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ACORDO ENTRE AS COREIAS
Nota sobre a declaração assinada por Kim Jong-un e Moon Jae-in
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1

Pode-se dizer que símbolos não faltaram, no entanto tudo foi mais complexo na hora de firmar os acordos.

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O encontro histórico entre Kim Jong-un e Moon Jae-in teve muitas semelhanças com a recente reunião entre Trump e Macron, a simbologia teve em ambos os casos mais foco do que os acordos reais. Houve abraços, apertos de mão, plantação de árvores e chegaram até a caminhar de mãos dadas demonstrando a boa química entre ambos. No meio da reunião entre os governantes de ambas as coreias, até mesmo a Casa Branca resolveu mandar um sinal e difundir as fotos da recente reunião entre o atual secretário de Estado estadunidense Mike Pompeo e o líder norte coreano Kim Jong-un na qual eles estão de mãos dadas com uma pomba branca ao fundo, assim pode-se dizer que símbolos não faltaram, no entanto tudo foi mais complexo na hora de firmar os acordos.

O encontro entre os líderes coreanos terminou com um documento com vários pontos entre os quais mencionam um plano de desnuclearização que será realizado um ‘desarmamento por etapas, à medida que as tensões militares se apazigue e que se realizem avanços substanciais para estabelecer a confiança militar”. Ou seja, não há uma só linha de proposta concreta. Há um outro ponto que assinala que “os dois líderes declaram diante da nossa gente (...) e do mundo todo que não haverá mais guerra na Península de Coreia e que começou uma era de paz”. Isso levou até o próprio Trump a saudar o acordo e afirmar no Twitter que a guerra na Coréia havia acabada.

Trump agradeceu ao presidente chinês Xi Jinping por dar início aos acordos. Uma relação que se mantém moldada pela declaração assinada por Kim e Moon na qual asseguram que ambas as coreias “procuram fazer encontros trilaterais que impliquem que ambas as Coreias e os Estados Unidos; ou melhor, que impliquem que as Coreias, os Estados Unidos e a China a declarar o fim da guerra e estabelecer um regime de paz permanente e sólido”.

Ou seja, a recente reunião entre Kim e Xi Jinping deixou claro que a China não poderia ficar por fora de um acordo entre as coreias e que terá uma decisão de peso em tudo que for discutido na tentativa de garantir uma península que não gere dores de cabeça a Trump mas mantendo um estado tampão como Coreia do Norte que não o separe da capacidade militar da Coreia do Sul, que recebe apoio dos Estados Unidos. Em última instância por trás do norte está a China e por trás do sul está os EUA, então esta desnuclearização deverá incluir um pedido da China de retirada das forças militares e nucleares da fronteira coreana, as bateria de mísseis e outros elementos que considere ameaçadores.

Por fora destes pontos a declaração desenvolve uma série de intenções gerais como a de manter conversas “regulares e francas” resolver os problemas de “crise humanitária” e participar em comum dos “próximos eventos desportivos”. Em última instância a intenção desta reunião era preparar o terreno para a questão que realmente importa que é a reunião entre Trump e Kim no próximo mês. Esta reunião mostrará as intenções reais de cada um dos lados e qual é o nível de acordo em um dos pontos mais centrais da geopolítica internacional.

 
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