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PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRÁS
Para acelerar privatização, Eletrobrás gasta quase R$ 2 mi para sujar a própria imagem
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Desde setembro do ano passado, a empresa estatal Eletrobrás assinou um contrato com uma assessoria de imprensa, pagando-lhe quase 2 milhões de reais, para que viabilize e acelere a privatização da empresa estatal de energia.

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As palavras oficiais utilizadas são “desestatização” ou “democratização do capital”, mas é bem sabido que na realidade se refere à privatização da empresa estatal de energia, Eletrobrás. A privatização dessa empresa é um dos ataques do governo golpista de Temer, tanto que, em setembro de 2017, a estatal assinou com a RP Brasil Comunicações, do grupo FSB Comunicação – maior assessoria de imprensa do país – um contrato que visa acelerar e possibilitar a privatização da estatal.

“Assessorar a Eletrobrás na comunicação relativa ao projeto de acionista majoritário de desestatização da empresa”. Esse é um trecho presente no contrato assinado, caracterizando o objetivo do contrato, obtido pela reportagem via Lei de Acesso à Informação (LAI) e acessado através da matéria do jornal online “Rede Brasil Atual”.

A empresa de energia pagou um valor de contrato de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil reais) para que se começasse a falar mal de seu funcionamento e gestão, apresentando suas mazelas e defeitos, a fim de obter opinião pública e ambiente favoráveis à privatização da Eletrobrás.

A empresa estatal nega tal viés, reiterando que o contrato possui a necessidade se “preservar a imagem positiva da empresa”. Entretanto não nega que a divulgação “não omite dados negativos como prejuízos financeiros ou dívida bruta superior a R$ 45 bilhões”.

No contrato é colocado que os pagamentos entre contratante e contratada serão feitos quando da “entrega dos relatórios mensais elaborados pela contratada correspondentes à consolidação dos resultados alcançados”. Quando requerido o acesso aos relatórios através de novo pedido de Lei de Acesso à Informação, a reportagem recebeu resposta negativa, já que, como apontado, “vale ressaltar que a divulgação de informações acerca do Contrato com a RP é tão sensível que pode trazer prejuízos ao denominado processo de democratização”.

Desde o golpe institucional, quando em 12 de maio de 2016, Michel Temer assumiu de forma interina a presidência do país, é visto que a privatização da Eletrobrás é uma das prioridades do plano de ataques do governo, que já editou três Medidas Provisórias (MP) para poder tornar possível a venda da empresa estatal de energia.

Inclusive, no dia de ontem, 24 de abril, Temer fez uma reunião no Palácio da Alvorada a fim de concretizar a aprovação das medidas provisórias paralisadas, apresentando como pauta prioritária a privatização da estatal Eletrobrás, como já apontado pelo Esquerda Diário aqui.

Na propaganda pela privatização da Eletrobrás, o governo divulga o valor de R$ 12,2 bilhões que deve ser alcançado no processo de “democratização do capital”. Entretanto, já se foi avaliado e o valor patrimonial da estatal é de pelo menos R$ 46,2 bilhões e o total de ativos da empresa chega a R$ 170,5 bilhões.

A Eletrobrás é patrimônio público do país, sendo uma das maiores produtoras de energia do Brasil. A privatização da Eletrobrás é a antessala de outros planos desta ordem. O contrato divulgado, os valores analisados e a política da direita, nada mais demonstram do que a prioridade em manter, garantir e aumentar os lucros dos empresários. E é sabido que com a entrega da empresa estatal ao capital privado, quem pagará pelo aumento das tarifas, piora e precarização dos serviço e pelo lucro dos capitalistas serão os milhões de trabalhadores do país.

 
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