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BOLETIM FAÍSCA UNICAMP
A juventude pode dar uma resposta à crise e à miséria capitalista!
Vitória Camargo
Mateus Vicente

A juventude, internacionalmente, vem cumprindo um papel de enfrentamento às misérias do capitalismo - dos postos mais precários que querem nos vender, como o telemarketing, aos transportes caros e precários que nos impedem o elementar direito de explorar e desfrutar dos nossos espaços. Com junho de 2013 no Brasil, Primavera Árabe em 2010, as lutas da juventude chilena por educação em 2011, do movimento Occupy Wall Street, os Indignados espanhóis, a juventude negra nos EUA com o “Black Lives Matter” e mesmo recentemente contra Trump e suas medidas xenófobas e racistas, vemos que a crise capitalista não consegue dar outra resposta à juventude, aos trabalhadores, mulheres, negros e lgbts, que não seja atacar nossas vidas em nome dos seus lucros.

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No Brasil, o ano de 2018 já começou dando sinais de que o golpe institucional de Temer, que ameaça nosso futuro e já aprovou PEC do fim do mundo, Reforma do Ensino Médio, lei que amplia a terceirização e Reforma Trabalhista, agora avança até mesmo sobre os direitos democráticos mais elementares da população nessa democracia degradada dos ricos. No dia 24 de janeiro, três desembargadores do TRF-4, regados a privilégios e altos salários, condenaram arbitrariamente até mesmo Lula, um conciliador de classes, para assim avançar sobre o direito democrático da população em decidir em quem votar, já que, com a condenação, Lula não poderá ser candidato às eleições.

O Judiciário se fortalece e com ele os métodos mais arbitrários e repressivos, que vão para cima dos jovens negros e negras, das organizações de esquerda, dos que lutam. Fortalece-se para poder dar uma saída que seja de interesse dos capitalistas, que é descarregar a conta da crise nas costas dos trabalhadores e da juventude. A reforma trabalhista é uma prova desse objetivo, com ela os bicos e trabalhos temporários que é como muitos jovens se viram para pagar as contas tornam-se uma regra e se amplia também a terceirização, assim trabalhamos mais, ganhando menos, sem nenhum direito e estabilidade.

Além disso, o Vampirão, como resposta a toda politização que se expressou no Carnaval com o desfile da Tuiuti e da debilidade do seu governo em aprovar a reforma da previdência para que que os trabalhadores morram trabalhando, intervém militarmente no estado do Rio de Janeiro, renovando os mecanismos do golpe. O presidente golpista fere os direitos da população carioca, dando a um general do exército superpoderes em suas mãos, à frente do Estado para reprimir e controlar a insatisfação dos trabalhadores, e principalmente da juventude negra, que são desde sempre os alvos da repressão da polícia. Por isso, nós jovens exigimos a retirada imediata das Tropas do RJ e o fim da intervenção!

O golpe também avança em outros terrenos, não só de forma material mas também ideológica, desde o ano passado vimos o conservadorismo censurando museus e debates em torno das questões de gênero e sexualidade e de debates políticos sobre a situação nacional do país. Na UNB, um professor foi proibido de dar uma disciplina que declaradamente dizia que era um golpe o que vivemos. Na UNICAMP, vimos também no ano passado, uma professora sendo ameaçada, por um pai de estudante, por debater em sala de aula questões relacionadas à sexualidade. Na educação, além da reforma do ensino médio, que rasga muitos diplomas de licenciatura e serve para determinar desde a escola qual estudante vai para universidade e qual vai trabalhar, o governo golpista ainda atacou o PIBID, um programa que tem como objetivo refletir a escola, para assim aumentar ainda mais o abismo entre a escola pública e a universidade. Também aprovou cortes monstruosos de bolsas como CNPq, atingindo principalmente as pesquisas que não servem diretamente aos empresários.

Nesse cenário político, de grandes ataques, mas também no qual a burguesia busca uma alternativa política para conseguir passar seus planos, como é a reforma da previdência, vemos uma grande crise de representatividade, de confiança nas alternativas políticas e eleitorais que estão em cena até então, e que se expressam com ainda mais força na juventude que ocupou as ruas em 2013 e as escolas em 2015. Essa juventude também busca uma saída à crise. Não podemos deixar que essa saída se apoie em candidatos como Bolsonaro ou no grupo MBL. Devemos batalhar para construir uma verdadeira alternativa que supere o PT pela esquerda, este que mostra sua posição passiva em relação ao golpe, dizendo, até mesmo, que devemos “perdoar os golpistas”, e vá na raiz de nossos males nessa sociedade de classes.

Nós jovens lutamos lado a lado aos trabalhadores para, ao invés de perdoar os golpistas, erguermos uma grande luta que não só defenda nossos direitos democráticos elementares, como é o direito de decidir em quem votar, e revogue os ataques de Temer que já foram aprovados, mas que também imponha com a força da mobilização uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que possamos mudar não só os jogadores da política podre, mas também poder decidir as regras do jogo, decidir sobre cada aspecto que tange nossa vida. Assim, nós, como uma juventude revolucionária queremos disputar corações e mentes dos jovens para que com sua energia possam incendiar e abrir caminho para erguer um governo dos trabalhadores, podemos dar uma saída de fundo à toda crise política, social e econômica que vivemos, colocando abaixo toda a miséria da exploração e opressão capitalista.

 
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