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Secretário de Cultura abandona evento de diálogo com coletivos de arte de SP
O evento "Espaços Disputados" trouxe à tona a marginalização e perseguição aos movimentos culturais alternativos
Débora Torres
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No último dia 2, representantes da cena cultural alternativa de SP e coletivos como Abebé, Mamba Negra entre outros, se reuniram com o Prefeito da Noite de Amsterdam, Mirik Milan, numa mesa de discussão sobre a atual situação das iniciativas culturais independentes e alternativas.

Foram levantadas as principais demandas da cultura independente e através da troca de experiências, ficou clara a necessidade da legalização dos eventos promovidos pelos coletivos e movimentos, para que se erradique de vez a criminalização e a perseguição que vivem tais manifestações artísticas e culturais.

Evidente que essa invisibilidade não é de hoje, mas é muito claro também que as políticas adotadas pela gestão Dória tem potencializado ainda mais essa relação com todo o tipo de arte que se reivindica alternativa, anticapitalista ou revolucionaria. E é nas periferias que fica ainda mais claro o objetivo de tirar da população o acesso à arte que possa questionar os padrões burgueses que nosso prefeito tenta nos fazer engolir diariamente. Quando corta programas como VAI e os fomentos, quando retira dos equipamentos públicos oficinas e apresentações ou quando criminaliza os eventos do Techno, funk ou hip-hop retira opções que refletem a realidade e a subjetividade do povo, deixando disponível o que a indústria cultural oferece em suas prateleiras.

E na efervescência do debate, eis que nosso secretário de cultura e fiel escudeiro de Dória, abandona o evento justamente no momento em que seriam colocadas em pauta as questões direcionadas à Secretaria de Cultura. Apesar de os organizadores do “Espaços disputados” afirmarem que a saída antecipada do secretário André Sturm já estava prevista, Sturm se retirou justamente na hora dos questionamentos mais polêmicos da noite.

No entanto, a fuga de Sturm não calou a discussão nem impediu que emergissem as constatações de que nossa prefeitura relega à arte alternativa as piores condições enquanto promove e apoia a indústria cultural e suas reverberações. Como prova, temos o São Paulo Fashion Week que conta com a verba pública de mais de 3 milhões de reais nesta edição enquanto os editais públicos e projetos populares para fomentos ao teatro, dança, circo e projetos como VAI e PIÀ são completamente sucateados. Espaços de coletivos culturais são ameaçados e fechados, como o caso recente de Ermelino Matarazzo, por exemplo.

Veja também: Casa de Cultura de Ermelino Matarazzo intensifica atividades e resiste a fechamento

Ocupação Ermelino Matarazzo começa o ano em luta

E já não é a primeira vez que André Sturm deixa clara sua postura e seu posicionamento. O secretário já esteve envolvido em diversas polêmicas, conforme já relatado aqui no Esquerda Diário.

Cultura é direito de todos e todas e não privilégio. Arte não é mercadoria. Que continuemos em luta para que o povo tenha acesso gratuito a opções culturais para além do que a indústria cultural oferece. Para que as crianças tenham como parte de seu cotidiano acesso à arte de forma livre e orgânica. Que os jovens possam expressar seus pensamentos e sentimentos através das múltiplas linguagens artísticas e que os trabalhadores possam usufruir do mais amplo conteúdo de arte em suas vidas de forma crítica e autônoma.

 
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