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O AJUSTE NOS ESTADOS
Rio Grande do Sul: salários parcelados e servidores nas ruas
João Alberto
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Alegando não ter recursos em caixa, o governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB) lançou mais um ataque sobre o funcionalismo público estadual: o parcelamento dos salários de todos os servidores que recebem mais de R$2.150,00. Num momento em que a inflação beira os 9% nos últimos doze meses, pesando principalmente sobre os alimentos e a energia elétrica (em março deste ano a conta de luz aumentou em cerca de 40% em grande parte do RS), essa medida afeta fortemente o orçamento das famílias dos trabalhadores.

Na manhã desta segunda-feira, dia 3, várias ações de protesto contra o parcelamento dos salários foram realizadas. Rodovias foram bloqueadas em Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do estado, e em Guaíba, na Região Metropolitana. Por todo o Rio Grande do Sul escolas não funcionaram. Na capital Porto Alegre, centenas de servidores públicos realizaram um ato pelo centro da cidade, e se dirigiram para o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Uma comissão foi recebida pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, que afirmou que o parcelamento pode continuar nos próximos meses.

O governo do Rio Grande do Sul é conhecido pelos baixos salários pagos aos funcionários públicos. Por exemplo, é o estado que paga o menor piso salarial aos professores (R$1.260, sem levar em consideração os benefícios), descumprindo a lei nacional do piso. Uma das desculpas dadas desde muito tempo no estado para a desvalorização dos salários é a dívida com o governo federal, de cerca de R$50 bilhões (mais de duas vezes o valor da arrecadação anual do RS). Essa dívida foi renegociada em 1998. Na época, o governo gaúcho deveria pagar cerca de R$8 bilhões para a União, porém os altos juros fizeram com que o valor multiplicasse por seis, comprometendo o investimento nos direitos básicos, como educação e transporte.

O ex-governador Tarso Genro, mesmo sendo do partido da presidenta Dilma, não conseguiu o perdão da dívida. Seja no governo federal, onde mais de 40% do orçamento vai pro bolso de banqueiros e os trabalhadores são atacados (PL 4330, MPs 664 e 665), seja no governo estadual do PMDB, onde os investimentos e agora os próprios salários são secundarizados, a lógica é a mesma: manter os lucros de empresários e banqueiros, e cortar dos trabalhadores.

Para enfrentar mais esse ataque do pesado ajuste realizado em conjunto pela direita tradicional e pelo PT, entidades que reúnem servidores estaduais gaúchos, como o CPERS (Sindicato dos professores, que recentemente se desfiliou da CUT), estão chamando reuniões e atos nas próximas semanas, e uma grande assembleia unificada no dia 18 de agosto em Porto Alegre.

 
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