Empresária, mãe de debutante, contratou pessoas negras para se vestirem de escravas em ensaio fotográfico, no qual aparecem servindo sua filha. Quando combatida nas redes sociais, afirmou ainda que “racismo é uma acusação pesada”.
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O tema da festa será Jardim Imperial e, nas fotos, a aniversariante, branca, de 15 anos, aparece sendo servida por modelos negros vestidos de escravos. As fotos foram tiradas em um sítio na região metropolitana de Belém. Quando questionada, sua mãe, a empresária Bianca Castilho, considerou a acusação de racismo exagerada e ainda afirmou que não passou por sua cabeça menosprezar nenhuma raça, justificando que existem negros e indígenas em sua família.
O caso ganhou repercussão na internet. Sobre isso, a empresária declarou que “é fácil criticar sem ter base no assunto”. Afinal, tudo pelo “sonho de ter uma festa de 15 anos” de sua filha - até mesmo ser sinhá e reviver um período marcado pela escravidão do povo negro. Entretanto, assim como em todos o momentos da história, negros e negras se enfrentaram com tal manifestação de racismo e romantização do período escravocrata, que segue buscando representar os negros em posições serviçais, e a cerimonialista da festa foi obrigada a apagar a imagem e se retratar nas redes sociais.
Essa é mais uma mostra de todos os dias, nos quais, pelas mãos do Estado repressor e assassino, pela história que nos é contada pela burguesia e por meio das piores violências subjetivas e objetivas, esse sistema continua mostrando que é constituído pelo racismo. Assim como nos atos que tomaram o Brasil com o grito de dor e ódio de “Marielle presente”, milhares de negros e negras estarão na linha de frente de derrubá-lo.
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