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ATAQUE AO SUS
O ministério da saúde adverte: políticos se reúnem para planejar a "morte do SUS"
Amanda Navarro

Cúpula de políticos aliados ao grande empresariado do setor de Saúde, se reuniram em Brasília para debater "a ousadia de criar um Novo Sistema de Saúde". O projeto de fundo é acabar com o SUS, repassando ainda mais suas verbas para planos de saúde.

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Dia 10 de abril, aconteceu o "1º Fórum Brasil - Agenda Saúde: a ousadia de propor um Novo Sistema de Saúde", que reuniu toda a cúpula do governo golpista, do Ministério da Saúde à deputados e senadores. Juntos, planejaram, em resumo, a morte do SUS.

A proposta apresentada consiste em desmontar o SUS através do aprofundamento da falta de repasse de verbas, arreganhando as portas para os empresário da saúde privada. O ex-ministro da Saúde do governo Collor e ex-deputado pelo partido DEM, Alceni Guerra, defendeu durante sua apresentação um projeto de saúde, o repasse das verbas que são destinadas aos SUS para os atendimentos de Alta Complexidade dos planos de saúde. Para ficar ainda mais claro, a proposta defendida por Guerra é usar dinheiro público destinado ao SUS para a saúde privada.

Apresentação de slide realizada neste fórum, denunciando o projeto nefasto que o governo e empresários da saúde tem para o SUS. (Fonte: Integra - Movimento por uma psicologia coletiva)

O atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, já sinalizou seus anseios em acabar com o SUS e dar espaço, de vez, para a saúde privatizada, retrocedendo em anos o avanço que significa o SUS em termos de assistência à população trabalhadora e pobre. Os entusiastas da saúde no modelo americano, deixam claro sua parceria com os capitalistas da saúde, que muito lucram vendendo e negociando todos os aparatos médicos.

veja também: Ministro de Temer financiado por planos de saúde autoriza expansão de seus negócios

O projeto de por fim ao SUS não é recente. Desde a Constituição de 88, que o criou, já estava ali a base que minaria um sistema público e universal de saúde: permitir que a iniciativa privada complemente a oferta de saúde. Depois disso, todos os governos que se seguiram, inclusive o do PT, promoveram um subfinanciamento do SUS. Depois do golpe isso dá um salto. Uma das primeiras medidas do golpista Temer foi aprovar a PEC 55, que congelou os investimentos em saúde e educação por 20 anos, já entraria, pela outra porta, com a justificativa de necessidade de aumento da participação da saúde privada para sustentar o que o SUS, no discurso deles, não dá conta.

O ataque ao SUS é um retrocesso sem tamanho. É elementar o direito à uma saúde gratuita e de qualidade, ainda que os moldes do SUS. A cada dia, direitos são retirados dos trabalhadores e do povo pobre, e mais ataques colocados nos seus lugares, para que sejamos nós aqueles que levarão nas costas a crise dos capitalistas. O golpe abriu caminho para que rapidamente avancem sobre os direitos democráticos mais básicos, como acesso à saúde e até mesmo o direito ao voto, como ficou claro na condenação arbitrária de Lula.

A luta em defesa ao SUS parte da defesa do direito universal ao acesso à saúde, mas não se esgota em si. Em uma coisa os políticos aliados aos empresários da saúde não erraram: precisamos de ousadia para construir um novo modelo de saúde. Entretanto, não o que eles propõe, que é privatizar um setor que é vital para as empresas médicas que lucram em cada mísera doença dos trabalhadores e pobres. É preciso ousar, para lutar por um sistema de saúde que possa oferecer e subverter a lógica de saúde da medicina atual, moderna e capitalista: que parta da prevenção, que pesquise, produza e faça saúde por outra ótica que não o lucro.

E para este objetivo, somente os trabalhadores à frente, em aliança com os usuários e estudantes da saúde, de uma luta organizada pode de fato subverter e reconstruir não só as bases da medicina, mas de antemão as bases de uma nova sociedade.

 
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