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UNICAMP
Biblioteca do IEL na Unicamp reduz seu funcionamento por falta de funcionários
Faísca Unicamp
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Em nota divulgada à comunidade acadêmica, a direção do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), afirmou que a biblioteca “Antonio Candido”, vai diminuir o horário de atendimento, porque não tem funcionários suficientes para manter o mesmo funcionamento da biblioteca, a segunda maior da Unicamp.

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Há anos na Unicamp não há reposição de funcionários que se aposentam, ou por algum motivo deixam de trabalhar, questão que foi pauta inclusive da última greve de funcionários e estudantes em 2016. A não reposição acaba acarretando em mais trabalho para poucos funcionários, e em alunos bolsistas que acabam cumprindo a função de funcionário, tapando os buracos necessários, sem receber ou ter qualificação para tal. Este é o caso de muitos institutos na Unicamp, sobretudo os que são “menos lucrativos” do ponto de vista da iniciativa privada e portanto na universidade dos rankings, recebem menos verbas.

Essa foi a situação do IEL, que chega agora na maior expressão do descaso que tem a reitoria com os funcionários e o funcionamento da universidade. A nota divulgada, informa que a biblioteca não abrirá mais pelas manhãs a partir do dia 16, e se a situação continuar assim, a partir do ano que vem, pode também fechar a noite, abrindo somente no período da tarde, o que impede que estudantes que trabalham durante o dia possam usar a biblioteca. Além disso, a não reposição de funcionários já acarretam em dificuldades para realizar diversos serviços no interior da biblioteca, como catalogação e manutenção do acervo.

Como se não bastasse essa situação, a biblioteca há 5 anos sofreu um incêndio graças a falta de manutenção do prédio e da rede elétrica e mesmo depois de tanto tempo não houve qualquer reforma adequada para que esta situação não se repetisse, o que coloca em risco não só o acervo da segunda maior biblioteca da Unicamp, mas também o trabalho e a vida de estudantes e funcionários.

É um absurdo que quando funcionários se aposentem, depois de ter dedicado anos da sua vida ao trabalho na universidade e ao funcionamento das atividades, a única saída seja fechar as portas, não mais realizar as atividades, graças aos diversos cortes que a universidade vem sofrendo, que vão desde o governo estadual de Alckmin e também a reitoria que congela contratações, enquanto continua regada a altos salários e privilégios e entregando o conhecimento produzido na universidade às grandes empresas.

Estudantes e funcionários do Instituto estão se mobilizando contra esse absurdo, organizaram um abaixo assinado que pode ser assinado até segunda 18h na biblioteca, para ser levado na terça de manhã ao ato que ocorrerá no CONSU e também estão chamando todos a um debate na quinta, dia 05, às 16h, sobre essa situação.

Valéria Barbosa, trabalhadora do IEL disse ao Esquerda Diário: “acho que a atual situação da biblioteca do IEL nos mostra o significado das "Humanidades" para a atual reitoria e também para as anteriores! Afinal, a crise não se iniciou agora, certo? Fico pensando em alunos que chegaram e se formaram no IEL utilizando um "laboratório" que sofreu um incêndio e nada, nada foi feito em 5 anos! O que seria isso, senão descaso? Insignificância? Apatia? E os alunos? Onde estão? O que pensam disso tudo? Será que, como seus mestres, estarão formando suas bibliotecas particulares?
Acredito que esta movimentação é importantíssima! Pena que demorou tanto...
Mas, não podemos perder as esperanças, certo?! Ainda acredito que juntos, professores, funcionários e, principalmente, alunos podemos reverter esta situação!”

Somente a organização dos trabalhadores e estudantes pode dar uma saída a situação caótica da biblioteca, exigindo que se abram as contas da universidade para que possamos ver e decidir para onde vai o orçamento. A reitoria e o governo são responsáveis por toda essa situação, são completamente inconsequentes com o patrimônio público que demagogicamente dizem defender e não são eles que vão resolver nenhum problema, já que seus compromissos são com os lucros das empresas na universidade e não com a vida de funcionários e estudante.

Veja abaixo a nota divulgada:

A Direção do IEL comunica que a Biblioteca Antonio Candido se vê obrigada reduzir seu horário de funcionamento devido à falta de funcionários. Tivemos várias aposentadorias sem reposição nos últimos anos e, em 2018, com a aposentadoria de mais uma funcionária do atendimento, a situação se agravou ainda mais, sobretudo no período da manhã.

Estão previstas mais quatro aposentadorias nos próximos meses, o que colocará em risco o funcionamento noturno da Biblioteca a partir do início de 2019, se não houver contratação de técnicos e bibliotecários. Além das premências de balcão, já estão prejudicadas várias atividades especializadas, como catalogação, inserção e disponibilização de novos acervos (adquiridos via reserva técnica e outros recursos extraorçamentários) etc.

A Biblioteca já vem sendo afetada pelas aposentadorias - sem nenhuma reposição - desde 2015, mas o quadro ficou ainda mais sério a partir de 2017, quando o funcionamento nos três períodos (manhã, tarde e noite) passou a depender do apoio de bolsistas e estagiários, que atuam inclusive no balcão de atendimento, medida extrema e temerária, lembrando que se trata da segunda maior Biblioteca da Unicamp e do principal laboratório de ensino e pesquisa do IEL. Esse quadro geral vem sendo exposto à Administração Superior da Unicamp (Reitoria, CAD, CVND) há vários anos e, a partir do início de 2018, com a proximidade de nosso ponto crítico, temos reiterado enfaticamente a necessidade urgente de alguma reposição emergencial de funcionário.

Dada a situação atual, não será possível garantir o funcionamento pleno da Biblioteca - das 08:30 às 23:00 - já neste mês de abril, conforme anunciado na reunião da Congregação do dia 22/03.

A abertura da Biblioteca no turno da manhã (das 8:30 às 12:00) está garantida até o dia 13/04, com o esforço das Chefias da Biblioteca, que se revezarão no balcão de Atendimento neste período, em detrimento de suas muitas atribuições técnicas e gerenciais. Mas tal medida não poderá se prolongar, de modo que o fechamento no período da manhã deverá ocorrer a partir do dia 16 de abril, se não houver reposição de funcionários.

Atenciosamente,

Flávio Ribeiro de Oliveira
Diretor do IEL

 
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