As tropas estadounidenses estavam buscando membros da frente de Libertação Nacional (Vietcong). Mas só encontraram uma pequena população desarmada.
Violaram, torturaram, fuzilaram a quase todos os moradores incluindo mulheres, crianças e velhos. Queimaram as casa, colheita, o gado. Os sobreviventes foram abatidos jogando-os em poços e depois jogando granadas sobre eles. Os helicópteros metralhavam aqueles que tentavam escapar.
De acordo com a informação do Museu de My Lai, morreram 504 pessoas, entre elas 182 mulheres, 17 das quais estavam grávidas, e 73 crianças, inclusas 56 bebes. Aparentemente, apenas duas pessoas sobreviveram passando-se como mortas.
Alguns atribuem esse massacre à ferocidade e ambição do comandante da operação, tenente Willian Calley, que ordenou o assassinato de toda a população.
O tenente Calley
Apenas Calley foi condenado à prisão perpétua. Mesmo assim não cumpriu estando em prisão domiciliar por três anos e depois o presidente Richard Nixon o perdoou.
Mas Calley não era "louco fascista", sim encontrava-se no contexto da campanha "luta pela democracia contra o comunismo" que os EUA estavam realizando.
O imperialismo ianque quiz esconder com todas as suas armas que não conseguiu vencer uma população que o enfrentava desde o início de sua intervenção. População essa que já havia derrotado o imperialismo francês na batalha de Dien Bien Phu (1954).
Diante do fracasso do imperialismo francês em combater o avanço do "comunismo", os EUA invadiram o Vietnã do Norte (liderado por Ho chi Minh) em 1964. Mas não só não consegue avançar, como começam a aumentar suas baixas e os caixões transportados por aviões de volta para EUA. As mobilizações se espalham na casa do mesmo invasor, especialmente na juventude. A resistência para combater o Vietnã aumenta.
Em 31 de janeiro de 1968, o Vietcong lançou a ofensiva de Têt que foi um ponto de virada na guerra. Uma vez que "demonstrou os limites do imperialismo estadounidense e desencadeou a solidariedade com o povo vietnamita".
A ofensiva de Têt e a revelação do massacre de My Lai deram um impulso imparável ao movimento anti-guerra, que se expressou parcialmente na crise do Partido Democrata nos EUA.
Diferente da ofensiva de Têt (que tinha sido uma derrota militar para os vietnamitas) o massacre de My lai foi revelado apenas pelo jornalista Seymour Hersh em 13 de novembro de 1969.
Ainda hoje, ex-veteranos denunciam que o Pentágono em seu site omite ou distorce os eventos referentes ao que aconteceu em My Lai como um simples "incidente".
Três estudantes negros assassinados nos Estados Unidos
Em 8 de março, três estudantes (negros) serão assassinados em um campus universitário nos EUA, na Carolina do Sul. O racismo e o antiracismo também fizeram parte do fenômeno que se desenvolveu nos EUA nesses anos.
Enquanto isso, a Europa estava chegando ao fim de seu boom pós-guerra. Este será o quadro que abrirá as portas para a promoção do trabalho estudantil de 1968. Uma mobilização contra a Guerra do Vietnã na Universidade de Nanterre em 22 de março e sua repressão irá detonar o que será conhecido como o maio francês.
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