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IV Sarau Anticapitalista aconteceu no último sábado na Casa Marx
Equipe Sarau Anticapitalista

Casa Marx SP realizou no último sábado (10), mais uma edição do Sarau Anticapitalista

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Foi uma noite repleta de arte, em suas mais diversas manifestações. As exposições de João Alves e Paulo Brazyl, Letícia Oliveira - que trouxe uma exposição emocionante sobre trabalhadoras do bandejão da USP -, Allan Costa, Stephanie S. Oliveira e Weslley “Wes” Araújo, preencheram o espaço, além de uma mesa que questionava “onde está a mulher na literatura?” trazendo inúmeros livros de escritoras, incluindo escritoras brasileiras contemporâneas como Rita Isadora Pessoa, Bruna Mitrano e Adelaide Ivánova.

A programação audiovisual ficou por conta da Maria Helena Barros, que trouxe para o Sarau o doc experimental “A cama, o carma e o querer”, parceria da Cia Capulanas e NCA (Núcleo de Comunicação Alternativa). E as mulheres do Pão e Rosas também mandaram seu recado contra o machismo e o capitalismo em vídeos projetados no evento. Ainda rolaram intervenções cênicas de Tayla Fernandes e da Ana Taci. E como resultado da vivência de mulheres, realizada também na Casa Marx - SP, as participantes apresentaram uma cena, inspirada livremente na poesia de Gi Maria.

Essa edição também trouxe um lineup de peso de poetas, como a própria Gi Maria, Deh Torres, Paula Vaz de Almeida, Ian San, Winnie Arteira, André Nogueira, e Gabriela Farrabrás. Claro que rolou também muita poesia no mic aberto, com uma saudação especial ao poeta Victor Heringer, morto no ultimo dia 7, música e diálogos essenciais, incluindo também uma demonstração de tai chi chuan pela Aline Tofolli, trazendo à tona a importância de momentos como esse para o encontro e troca de impressões.

Passaram pelo Sarau também Carlos Carlos, que deu uma mostra de suas canções voltadas para criançada, Sassá Tumpinambá que levantou questões de suma importância sobre a influência da indústria farmacêutica e estética e as reverberações que essa influência traz para nosso cotidiano. Fernando Ferrari, articulador cultural e poeta da zona sul também veio conhecer o espaço e prestigiar o Sarau.

Uma novidade desse sarau foi o lançamento do seu primeiro zine, uma publicação independente, concebida e elaborada por toda a equipe do Sarau Anticapitalista, editada e feita manualmente pela também poeta Gabriela Farrabrás. O zine trouxe em si fotos, desenhos e poemas, e se esgotou no dia de seu lançamento. Voltará em edições futuras do sarau acompanhado de muitos outros, pois como escreveu Ian San em sua apresentação ao zine, esse é o primeiro de muitos!

Com o Sarau Anticapitalista, a Casa Marx - SP, que tem como projeto promover atividades políticas e culturais e que está localizada ao lado do metrô Vila Madalena, recebeu em torno de 70 pessoas, entre artistas, estudantes e trabalhadores, dando a cara do que vem por aí. Peças de teatro, oficinas, grupos de estudos e o Cinemarx farão parte da programação da Casa Marx este ano, efetivando a relação do espaço com o público e oferecendo programação cultural em contraposição à indústria cultural.

Mais uma vez o Sarau Anticapitalista serviu de palco e casa de diversos artistas subversivos que questionam a ordem, a censura e a repressão artísticas. Em edições anteriores, o Sarau se propôs a se enfrentar contra congelamentos de gastos que precarizam os mais diversos aspectos da nossa vida e contra a censura encabeçada pelo MBL e sua corja, agora, trazendo a temática da luta das mulheres o Sarau vem para celebrar a importância histórica do 8 de março, dia no qual ao contrário do que o senso comum diz, não existe para dar flores e bombons mas sim para relembrar a força das mulheres lutadoras, e porque não, para seguir firme na luta pelo fim do machismo, que ainda está longe de acabar.

Sabemos que a arte é emancipadora, mas que não é o único elemento para a emancipação da sociedade, então por que em meio a um contexto de crise no qual os trabalhadores pagam o preço, um contexto no qual querem calar até mesmo nosso direito ao voto, militantes do MRT e artistas independentes se reúnem para celebrar a arte livre? Porque justamente por ter em sua essência um aspecto subversivo e de questionamento da ordem, a arte é muitas vezes a única via pela qual muitos descontentamentos se expressam, e é vista como perigosa para aqueles que não desejam questionamento, que não desejam reflexão, e é nesse sentido que pensar uma arte revolucionária não pode se pautar em dogmas pré estabelecidos, como era o caso do “realismo socialista” pregado pela burocracia estalinista da URSS que como bem disse Eduardo Grüner, é “mal chamado em seus dois termos, já que muito pouco tinha de ‘realista’ a idealização imaginária de um sistema de despotismo burocrático retratado como paraíso proletário, e muito pouco tinha de ‘socialista’ esse próprio sistema encaramado em uma mentira gigantesca”.

A arte revolucionária é justamente a arte livre de qualquer amarra, e é justamente aí que reside o fato de que dentro de um sistema de exploração e opressão como o capitalismo ela nunca estará verdadeiramente livre, nesse sentido promover um espaço de livre manifestação artística é um ato de subversão que deve entusiasmar qualquer revolucionário.

Nós do Sarau Anticapitalista agradecemos a presença e a colaboração de todos e todas que fizeram desse encontro um grande momento de inspiração e impulso para que sigamos lutando contra o capitalismo e suas mazelas.

Convidamos todos a acompanhar os próximos passos do Sarau Anticapitalista seguindo o Instagram e a página da Casa Marx nas redes sociais:

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