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ANIVERSÁRIO METRÔ SP
Para não estragar "festa" do governo, Secretário acusa metroviários de sabotagem
Redação

No aniversário de 50 anos do Metrô de SP, enquanto a alta cúpula tentava fazer a “festa” na Estação Sé, o secretário de transportes Clodoaldo Pelissioni faz insinuações de sabotagem no sistema, acusando os metroviários, para isentar de responsabilidade a política do sucateamento e da política de privatização do governo.

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Nesta terça-feira (24), o Metrô de São Paulo fez 50 anos desde a sua inauguração. A comemoração estava programada para às 10h, na Estação Sé: uniformes novos, as paredes pintadas, todos os problemas maquiados para a presença da alta cúpula da empresa. Mas a realidade bateu a porta para estragar a “festa” programada, ao som da apresentação de música clássica da Estação Sé, o caos se instalava nas catracas devido ao problema na Linha 1 – Azul que ficou inteira paralisada por uma hora, devido à falta de energia de Luz a Vila Mariana.

Enquanto os metroviários da estação, operadores de trem e manutenção lidavam com o caos instalado nas estações e no sistema metroviário, o secretário de transportes, Clodoaldo Pelissioni, réu no processo por improbidade administrativa, fazia declarações à mídia acusando os metroviários e insinuando que a falha teria sido uma sabotagem que apenas uma pessoa com “conhecimento metroviário” poderia atuar.

"É um absurdo o secretário de transporte fazer esse tipo de declaração, principalmente porque tudo até agora indica que não houve nenhuma violação, mas sim expressa o sucateamento do sistema que gera panes e falhas todos os dias. O secretário deve responder judicialmente por esse tipo de declaração mentirosa, que só tem um objetivo, o de isentar o governo da responsabilidade da política de privatização e os transtornos que ela causa para os trabalhadores e usuários do sistema", diz Daphnae, metroviária da Estação Sé.

Felipe Guarnieri, operador de trem e cipista eleito da Linha 1 – Azul afirmou: "A bancada eleita da CIPA da Linha 1 - Azul já entrou com pedido de reunião extraordinária. Os trabalhadores e usuários do sistema sofreram risco eminentes de acidente no sistema por mais de 2 horas. Uma reunião extraordinária deve esclarecer o motivo da pane e desmentir as absurdas acusações do secretário de transporte".

Na festa de 50 anos para a alta cúpula a última coisa que realmente importa é o transporte público. A empresa é fonte de dinheiro para as campanhas do PSDB, escândalos e escândalos de corrupção envolvendo a alta cúpula de maçons e psdbistas: o mais recente foi o processo de improbidade administrativa pela compra de trens para a Linha 5 – Lilás, no qual se gastou R$ 635 milhões de reais para depois os trens ficaram encostados. Toda alta cúpula da empresa foi para o banco dos réus neste processo, do Secretário de Transportes, Clodoaldo Pelissioni, ao presidente atual de Metrô, Paulo Menezes Figueiredo. É também o que mostra a velocidade recorde com que o Alckmin nos seus últimos meses de governo inaugurou diversas estações a Linha 5 – Lilás e da Linha 15 – Prata sem condições mínimas de trabalho aos metroviários como água para descarga (!).

A empresa é cabide de emprego para pessoas como Eduardo Maggi, assessor executivo que faz não sabemos o quê para ganhar R$ 20 mil reais por mês e que foi pego pelos seguranças do Metrô numa estação assediando sexualmente uma usuária do sistema, tirando fotos dela. A punição da empresa que diz às mulheres “vocês não estão sozinhas” foi o afastamento remunerado do executivo, ou seja, férias. O assediador ganha por violentar uma mulher o presente de não trabalhar e ainda receber salário até que as investigações sejam concluídas. Engraçado que para o operador de transporte metroviário, Valter Rocha, que sofreu racismo por parte do usuário, a conduta do Metrô foi demiti-lo sem nem mesmo perguntar para o metroviário o que havia ocorrido.

Para os metroviários e a população, não há nada que comemorar. O Metrô de SP está sendo desmontado, sucateado com menos investimentos e cada vez mais falhas nas linhas e nos trens, privatizado como recentemente ocorreu com a Linha 5 – Lilás. Hoje é a inauguração de máquinas de vender bilhete na Estação Sé, cujo objetivo é ajudar na terceirização da bilheteria que passará a ser operada pela empresa Liderança. É o dinheiro da população que está indo pelo ralo nos contratos superfaturados e nos atrasos das obras de expansão, enquanto a alta cúpula ganha muito com tudo isso. Não há o que comemorar.

A absurda declaração do Secretário mostra que hoje deveria ser um dia de luta dia trabalhadores junto com à população contra a privatização do Metrô de SP. Nesse sentido, foi um grande erro ter se encerrado às pressas a campanha salarial por parte do Sindicato. Perdeu-se uma grande oportunidade de estragar essa festa midiática e demagógica da empresa e do governo junto a população, marcando esse dia como de resistência contra os ataques aos direitos dos trabalhadores e em defesa de um transporte público e de qualidade da população. Essa aliança dos trabalhadores com usuário é fundamental para levar a frente um programa que retire das mais dos capitalistas e corruptos o controle do sistema metroviários, pois nas mãos deles o transporte será entregue de graça a inciativa privada, e colocar nas mãos dos trabalhadores e da população.

 
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