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MARIELLE E ANDERSON
Policiais participaram da execução de Marielle, revela testemunha
Breno Cacossi

O Rio de Janeiro é o Estado brasileiro com maior número de pessoas mortas pela polícia no último ano, foram 1.127 assassinados em 2017. O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes com diversos sinais do envolvimento da polícia no caso coloca luz sobre o problema. Segundo relato de testemunha divulgado nesta quinta-feira (10), haviam dois policiais no carro (Cobalt prata) usado na execução. A mesma testemunha forneceu indícios sobre o envolvimento do vereador Marcello Siciliano (PHS) no caso.

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Já são 57 dias do assassinato de Marielle e Anderson, e até agora nada conclusivo foi revelado pelas investigações. Pelo contrário, foram diversos sinais de erros e ocultamento de provas ao longo do processo. Desde os relatos de que testemunhas oculares do crime foram expulsas do local pela polícia, que se negou a colher seus depoimentos, até "erros" na perícia inicial, impossibilitando saber a arma utilizada no crime, bem como não ter sido realizado raio X, dificultando agora concluir a direção dos disparos, como confiar na investigação levada à frente pela polícia?

Em reportagem da TV Record no último domingo, além desta série de "erros", novos elementos surgiram sobre o crime que vinham sendo ocultados, como a utilização de uma submetralhadora alemã, que é utilizada pelas tropas de elite da polícia e que apenas uma pessoa muito treinada conseguiria utilizar com precisão, e não da pistola 9mm como vinha sendo divulgado até então.

Segundo levantamento divulgado pelo G1 nesta quinta-feira (10), o Brasil teve 5.012 pessoas mortas pela polícia em 2017, 19% a mais que no ano anterior. Parte das mortes é diretamente execução, mas parte relatada pela polícia como "auto de resistência", situações em que o policial relata que houve resistência da vítima apresentando risco, e que por isso o caso não é investigado. No entanto, o fato é que brotam relatos de civis que testemunham execuções sumárias com posterior "resistências" forjadas por policiais. O Brasil é campeão em casos deste tipo.

Em relação aos erros de perícia, o Exército, que realiza a Intervenção Federal militar no Estado do Rio de Janeiro, afirmou que vai investigar o caso com a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), órgão que comercializou o produto para a Polícia Federal. Mas também os resultados da Intervenção Federal até agora são muito questionáveis, abundam relatos de civis sobre abusos.

A partir do histórico de atrasos e erros na investigação, e dos claros indícios do envolvimento de militares no crime, é possível confiar em investigação levada à frente por Polícias Civil, Militar, Federal ou Exército?

É necessário sair às ruas e lutar para exigir do Estado uma investigação independente no caso, feita por organismos de direitos humanos, parlamentares do PSOL, especialistas na crise social do Rio, com o Estado garantindo recursos para trabalhar, acesso aos arquivos de investigação, contratação de peritos independentes, participar das produções de provas, entrevista com as testemunhas e ter acesso a todo o tipo de informação.

Chamamos o PSOL a fazer um chamado a esta luta, combinado ao combate à arbitrária Intervenção Federal no Rio, que mostra cada vez mais ter sido apenas um "golpe" de efeito de Temer para criar uma "agenda positiva" em seu governo, mas que não toca em resolver o problema da violência do Rio, não mostrando nenhum resultado satisfatório, e que sinaliza cada vez maior interferência militar e de setores reacionários na política nacional.

 
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