Dirceu é acusado de ter recebido propina de fornecedores da estatal. Ele já cumpria pena de 11 anos e dez meses, que lhe foi imposta por envolvimento no mensalão.
O político, de 69 anos, passou um ano detido, mas obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) o benefício de prisão domiciliar e cumpria a condenação em sua residência em Brasília.
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos do caso em primeira instância, considerou que o ex-ministro não podia manter o benefício, não só porque a investigação aponta que ele também está envolvido nesse assunto, mas porque suspeita que recebia propina da rede de corrupção na Petrobras ainda estando sob detenção.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), parte do dinheiro desviado da petrolífera era entregue a Dirceu através da empresa de consultoria jurídica JD, de sua propriedade, que era "contratada" para operações "de fachada" por empresas privadas envolvidas no caso de corrupção na Petrobras.
Na véspera, o PT divulgou uma nota na qual negou ter participado de “qualquer esquema de corrupção” e destacou que todas as doações que recebeu foram “legais”. O documento, de duas páginas, não há menção à situação de Dirceu.
A postura atual da legenda contrasta com a adotada na época em que o ex-ministro foi condenado no julgamento do mensalão do PT. Na ocasião, a sigla manifestou apoio ao ex-dirigente.
Depois da entrevista coletiva, em conversa com jornalistas, Rui Falcão explicou que o PT decidiu não citar Dirceu porque as acusações que pesam contra o ex-ministro dizem respeito à atuação dele como consultor, não como membro do governo.
Para tentar preservar a pouca legitimidade que ainda resta ao governo petista, Dilma é obrigada a tentar separar-se da tradição fisiológica de históricos dirigentes do PT. É improvável que esta tentativa barre a crise do PT.
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