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PROFESSORES
A luta dos servidores municipais deve ser também a luta da Apeoesp
Marcella Campos
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A greve dos servidores municipais de São Paulo, com os professores a frente, completa hoje 12 dias. São 12 dias de atos massivos e combativos, um inclusive resistindo a repressão policial da guarda civil e da policia militar, e de uma greve que se fortalece todos os dias em cada secretaria municipal, em cada escola e em cada bairro, contra o projeto nefasto de João Doria, que quer confiscar até 19% dos salários dos funcionários da prefeitura.

São 12 dias também de completo silêncio e pasmaceira da Apeoesp, sindicato dos professores estaduais de SP.

A primeira resposta que Maria Izabel Noronha e a CUT, direção do sindicato, darão é que nós professores estaduais não temos nada a ver com essa greve. Mentira!

Cito abaixo alguns motivos para que a luta dos servidores e professores municipais de São Paulo seja também a luta dos professores estaduais:

1) João Doria quer ser governador para também tentar massacrar os servidores estaduais
João Doria, do PSDB, na prefeitura tratou logo de dar encaminhamento ao projeto do SampaPrev de Haddad, para se mostrar competente aos olhos da burguesia sedenta por descarregar a Reforma da Previdência nas nossas costas, o que não conseguiu fazer em âmbito federal, por conta do rechaço da população. Doria quer ser governador do estado de São Paulo e por isso precisa aprovar no município a sua própria reforma da previdência e dar um claro sinal de que esta disposto a fazer isso também estadualmente. Quer ser o "menino dos olhos" daqueles que querem tirar nossa aposentadoria a qualquer custo.

2) Aprovar a Reforma da Previdência fatiada regionalmente é o plano de Doria, Alckmin e Temer (e pode ser dos demais governadores e prefeitos também)
A Reforma da Previdência de Temer foi amplamente rechaçada pela populção, que demonstrou sua força no ano passado com duas greves gerais e a batalha de Brasília, mesmo com o freio das grandes centrais sindicais, como a CUT, CTB e Força Sindical. No carnaval deste ano com imensa politização nas ruas a população mostrou que esta disposta a seguir lutando contra trabalhar até morrer na miséria. Por isso Temer e os golpistas recuaram, não votando a Reforma, mas colocando uma absurda cortina de fumaça, a Intervenção Federal no RJ, que também é parte responsável pelo assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL no RJ. Agora querem passar o plano que aventaram no começo do ano passado, que pretendia atacar a aposentadoria dos trabalhadores de forma fatiada por estados e municípios.

Combater o SampaPrev de Doria é dar continuidade a luta contra a Reforma da Previdência, que nós professores estaduais tivemos grande atuação. As centrais sindicais, como a CUT e a CTB, diziam que parariam o país caso mexessem na aposentadoria. Pois bem, estão mexendo, e por isso é obrigação que coloquem a ameaça em prática. A Apeoesp é o maior sindicato do país e pode ser uma grande força para derrotar a Reforma da Previdência Fatiada dos golpistas.

3) Não faltam motivos para os professores estaduais lutarem
Poderíamos passar horas listando motivos para que os professores estaduais, que dentro das escolas demonstram estarem inspirados pelos professores municipais, façam parte da luta. São dezenas de milhares de demitidos, privatizações, atrasos no pagamento de direitos, precarização e fechamento de milhares de salas de aula. Alckmin deu um pífio aumento de 7%, que mais parece zombaria com a cara dos professores. Enquanto isso a Apeoesp segue de ação judicial em ação judicial, ou quando muito, "radicaliza" com uma mesa de negociação com a Secretaria de Educação.

Basta! É preciso tomar a luta dos professores e servidores municipais como um impulso para barrar os planos do outro pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que disse querer levar esse repertório de ataques para todo o país!

4) Uma só classe!
Já basta a burguesia, a mídia e os governos nos dividindo, incentivando o corporativismo e a ideia de que temos que olhar só para o próprio umbigo. Não pode ser que um sindicato de trabalhadores também incentive essa lógica, que só serve para que na disputa entre patrões e trabalhadores, eles possam nos dividir para conquistar. Se Doria vence os professores municipais, estará em melhores condições para aplicar contra todos nós a reforma da previdência. Por outro lado se os trabalhadores municipais vencem Doria, este não terá a minima condição de aplicar seus planos contra outros setores. Por isso temos que encarar como uma batalha nossa e se essas direções sindicais isolam cada setor em luta só pode ser com o objetivo de não vencer e assim cumprir seu papel histórico de "cão de guarda" dos interesses dos patrões e governos.

5) É também por Marielle
Enquanto os professores municipais voltavam a noite para suas casas, depois de um dia inteiro em uma verdadeira batalha campal contra a repressão de Doria e Alckmin em frente a Câmara, a população recebeu a notícia que nos tiraram uma das nossas. Assassinaram Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo PSOL e atuante contra a brutal violência policial no estado que hoje vive a intervenção federal de Temer. Não nos disseram, mas nós sabemos com certeza que o regime do golpe e a escalada contra os nosso direitos democráticos são culpados por essa morte!

Os servidores públicos municipais na última quinta-feira, impondo o grito de "Marielle, presente!", marcharam da frente da Câmara de São Paulo até a Avenida Paulista para unificar com o ato em repúdio ao assassinato de Marielle. Lutar contra os avanços dos ataques contra as nossas vidas é relembrar Marielle e fazer pagar os verdadeiros culpados por sua morte.

Por todos esses motivos o Nossa Classe Educação defende que a direção majoritária da Apeoesp (CUT e CTB) deixe de imobilismo e pare de fingir que nada esta acontecendo na cidade de São Paulo. Os professores municipais estão em luta e podem vencer Doria com sua greve histórica e precisamos seguir esse exemplo. A Apeoesp precisa chamar imediatamente reuniões regionais e uma assembleia, para que os professores estaduais tirem um plano para apoiar ativamente os servidores municipais, paralisando nossas escolas e tomando às ruas junto a eles.

Também por isso, fazemos um chamado a Oposição da Apeoesp para que leve com a gente essa batalha para as instâncias do sindicato, até que Bebel Noronha e toda a direção majoritária pare de atuar como freio da luta dos professores estaduais, que em suas escolas vibram com a luta dos professores municipais, seus colegas de categoria e de classe!

É possível derrotar Doria, Alckmin, Temer e os golpistas!

*Foto: Henrique Barreto

 
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