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[VIDEO] Nicolas Del Caño (PTS-FIT): “Nosso programa não é para gerir o capital, é para que eles paguem a crise”

Assista o discurso do deputado nacional do PTS, que encerrou o ato convocado pela Frente de Izquierda y de los Trabajadores (FIT) no dia 1º de maio, na Praça de Maio, em Buenos Aires

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Video:
https://www.youtube.com/watch?v=8-pIZHF70lA

“Boa noite companheiros e companheiras. Uma saudação fraternal a militância da Izquierda Socialista, do Partido Obrero e do meu partido, PTS e a todos os lutadores que estão presentes aqui nesse ato.

A crise capitalista mundial, que leva 10 anos de duração, tem provocado diversos fenômenos. Pela direita, vemos os discursos da demagogia anti-imigração de Trump nos Estados Unidos. Vemos também na Europa o crescimento dos grupos neofascistas.

Eles se apoiam no fato que ninguém acredita numa globalização que trará prosperidade para todo mundo. Eles propõem saídas reacionárias ao descontentamento que há.

Querem mais muros, mais campos de refugiados, mais racismo. O que querem são mais guerras reacionárias. Querem naturalizar seus atos de barbárie, como milhões de pessoas que vivem em condições desumanas em todo o mundo.

Porém também vemos surgir fenômenos pela esquerda. No próprio Estados Unidos de Trump vemos greves de docentes se estenderem por vários Estados.

Na juventude permanece um fenômeno ideológico de começo de ruptura com o capitalismo. Em 2016, uma enquete, a metade dos jovens mostrou sua adesão ao socialismo. Muitos se surpreenderam. Os mesmos que fizeram essa enquete mandaram fazer de novo. E o que aconteceu? Tiveram o mesmo resultado!

Na juventude, no coração do imperialismo, cresce a simpatia as ideias do socialismo!

Outra coisa que podemos marcar é o crescimento de um pequeno partido, o DSA, que se coloca a esquerda do Partido Democrata, que em muito pouco tempo passou de 5000 a 35000 membros.

Nossos companheiros que impulsionam o jornal digital Left Voice, estão em contato com essa juventude, e lhes asseguro que mais cedo ou mais tarde, veremos surgir uma organização socialista revolucionária no coração do imperialismo!

Porém como já mencionaram os companheiros, também se resiste no continente europeu. Vemos na França, hoje mesmo com mobilizações. Ali os trabalhadores ferroviários e os estudantes que ocupam as universidades enfrentam os planos de Macron.

Eles estão protagonizando um grande movimento de luta. Também se somaram os trabalhadores da eletricidade, com seu plano de luta contra as medidas privatizadoras.

E contaram que vão cortar o fornecimento das empresas que despedirem trabalhadores, como o Carrefour. E vão manter paras famílias humildes que não puderem pagar.

Como me disse um companheiro da nossa organização na França, a Corrente Comunista Revolucionária, os dirigentes sindicais deste setor tem levantado que este é um bem que todo mundo deve ter acesso, como água ou saúde. São um grande exemplo!

E a 50 anos do Maio Francês, mandamos uma grande saudação que atravesse o Atlântico. Viva a luta dos trabalhadores, trabalhadoras e estudantes franceses!
Companheiras, as margens se estreitam e surgem estas tendências nacionalistas e protecionistas em todo o mundo. Todas querem ajustes aos trabalhadores. Porém, quem disser que vai frear essa direita sem enfrentar decididamente o capitalismo, está mentindo.

Vemos o que aconteceu no Brasil, onde Dilma Rousseff aplicou um ajuste, igual o que Scioli tinha aplicado na Argentina, desmoralizando a própria base do PT.
Nós repudiamos o golpe institucional no Brasil e defendemos o direito de Lula ser candidato. Nisto, temos uma diferença muito importante com os companheiros da Izquierda Socialista.

Porém, dizemos claramente que nem Lula nem ninguém com um programa de conciliação de classes como o que firmou o PT junto com o PSOL e outras forças poderá derrotar Temer e os golpistas.

A política de Temer, Macri e do Piñera no Chile é a mesma. Eles declararam guerra aos trabalhadores e ao povo. Com reformas trabalhistas, com ajustes na seguridade social, com mais saque do imperialismo.

Por isso dizemos na Frente de Esquerda: Abaixo os ajustes na América Latina! Basta de submissão ao imperialismo!

Companheiros e companheiras. Aqui se mencionou as eleições de outubro, o governo Macri pensa que irá avançar como um trator. Assim afirmou com quase todos os governadores o pacto fiscal, incluindo Alicia Kirchner. Todos sabiam o que significava isso: ajustes aos aposentados.

Também fizeram acordos com essa burocracia sindical traidora da reforma trabalhista. Porém o que não esperavam era a irrupção dos trabalhadores, superando a votande de seus próprios dirigentes e se mobilizaram massivamente nos dias 14 e 18 de dezembro.

E ali estivemos, todos nós, a Frente de Esquerda, pondo o corpo na repressão da polícia, suas balas, seus gases e suas prisões. Claro que o governo recebeu um duro golpe e se mostrou a força da mobilização.

Porém hoje tem uma nova crise porque não podem mais pagar as taxas. E eles perceberam que votaram junto com eles em todas as leis o bloco peronista Federal, a Frente Renovadora de Massa!

Agora nos dizem que tem de enfrentar o tarifaço. Porém eles somente querem uma resistência parcial. Sabemos que se eles chegarem ao governo vão aplicar a mesma receita de ajuste e entreguismo que hoje aplicam em suas províncias.

Cambiemos não aceita nem sequer uma resistência parcial ao tarifaço. Querem cuidar de cada peso da ganância milionária de seus amigos.

Eles estão fazendo todo tipo de manobra, como a que vimos ontem no congresso. Ou o que é um segredo aberto, um eventual veto de Mauricio Macri a uma lei que queria parar esse saque.

E muitos então se perguntam o que está acontecendo com a direção sindical? Ah sim, estiveram passeando pela Europa com Triaca, estes que são do clube dos 15%.
Porém companheiros e companheiras, se pensamos que com algumas marchas e algumas velas vamos quebrar a vontade desse governo do grande capita, estamos equivocados.

Temos que retomar o caminho da mobilização de dezembro. Por isso, mais que nunca levantamos a necessidade de uma paralisação nacional e um plano de lutas.
Verdadeiras medidas de lutas que podem terminar com o tarifaço e impor um salário mínimo equivalente aos custos básicos de uma família, como estão fazendo as companheiras de Neuquén e também os docentes na província de Buenos Aires.
Para conseguir a imediata reincorporação de todos os companheiros e companheiras despedidas. E para por abaixo essa reforma trabalhista escravista.

A Frente de Esquerda é a única força política que pode anular as privatizações que todos os governos mantiveram, inclusive o kirchnerismo. Lembrem-se que o governo de Cristina Kirchner pagava as petroleiras 75 dólares por barril de petróleo, enquanto o preço internacional era de 50 e o custa de extração apenas chegava aos 10 dólares.

Eles mesmo sustentaram, com subsídios, esses parasitas. No caso da Repsol chegaram a pagar uma indenização de 10 bilhões de dólares!

Por isso nós levantamos a nacionalização sem indenização e sob gestão dos trabalhadores e controle popular dos usuários das petroleiras e todo o sistema energético, como parte de uma planificação nacional da economia que somente poderá funcionar em um governo dos trabalhadores.

Vão nos dizer que faltam recursos para investir, para desenvolver energias não poluentes e mais baratas. Claro! Por isso nós colocamos que é necessário deixar de pagar essa dívida externa ilegítima e fraudulenta. Que tem de terminar com a fuga de capitais, como vimos esses dias, que se esvaíram milhões de dólares financiados pelo Banco Central. Que é necessário nacionalizar o comércio exterior para terminar com este roubo.

Companheiros e companheiras, queremos propor a todas as forças da FIT que, junto a luta que vamos dando no Congresso e nas ruas, com o movimento de luta das mulheres pelo direito do aborto legal, seguro e gratuito, lancemos uma grande campanha para anular o tarifaço. E para conseguir a nacionalização de todo o petróleo, energia e gás.

Nos propomos a chegar até a última fábrica, ao ultimo estabelecimento ou escola, as universidades, aos bairros com o programa da Frente de Esquerda. É o único programa que pode garantir serviços acessíveis e eficientes a todo o povo trabalhador.

E para ir finalizando, não quero deixar de mencionar o que escutamos de vários dirigentes do peronismo nos últimos meses. Pretendem formar uma frente de oposição para derrotar Macri nas eleições de 2019. E nos chamam também, a nós, a esquerda, para que construam essa frente de oposição.

Querem que nos juntemos com os que votaram o roubo aos aposentados, com que votaram os acordos com os abutres, que reprimem e ajustam em suas províncias. Com eles não vamos nem a esquina companheiros!

Porém, também não vamos com os que mantiveram o modelo sojeiro e as privatizações, com os que pagaram a dívida externa, com os que mantiveram o atraso e a dependência do país.

Muitos nos dizem que temos que formar uma frente de oposição, nos anos 90 diziam que tínhamos todos que se unir contra Menem. E assim surgiu o governo da Alianza, que pôs ao repressor e ajustador De La Rúa. Que terminou com dezenas de mortos, muitos deles nessa mesma praça. Esse filme não queremos voltar a ver.

Nosso programa companheiros, não é para gerir o capital. Nosso programa é para que eles paguem pela crise: os grandes banqueiros, os latifundiários, as empresas de mineração. Nós queremos que os capitalistas paguem pela crise!

Por isso temos que construir uma grande força política da classe trabalhadora. Que defenda um programa e uma estratégia para terminar com a exploração e a opressão. Um partido para vencer! Porque nossas vidas valem mais que suas ganâncias!
Viva o 1º de Maio

Viva a luta internacional dos trabalhadores

Obrigado companheiros!

 
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