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CONTRA A DIREITA E O GOVERNO
Como poderia se organizar um pólo classista em São Paulo?
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

Frente aos atos convocados para os dias 16 e 20 de agosto, se abriu um importante debate na esquerda. Seguimos defendendo uma política que seja claramente independente da burocracia governista, que quer salvar Dilma e o PT. Em São Paulo, um pólo como esse teria muita força e seria um exemplo para todo o país.

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Desde o II Congresso da CSP-Conlutas viemos apresentando a proposta de conformação de um pólo classista, anti-governista e anti-burocrático para conformar uma alternativa independente dos trabalhadores que possa aparecer para amplos setores de massas com uma política de combate ao governo e também à oposição de direita. Também a partir do Sintusp, onde somos uma ala da Diretoria, e de outros locais de trabalho viemos implementando essa política buscando uma terceira alternativa na situação atual, contra o governo do PT e contra as variantes da oposição de direita.

Viemos lutando por um pólo que buscasse coordenar ações pra se dirigir às bases das grandes centrais sindicais e exigir que suas direções rompam com o governo e assumam um plano de luta efetivo pra enfrentar os ajustes. Como parte disso, seria necessário uma denúncia frontal às direções das centrais que, neste momento, passam a aplicar parte dos ajustes do governo.

Nas paralisações dos dias 15 de abril e 29 de maio a existência de um pólo como este poderia ter impedido que a esquerda anti-governista se diluísse nas ações com a burocracia sindical. Neste momento, um pólo assim poderia servir de articulação para aproximar novos setores que frente a polarização nacional acabam se disciplinando por manifestações que terminam por "blindar" o governo Dilma.

É o que irá ocorrer no próximo dia 20 de agosto, quando MST, MTST, CUT, CTB, UNE, PSOL e outras entidades irão organizar uma manifestação "por mais democracia e mais direitos", se contrapondo ao ato da direita e convocado pelo PSDB no dia 16. O problema é que para se contrapor a este ato e para impedir que surja uma terceira alternativa, a manifestação do dia 20 sequer cita a presidente Dilma como implementadora do plano de ajustes contra os trabalhadores e o povo pobre.

Como já dissemos aqui, não podemos cair nesta manobra, e achamos que partidos como o PSOL deveriam estar na linha de frente, com suas figuras públicas, parlamentares e oposições sindicais que impulsiona, de construir essa terceira alternativa. Entretanto, participar deste ato junto com a CUT, que está implementando o Plano de Proteção ao Emprego, um grande ataque aos operários e operárias industriais só pode significar o não surgimento de nenhuma via independente dos trabalhadores.

Por isso, continuamos insistindo na necessidade de conformação deste pólo a partir da CSP-Conlutas, das Intersindicais, do PSOL, do PSTU e de todos os sindicatos e oposições dirigidos pela esquerda, se dirigindo também ao MTST e chamando a que rompam com a ambiguidade de seus chamados de manifestação que terminam por "blindar" o governo e impedir o surgimento de uma terceira via.

Na última reunião convocada pelo Espaço Unidade de Ação também levamos esta proposta, e o discurso da maior parte das organizações presentes também apontou essa necessidade, porém até o momento não há medidas para implementá-la, mostrando a importância do debate sobre o que de fato significa um pólo e como concretizá-lo. Nessa reunião foi aprovada a realização de plenárias regionais e de uma ação nacional unificada em setembro. Mas isso não se oporia, pelo contrário, a organizar desde já ações independentes, coordenadas entre esses setores, que já servissem para começar a conformação desse pólo com independência de classe. Foi o que defendemos ao propor panfletagens coordenadas nos locais de trabalho, inclusive na base das grandes centrais, na semana dos atos de agosto. Além disso, é fundamental que essa ação em setembro seja planejada e organizada de forma a fomentar e canalizar ao máximo o ativismo dos trabalhadores. Não pode, portanto, se limitar a movimentações das representações sindicais e da vanguarda em torno delas. Precisa ser organizada a partir dos locais de trabalho, pensada para garantir a maior participação possível da base dos trabalhadores.

Em São Paulo, por exemplo, este pólo poderia se concretizar no imediato, com o Sindicato dos Trabalhadores da USP, o Sindicato dos Metroviários, a Oposição Alternativa da APEOESP, a Oposição Bancária e até mesmo no interior com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos organizando uma forte campanha contra o PPE e em solidariedade aos operários industriais que são os que mais estão sentindo a crise - com as demissões, lay-off e redução salarial - organizando por exemplo panfletagens e campanhas de cartazes. Imaginem os lutadores da USP, do Metrô, professores, e de várias outras categorias que protagonizaram greves panfletando na Mercedez de São Bernardo do Campo levando solidariedade e saudando os operários por terem rechaçado a proposta de PPE contra sua própria direção?

Combinado a isso colocar de pé campanhas de apoio às greves em curso, como a greve dos servidores públicos federais e outras greves que estão ocorrendo neste momento. Levantar um programa operário pra enfrentar a crise contra as MPs 664 e 665, contra o PL 4330, contra o PPE. Nenhuma demissão, abertura dos livros de contas das empresas que demitem, efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público, redução da jornada sem redução salarial e salário mínimo do DIEESE. Começar a funcionar como pólo, se apoiando nos setores mais avançados onde a esquerda anti-governista tem peso, pode ser um elemento explosivo pra conforma uma alternativa independente dos trabalhadores diante da crise do PT e para que não seja capitalizada pela direita. Chamamos novamente todos os setores a conformar este pólo e para tal achamos fundamental a realização das plenárias estaduais que foram votadas na reunião do Espaço Unidade de Ação e que até o momento não estão sendo convocadas.

 
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