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CAMPINAS
Em Campinas, população sofre no Hospital Ouro Verde por descaso de Jonas Donizette
Redação Campinas e região

As pessoas que recorreram ao Hospital Ouro Verde nesta segunda, 9, se depararam com até dez horas nas filas de espera para receber o pronto-atendimento. Uma realidade que se agrava pelas péssimas condições do Hospital, como a falta de água e de ventilação, que levaram a novos incidentes e riscos para os pacientes que precisaram esperar quase o dia todo para serem atendidos.

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As justas reclamações e incompreensão da população diante da demora e da falta de equipe profissional para prestar o atendimento provocou revolta, sendo que a Guarda Municipal foi acionada. Essa situação chamou a atenção da mídia e, mais uma vez, o Hospital que foi uma das principais propagandas da última campanha do prefeito Jonas Donizette vira manchete, se mostrando no centro do caos da saúde em Campinas.

Depoimentos de pacientes revelaram que haviam apenas três médicos realizando o atendimento a todos, o que explica as longas horas na fila e demonstra um completo descaso, já que o Hospital Ouro Verde recebe a demanda de duas das regiões mais populosas da cidade, a região do Ouro Verde é a do Campo Grande.

A falta de médicos e profissionais que atendam à demanda é um fato no Ouro Verde. Entretanto, a despeito do que a mídia oficial busca afirmar, tal ausência tão sentida pela população não é decorrente da "pouca vontade" dos trabalhadores do Hospital, mas, sim, é de responsabilidade da prefeitura e dos designados à sua direção.

Não a toa o ano de 2018 começou com a greve dos trabalhadores do Ouro Verde, que levaram a denúncia da irresponsabilidade da prefeitura e direção do Hospital, bem como expuseram a realidade de precariedade que são submetidos, o que impede que possam oferecer melhor seus serviços. A falta de contratação, falta de direitos dignos e a presença de medidas abusivas louvadas na nefasta Reforma Trabalhista vão contra os trabalhadores, como o cada vez mais presente trabalho intermitente, que está na conhecida "pejotização" (contratações avulsas de médicos, por exemplo, que são tidos como pessoas jurídicas). Ataques que se estendem ao Hospital Mário Gatti e aos postos, incluindo o fechamento de várias Unidades de Pronto Atendimento, como a UPA central.

Além disso, no ano passado veio a público o grande esquema de corrupção da Vitale, Organização Social que era responsável pela administração do Hospital e desviou milhões no exercício de sua função, com envolvimento de altos funcionários da prefeitura, sendo que o próprio prefeito está sendo investigado. Este fato, que só demonstra onde está uma das raízes do problema da saúde campineira (a privatização), está cada vez menos lembrado nas reportagens do Correio Popular, não sendo associado ao caos em que se encontra o Hospital. Isso talvez porque até mesmo um dos chefes da Rede Anhanguera de Comunicação, responsável pelo Correio, está envolvido nas investigações junto ao seu amigo Jonas.

As pessoas que dependem da saúde pública em Campinas estão inconformadas com o descaso que encontram com suas vidas e de seus familiares. E é fundamental que essa revolta se volte contra os responsáveis autênticos. Nesse caso, usuários e trabalhadores da saúde devem se unir para enfrentar cada ataque vindo da prefeitura e empresários a esse serviço tão fundamental. Primeiro toda a rede de saúde deve pertencer integralmente ao município e não àqueles que somente buscam lucrar. E essa rede de saúde estatizada deve ser gerida e controlada em cada detalhe por seus próprios trabalhadores, que devem ser valorizados e não precarizados, juntamente com a população.

 
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