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UNIFESP SANTOS EM GREVE
Em Santos ato contra a o corte de bolsa estudantil reúne centenas de estudantes da Unifesp
Christina Albuquerque

As ruas de Santos abriram espaço aos estudantes, no dia 27 de março de 2018, para o primeiro ato público após a instauração da greve estudantil na Unifesp, num protesto contra os cortes do auxílio estudantil.

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O motivo da mobilização refere-se à conjuntura de desmonte da educação pública, tendo como estopim a redução do auxílio permanência, e consequentemente o comprometimento de centenas de pessoas na universidade. Foi realizado o anúncio de que a PRAE UNIFESP (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) interrompe, a partir de abril, a concessão da bolsa de 318 estudantes da graduação na semana anterior ao ato, dia 22, sem propor outras maneiras de assegurar por ora a permanência destes estudantes.

Por meio de um processo democrático em Assembleia Extraordinária, na data de 26 de março de 2018 foi acordada uma paralisação da categoria estudantil de todos os institutos da Unifesp Baixada Santista. Interrompe-se as aulas na compreensão de que este tempo, energia e suor devem ser investidos numa causa maior, que é a defesa da educação pública de qualidade.

As estratégias de enfrentamento estão sendo traçadas desde já. Mais cedo no mesmo dia do ato, 27, a reitora Profª. Drª. Soraya Smaili marcou presença no auditório da unidade Carvalho de Mendonça, em Santos. Foi apresentado por ela que os cortes orçamentários vêm sendo realizados há anos pelo MEC, e que a tendência é que os mesmos se acentuem. No esclarecimento desta questão, compreende-se pela fala da reitora e dos estudantes que se pronunciaram que só uma radicalização da luta será efetiva, entendendo que radical significa ir até a raíz e intensificar o enfrentamento coletivo, junto à sociedade.

Às 19:30h, os estudantes seguiram pacificamente em marcha da rua Carvalho de Mendonça rumo à unidade Silva Jardim, traçando caminho pela av. Ana Costa, seguindo na av. Francisco Glicério e enfim à av. Conselheiro Nébias. Em meio à forte chuva que caía, nos cartazes e as vozes dos que ali se encontravam, dizia-se frases como “Não vai ter corte, vai ter luta!” e “Educação não é mercadoria”.

Em meio ao trajeto, na retaguarda aproximavam-se diversas viaturas acompanhando o movimento com as sirenes acesas. Na chegada ao prédio da Unifesp, após a entrada de todos, policiais militares se prontificaram na entrada. Um aglomerado de estudantes e docentes começou a se formar, indagando a necessidade da presença das fardas dentro daquele espaço, sendo que nenhuma transgressão havia sido cometida. Após um diálogo com a direção do campus, a PM se retirou e enfim pôde ser finalizado o ato. A ação de sair às ruas e expressar o protesto é válida e legítima, assim como a greve em si, pois a ocupação de um espaço público nunca se configura como qualquer tipo de violação.

A Unifesp é a primeira universidade em 2018 a declarar greve por razão desta conjuntura, na tentativa de começar a articular seriamente uma unidade de luta. É questão de tempo, e breve, até que outras instituições sintam de fato o peso dos cortes. É por isso que desde já que convida-se que a luta é de todos, que pensemos que a precarização do ensino gratuito e de qualidade, assim como do que é público e universal em geral, não pode ser tolerada de braços cruzados. O ato do dia 27 foi o primeiro de muitos, pois a luta é árdua e está muito longe de seu fim.

 
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