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JUVENTUDE
VEM AÍ: Grupo de estudos Marx Voltou na UFABC
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC
Tauany Barbosa

Neste próximo sábado (17), a Faísca Anticapitalista e Revolucionária lançará o grupo de estudos “Marx Voltou” no campus Santo André da UFABC as 14 horas para debater os dois primeiro capítulos do livro Manifesto do Partido Comunista. Antes que algum liberal nos pergunte, queremos com este primeiro texto além de ampliar o convite aos estudantes da UFABC e também jovens de toda a região do ABC, responder uma velha pergunta: qual a atualidade de um texto escrito em 1848, afinal, porque Marx Voltou?

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O Brasil passa por uma enorme crise política, social e econômica. Fruto dos 10 anos da crise econômica mundial, e agora com a medida protecionista de Donald Trump em relação ao aço, espera-se muitas demissões combinada a mais ataques ao conjunto da classe trabalhadora, baseado no aumento da exploração em piores condições de trabalho, a partir da Reforma Trabalhista, e os demais ataques que vieram fruto do golpe institucional em 2016 que sequestrou o voto popular, para aplicar ataques ainda mais duros do que o Partido dos Trabalhadores já estava fazendo.

Crises... são uma das grandes reflexões de Marx e do marxismo revolucionário. Crises inerentes ao sistema capitalista, fruto da sua forma anárquica de organização econômica, da disputa interminável entre as burguesias e na maneira cruel e desumana com que se atira a classe trabalhadora a cada vez mais miséria e opressão, fazendo que apesar da globalização, o avanço dos regimes democráticos em grande parte do globo, da ˜revolução" tecnológica que faz com que nos comuniquemos em tempo real com pessoas de países distantes, enquanto Marx sequer conheceu a luz elétrica. Apesar de tudo isso, as pessoas seguem morrendo de frio em frente as lojas de cobertores e morrendo de fome em frente aos fast-foods e restaurantes, porque nossas vidas não valem mais do que o lucros patronais.

No ano do bicentenário de Karl Marx, o que iremos estudar?

Os dois primeiros capítulos do Manifesto do Partido Comunista: "Burgueses e Proletários" e "Proletários e Comunistas", iniciam uma das obras mais importantes do século XIX. Um dos livros que se generalizou pela classe trabalhadora e fez do comunismo não um sonho distante, mas um movimento real da classe trabalhadora. Em meio a Primavera dos Povos, Marx junto com seu companheiro Engels, escreveram para a Liga Comunista, que depois daria lugar a I Internacional Comunista, os fundamentos essenciais para se analisar a sociedade, e ir além, propor mudá-la.

Uma frase que as vezes fica secularizada na leitura do Manifesto, ou que pode ser encarada apenas como um jargão de esquerda: ˜A história de toda a sociedade até aqui é a história de lutas de classes˜, é talvez uma das mais profundas analises do marxismo revolucionário. A constatação da luta de classes como motor da história e como o seu produto é a única explicação materialista e racional para o desenvolvimento da humanidade, particularmente para o Brasil, nos apresenta uma outra leitura sobre a imensa opressão e exploração imposta a população negra, escravizada e sequestrada da África, que ainda antes do surgimento da classe operária brasileira - e depois com o seu surgimento - só confirmaram esta história contra a história oficial. Podemos então repetir o que CLR James, um marxista revolucionário dirigente do SWP americano disse "O único lugar onde os negros não se revoltaram são nos livros de história capitalistas˜.

Para alguns chocam a ideia de Marx - sim Marx - dizer que a burguesia teve um papel "altamente revolucionário". Mas para todo marxista, é inquestionável a profunda revolução que o capitalismo representou frente ao feudalismo. Isso em algum momento contradiz a luta pela sua destruição e a batalha por uma sociedade livre de opressão e exploração? Muito pelo contrário. Depois continua "Mas a burguesia não forjou apenas as armas que lhe trazem a morte; também gerou os homens que manejarão essas armas — os operários modernos, os proletários". É com esta perspectiva, de um marxismo como guia para ação, para derrotar os nossos inimigos de classe no Brasil e no mundo, que queremos estudar esta obra.

No segundo capitulo, se falará de fato sobre quem somos, os comunistas. Diferente de toda a visão folclórica da direita reacionária de tudo é comunista, inclusive o PT. Assim como contra também uma ideia de que "basta se autodeclarar comunista, que já o é", Marx aborda a relação entre a classe e o partido comunista, e que papel cumpre os comunistas no avanço da consciência de classe e no papel indispensável de ligar cada luta cotidiana, cada combate contra a opressão, contra a retirada de direitos, ou pelo aumento salarial e melhores condições de vida, de uma luta contra o capitalismo, a classe dos patrões, um todo indissolúvel.

As ideias comunistas para responder a realidade

Cada reunião de jovens, estudantes, trabalhadores que se discute um texto como este do Manifesto do Partido Comunista se abre uma faísca para resgatar a luta de milhares e milhões de anônimos que lutaram heroicamente pela transformação radical dessa sociedade. Desde importantes jacobinos, os socialistas filosóficos, os membros da I, II, III, IV Internacional - em cada momento histórico - os operários da Russia que conquistaram a maior obra da classe trabalhadora mundial, os operários da Alemanha, da Espanha, da China que fizeram grandes demonstrações da poderosa força dos trabalhadora, e porque não também os operários e jovens que completam 50 anos desde o inesquecível Maio Frances?

Lenin, um dos maiores dirigentes políticos da classe trabalhadora internacional dizia em O que fazer? Não existe movimento revolucionário, sem teoria revolucionária˜. Estamos com Lenin, na busca de resgatar as lições da luta de classes e propormos a ser continuidade deste movimento pela libertação do homem pelo homem. Num momento do Brasil, onde a direita golpista vem se fortalecendo e cada vez mais buscando retirar históricos direitos e reprimir com tudo as nossas liberdade, vemos uma insuficiência numa esquerda tradicional, que agora, demonstra cada vez mais claramente que não tirou nenhuma lição do ascensão operário e grevistico das décadas de 70 e 80 no Brasil, menos ainda sobre o PT como instrumento da conciliação de classe.

As ideias comunistas nunca foram tão realistas e tão capazes de desvendar os acontecimento políticos. Cabe a nós, o desafio de não nos acostumarmos com a miséria do possível, tampouco alternativas que não coloquem os verdadeiros problemas na mesa. Além do debate entre direita e esquerda, é preciso debater qual alternativa é preciso construir para responder na luta de classes, os nossos problemas. E invés de seguirmos resistindo, nos propormos a de fato vencer os nossos inimigos.

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Leitura Recomendada:

O manifesto do Partido Comunista
Capítulo 1: Burgueses e Proletários
Capítulo 2: Proletários e Comunistas

90 anos do Manifesto Comunista

Assista também a WebSerie Argentina produzida pelo Partidos dos Trabalhadores pelo Socialismo (PTS) integrante da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores.

 
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