. A única maneira de garantir combustíveis baratos e de qualidade é lutar por uma Petrobrás 100% estatal, sob controle e administração dos trabalhadores petroleiros, sem qualquer interferência de acionistas privados ou mandarins do governo golpista – que buscam privatizá-la – mas também do PT, que nos seus 13 anos de governo mostraram quão enlameados estão em corrupção.

Uma Petrobrás administrada e controlada pelos trabalhadores, sem a intervenção dos empresários, não estaria a serviço de seu lucro e sim das demandas básicas da população que necessita verdadeiramente de serviços baratos e eficazes.

 
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