Durante a reunião dos acionistas da Volkswagen em Berlim na quinta (3/5) , o historiador alemão Christian Russau acusou a empresa de ter entregado funcionários para o DOPS.
O caso já havia sido falado em um relatório ano passado. Na reunião com os acionistas, a empresa estava tentando emplacar a tese de que teria sido algo isolado de um funcionário, porém o historiador disse: “a VW reconheceu que havia uma cooperação entre ’membros individuais do Departamento de Segurança da planta’ da Volkswagen do Brasil e o DOPS, mas que, todavia, não havia sido encontrada prova clara de que a cooperação se baseava em uma ’ação institucional por parte da empresa’. Conclusão óbvia: os diretores alemães da Volkswagen do Brasil sabiam que os trabalhadores da empresa (sobre os quais a segurança interna informava aos agentes de repressão do DOPS) iriam ser torturados. Isso configura o crime de coautoria voluntária, informada e ativa para a tortura. A então diretoria da VW do Brasil era composta de cidadãos alemães, que atuavam diretamente como enviados de Wolfsburg no Brasil e, dessa maneira, representavam a companhia”