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ELEIÇÕES 2018: CIRO GOMES
Ajuste fiscal é "compromisso inarredável" de Ciro, afirma Benevides Filho
Jéssica Antunes

Em entrevista ao Estadão, Mauro Benevides Filho, responsável pelo programa econômico da candidatura de Ciro Gomes do PDT, defende medidas duras contra os trabalhadores para ajustar as contas do governo, mantendo intactos os lucros dos grandes empresários nacionais e internacionais.

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O ex-secretário da Fazenda do Ceará se utiliza de discursos bastante recorrentes na política nacional, como a chantagem aos trabalhadores de que é preciso retirar alguns direitos para manter outros, como por exemplo entregar a Previdência em troca da educação ou saúde. Ou discurso ilusório de que com ajustes fiscais seria possível retomar um ritmo de crescimento econômico do país resultando em benefícios para todos.

Reforma Previdenciária

"Vamos enfrentar", afirmou Benevides. A proposta é passar uma parte das aposentadorias para o regime de capitalização e não mais de repartição, ou seja, financiar a previdência de cada trabalhador a partir do investimento pessoal, que pode ser feito, claro, com uma empresa privada gerando fluxos de rios de dinheiro para empresários, ao invés de garantir esse direito para todos com o fundo público comum que vem dos impostos - além de abrir espaço para a realização de uma série de fraudes por parte das gestoras privadas desses fundos, como os fundos de mais de 200 cidades que estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal.

Esse questionamento ao financiamento completamente público da Previdência Social, ao contrário de apontar para a defesa de outros serviços públicos, não apenas coloca esse direito em risco para o conjunto dos trabalhadores a longo prazo, mas imediatamente é um enorme ataque aos servidores públicos de todo o país. Setor que os governantes buscam pintar como privilegiados por terem alguns benefícios mínimos, que não chegam nem perto de seus próprios benefícios exorbitantes e escandalosos que beiram os 100 mil reais, sendo um dos congressos mais caros do mundo.

Reajustes tributários e privatizações

Por outro lado, as propostas que supostamente buscam equilibrar as contas aumentando as arrecadações públicas vindas dos grandes empresários, como tributo de lucros e dividendos, aumento dos impostos sobre heranças e a recriação da CPMF para auxiliar no pagamento da dívida pública, são completamente inofensivas tanto aos lucros dos capitalistas como à recuperação econômica do país. Na verdade, servem para demarcar claramente aos banqueiros que será garantida a continuidade de seus lucros e do repasse de grande parte das finanças brasileiras para o pagamento dos juros da impagável dívida pública, que nada mais é do que o saque sistemático do povo brasileiro por parte dos banqueiros imperialistas, especialmente estado-unidenses.

A CPMF, imposto sobre as movimentações bancárias que vigorou por 11 anos no Brasil, exclui completamente as grandes transações financeiras dos capitalistas, as realizadas através das compras e vendas de ações na Bolsa, sendo assim uma medida impotente. Segundo Benevides, os impostos sobre as grandes fortunas não funcionam. Claro, para os grandes milionários. Nós do Esquerda Diário defendemos a progressividade dos impostos sobre grandes fortunas, mas não para o pagamento da dívida pública enchendo o bolso de banqueiros, e sim que para garantir investimento nos serviços básicos para a população como saúde, educação e moradia.

"O Brasil tem 144 estatais. O grosso disso poderá ser privatizado.", ou seja, Ciro e companhia anunciam mais entrega dos recursos nacionais para o grande empresariado. Tais propostas deixam claro o caráter completamente submisso de seu programa ao capital financeiro, ao grande empresariado, às propriedades capitalistas. Ao contrário do desenvolvimento nacional que prometem, suas propostas apenas aprofundam a subordinação do país ao imperialismo, que frente a crise econômica não oferece mais margens de crescimentos aos países que poderiam retirar alguma parcela de sua margem de lucros.

É preciso uma resposta dos trabalhadores

Com uma proposta econômica como essa, é impossível que um governo de Ciro Gomes responda as necessidades das massas trabalhadoras que vem sofrendo com o aumento das consequências da crise econômica internacional. Ao contrário, seguiríamos sofrendo com ataques, ajustes e espoliação.

E é a esse programa rebaixado que a esquerda capitula, em nome da unidade - como no "Manifesto Unidade para Reconstruir o Brasil", assinado entre outros pelo PDT, partido burguês do candidato Ciro Gomes, que entre outros fatos, votou em bloco a favor da intervenção federal. Ao invés de propor alternativas para os trabalhadores, construídas por seus próprios meios, a esquerda prefere continuar iludindo os trabalhadores apresentando as mesmas saídas reformistas que partidos burgueses.

É preciso se enfrentar de forma independente com os lucros dos empresários nacionais e internacionais, se apoiando nas forças da mobilização, com clareza da necessidade superar o projeto petista de conciliar os interesses de explorados e exploradores, que já se mostrou completamente falido frente a crise econômica que reduziu a fatia do bolo a ser dividida e tende a deixar a mesa do trabalhador completamente vazia.

 
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