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USP
DENÚNCIA: Segregação e precarização nos bandejões da USP
Redação

Há uma semana, a terceirização avançou ainda mais na USP e o setor de louça do restaurante universitário central passou a ter trabalhadores terceirizados. O resultado é jornadas extenuantes, segregação, assédio moral e precarização.

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No dia 8 de março, a reitoria da USP, sob o comando de Vahan Agopyan, deu mais um passo para precarizar ainda mais as condições de trabalho na USP. Ocorreu nesse dia o pregão que terceirizou a sala de louça do bandejão central. Um verdadeiro absurdo que justamente no dia 8 de março a reitoria aprove uma medida que significa impor condições subhumanas de trabalho para as mulheres terceirizadas, em uma unidade onde a maioria dos trabalhadores são mulheres.

Há uma semana, os trabalhadores terceirizados contratados iniciaram o trabalho. Em uma semana de pouco movimento na USP, pois era semana sem aulas, o resultado foi terrível. Trabalhadores caindo em lágrimas por causa do trabalho exaustivo; segregação, e trabalhando nessas condições sem poder comer dentro do próprio restaurante onde trabalham e com a ameaça de serem proibidas de usar o vestiário e as dependências do restaurante como qualquer outro funcionário.

Esta situação provou uma enorme indignação entre os trabalhadores efetivos do bandejão que imediatamente tem demonstrado das mais variadas formas a sua solidariedade aos trabalhadores terceirizados. Esta situação já seria indignante em qualquer lugar mas se torna ainda mais terrível ao saber que em uma cozinha industrial que produz 7 mil refeições diárias e em que toneladas de comida são jogadas no lixo ou doadas a reitoria e a administração da Superintendência de “Assistência Social” da USP, não se podem servir 7 pratos de comida para os trabalhadores terceirizados.

O trabalho, que já era extenuante, que seria realizado por 14 pessoas, está sendo feito por apenas 7 funcionários, escancarando a face da terceirização que é superexplorar os trabalhadores para aumentar os lucros dos empresários.

Atualmente, a ampla maioria dos trabalhadores efetivos já sofrem com doenças ocupacionais dada a sobrecarga de trabalho. Não é difícil imaginar o que em pouquíssimo tempo acontecerá com os trabalhadores terceirizados. Além dos contratos de trabalho precários , com baixíssimos salários e onde demissões e falta de pagamento são recorrentes, o tipo de trabalho a que estão sendo submetidos, ainda mais precário do que já está acontecendo nos bandejões, vai acabar com seus corpos. Mas mesmo depois que saem do trabalho a segregação continua pois os terceirizados não podem se locomover usando os ônibus circulares da USP (em que todos os estudantes, funcionários e professores da USP usam gratuitamente) pois não tem acesso sequer ao cartão de transporte BUSP.

A partir das denúncias recebidas sobre a situação dos trabalhadores terceirizados no restaurante central o Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), organizou um abaixo assinado, que deve circular em todas as unidades, exigindo:

1) condições dignas de trabalho para os trabalhadores terceirizados;

2) pelo direito de que possam se alimentar nos próprios restaurantes assim como os trabalhadores efetivos e usar os vestiários e dependências dos restaurantes da USP;

3) Direito ao cartão BUSP para que possam se locomover dentro da universidade como os demais estudantes, professores e trabalhadores efetivos;

4) Nenhuma punição aos trabalhadores terceirizados.

A situação absurda a que estão submetidos os trabalhadores terceirizados no bandejão central é a mostra viva do que significa a terceirização e a sede de lucro capitalista. Por isso precisamos levantar com força a luta contra a terceirização, em defesa dos trabalhadores terceirizados e exigindo igual direito e igual salário aos trabalhadores terceirizados imediatamente, e levantando também a necessidade de efetivação de todos os trabalhadores terceirizados, sem a necessidade de concurso.

Segue abaixo o teor completo do abaixo assinado:

Abaixo a segregação na USP! Condições dignas de trabalho e respeito aos terceirizados!!

Os bandejões da USP estão sendo cada vez mais terceirizados devido à falta de contratação de funcionários para atender a alta demanda de um trabalho exaustivo que levou ao adoecimento de boa parte do quadro atual de funcionários efetivos. Uma das conseqüências da terceirização é a divisão dos trabalhadores e a contratação de funcionários com menores direitos e salários. No restaurante central, onde recentemente se terceirizou a sala de louça, os terceirizados são submetidos a uma situação completamente desumana de trabalho, com um quadro insuficiente de funcionários. Além disso, mesmo trabalhando dentro dos restaurantes são proibidos de comer dentro dos bandejões e estão sob a ameaça inclusive de não poder usar sequer os vestiários

Frente a essa situação os abaixo assinados vem solicitar da reitoria e da Superintendência da SAS: 1) condições dignas de trabalho para os trabalhadores terceirizados; 2) pelo direito de que possam se alimentar nos próprios restaurantes assim como os trabalhadores efetivos e usar os vestiários e dependências dos restaurantes da USP; 3) Direito ao cartão BUSP para que possam se locomover dentro da universidade como os demais estudantes, professores e trabalhadores efetivos; 4) Nenhuma punição aos trabalhadores terceirizados

 
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