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CAMPANHA SALARIAL METRÔ
Campanha salarial dos metroviários de SP é fechada as pressas pelo Sindicato
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP

O acordo foi fechado na ultima assembleia, quinta feira 19/04, sem alterações no acordo coletivo e com reajuste salarial aproximado de 1,8%, porém seguem os ataques da privatização e terceirização.

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Com a alta cúpula toda respondendo processo de improbidade administrativa na compra de trens da linha 5, e com o novo governador Marcio França morrendo de medo de uma greve em ano eleitoral, a direção do Metrô de SP apelou para o terrorismo e chantagem política na campanha salarial.

Primeiro, ameaçou destruir o ACT e acabar com plano de saúde dos metroviários em base as novas leis da reforma trabalhista, depois quis tentar condicionar politicamente o fechamento da campanha com a reintegração dos demitidos da greve de 2014.

Os coordenadores ligados à CTB, PSTU/ CSP- Conlutas e Unidos Pra Lutar/ LS e grande parte da diretoria do sindicato mais uma vez caíram na tática da empresa, e assim como no ano passado, encerraram às pressas a campanha salarial.

Da CTB que é a corrente majoritária na diretoria isso já era esperado, não só pelo apoio que o PC do B vai dar a Marcio França nas eleições, como a partir da falsa tese de que "não é possível lutar por conta da onda fascista", a mesma retórica utilizada pela central para trair as lutas pelo Brasil a fora em detrimento de prevalecer sua estratégia eleitoral e de conciliação de classe.

Agora, do setor da oposição como o PSTU que realmente fica difícil de entender. Justamente, os que parecem fingir que não há ataques da direita, que não existe golpe institucional em curso, chamam a "Rebelião " e dão entender a todo momento que estamos em meio a um processo revolucionário na situação, na assembleia também defenderam o fechamento do acordo dizendo "não haver condições de mobilização".

O fato é que para esconder a ausência de mobilização durante toda a campanha, tanto a ala majoritária como os outros setores da esquerda que compõe a oposição, preferiram responsabilizar a categoria, postergar a luta, ao invés de assumir a batalha contra o governo e a direção da empresa.

Veja a declaração do Movimento Nossa Classe- Metroviários (composta pelo MRT e trabalhadores independentes), com a posição defendida pela corrente na assembleia.

MAIS UMA CAMPANHA SALARIAL FECHADA AS PRESSAS

Como era de se esperar a direção do Metrô jogou sujo. Apresentou os cálculos errados para não assinar o acordo (que deveria ser assinado durante a semana) da reintegração dos demitidos aprovado em assembleia, e assim realizar uma chantagem política com o objetivo de encerrar a campanha salarial.

Estávamos fortalecidos, os demitidos foram reintegrados pela força da solidariedade de classe dos metroviários, ganhamos a ação de representação sindical dos trabalhadores da Linha 4, e depois do teatro que foram as reuniões de negociação, após a reunião com os coordenadores do sindicato, em tempo recorde o presidente do Metrô retirou todos os ataques que estavam ameaçando.

Do outro lado, toda a alta cúpula da empresa virou réu na justiça por improbidade administrativa na compra de trens da linha 5, Márcio França não queria de jeito nenhum uma greve ou mobilização, principalmente na semana que vem para não estragar a "festa de aniversário" na Estação Sé onde o governador vai fazer seu comício eleitoral e demagogia com a população, apresentando os novos uniformes.

Por isso, quiseram colocar a categoria na berlinda, sendo que a empresa e o governo de Marcio França que estavam nessa situação.

Era o momento de continuar a campanha salarial. Campanha essa que já não estava sendo construída na base. Poucas setoriais, nem adesivos chegavam nas áreas, e como no ano passado foi fechada as pressas.

Os coordenadores e a diretoria do Sindicato defenderam em sua maioria o fechamento do acordo.

Tínhamos mais uma semana para usar colete, retirar uniforme, fortalecer as setoriais, marcar um indicativo de greve, e mostrar que não iríamos cair na chantagem do Metrô.

Entretanto, a maioria da diretoria do Sindicato mais uma vez responsabilizou a categoria, e postergou novamente a luta. Enquanto isso, os trabalhadores da estação seguem com seus direitos sendo atacados, e a privatização e a terceirização continuará avançando no Metrô, inclusive com novas demissões a exemplo das que tiveram recentemente pela política do "Conte Comigo". Muitos metroviários seguem sem ter seus salários equiparados, e parte deles sequer recebem o piso da nova função. Sem contar o ínfimo reajuste calculado pela FIPE que não chega nem perto de repor em alguma parte as perdas tidas pela inflação.

Se continuarmos adiando essas batalhas, podemos perder a Guerra, e a privatização seguirá avançando, já que para atacar a direção da empresa mostrou que não precisa ser na campanha salarial, ainda mais com a reforma trabalhista em curso.

Até quando a maior parte da diretoria do sindicato cairá nessa manjada tática da direção da empresa que faz terrorismo com a categoria, ameaça com um monte de ataques, e depois retira tudo para ficar num "0x0", que favorece o governo?

Além disso, os metroviários irem para a luta nesse momento político do país, seria uma referência para que outras categorias também resistissem aos ataques da reforma trabalhista, marcados pela continuidade do golpe institucional, que atenta também contra as liberdades democráticas da população.

Justamente, por todos esses fatores nos do Movimento Nossa Classe fomos contra o fechamento do acordo na ultima assembleia. Posicionamento que apesar de não ter sido majoritário, teve uma votação expressiva, e que não a toa em cada local de trabalho vem surgido tantos questionamentos corretos do porque ter fechado a campanha com tanta pressa.

E também por isso, não devemos baixar a cabeça. As lições que devemos tirar desse processo é a necessidade de fortalecer uma alternativa baseada na independência política dos trabalhadores, que supere o papel que vem cumprindo as atuais direções. Para isso, realizaremos nesse mês de maio, convocando em todas as áreas, uma plenária para debater balanço da campanha e como dar continuidade em fortalecer a luta da categoria.

Procure um ativista do Nossa Classe - Metroviários e participe!

*Movimento Nossa Classe- Metroviários*

 
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