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8M - CAMPINAS
Nesse sábado em Campinas as mulheres vão lutar pelos seus direitos e contra o avanço do golpe
Natalia Mantovan
Flávia Telles

Nesse sábado, 03, com concentração às 09h na Estação Cultura, haverá um ato de mulheres que vai ocupar as ruas como parte da luta das mulheres no 08 de março. Veja o que nós do Pão e Rosas defendemos na preparação pro 8M em Campinas.

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Somos parte das mulheres que cotidianamente resistem à opressão machista e à realidade de exploração que o capitalismo nos impõe. Uma realidade que se aprofunda com o golpe institucional de Temer, abrindo um caminho ainda mais conservador e reacionário, não só contra os direitos democráticos mais elementares, como também cerceando nossos corpos, a arte, a nossa identidade e livre construção de gênero e sexualidade.

A reforma trabalhista, do regime intermitente, junto à lei de terceirização irrestrita, significa ainda mais mulheres, negros e LGBT’s submetidos à alta rotatividade e aos baixos salários. Se hoje as mulheres negras já recebem 60% a menos do que os trabalhadores homens e brancos, o que podemos esperar dessa reforma? Mesmo o direito ao aborto, que não foi legalizado em mais de uma década de governo do PT, agora está ameaçado em casos de estupro pelos golpistas, valendo-se do cínico discurso de defesa da vida, ao mesmo tempo em que defendem que mulheres grávidas podem trabalhar em locais insalubres. O compromisso deles não é com nenhuma vida, mas com os lucros capitalistas!

Na cidade de Campinas, os serviços públicos são atacados dia-a-dia por Jonas, e as mulheres são as mais atingidas. Temos um transporte precário e uma das passagens mais caras do país. E enquanto seguem os escândalos de corrupção no hospital Ouro Verde, agora anunciam 1500 demissões de trabalhadores.

Os vereadores riacionários não querem permitir que nas escolas se debata a violência à mulher ou o machismo. Tentaram aprovar no ano passado o projeto Escola sem Partido, que nada mais é do que uma censura aos professores, impedindo discussões dentro das salas de aula. Enquanto as estatísticas de estupros e feminicídios em Campinas e região são altas e crescentes.

O ano de 2018 começou com claros sinais de que o golpe avança sobre nossos direitos elementares, mesmo numa democracia tão degradada. Três juízes condenaram Lula arbitrariamente para atacar o direito da população decidir em quem votar, um judiciário podre que se utiliza de métodos arbitrários contra a população. A intervenção federal no RJ, que deu superpoderes a um general, serve para aprofundar a repressão e violência aos pobres, mas principalmente aumentar o sofrimento de milhares de mulheres negras, que além de sofrer com a repressão ainda perdem seus filhos mortos nas mãos da polícia e do exército. As tropas que estupraram as mulheres no Haiti não vão nos proteger aqui!

Para enfrentar essa realidade, em Campinas e em todo o Brasil, na preparação dos atos do 8 de março, nós do grupo de mulheres Pão e Rosas defendemos nos ligar ao chamado internacional por uma greve de mulheres, e por atos que não sejam festivos.

As mulheres têm que estar a frente do combate às ideias mais conservadoras e reacionárias, como de Bolsonaro e seus seguidores.

Temos que gritar a Temer e ao Exército que “não somos escravas de nenhum senhor”, e que exigimos imediatamente a retirada das tropas do RJ!

Também exigimos que as centrais sindicais, principalmente a CUT e a CTB, mas também as Intersindicais e a CASO Conlutas, assim como as entidades estudantis, como a UNE, organizem um plano de lutas em cada local de trabalho e estudo, para que nós mulheres possamos, estar na linha de frente de lutar pela anulação imediata da reforma trabalhista, e contra todos os avanços do golpe.

Essas foram nossas batalhas em todas as reuniões chamadas pela Marcha Mundial de Mulheres, entidade que é dirigida pelo PT, os mesmos que dirigem uma enorme central sindical como a CUT, e onde também estava o PCdoB que dirige a CTB. Esses setores se recusam a se utilizar da posição que tem para fortalecer a paralisação internacional de mulheres. Desde o impeachment até a condenação de Lula e todas as reformas, a política do PT tem sido a da conciliação e pactuação com a direita, e não a organização dos trabalhadores.

Quando fazemos exigências a construção de paralisações e lutas, esses setores nos respondem que "os trabalhadores não estão querendo lutar", ou que "não é fácil fazer greve", entrando numa clara contradição com o sentimento de descontentamento das massas e até mesmo com setores em greve como os jornalistas da Rac, mas escondendo o papel dessas direções em organizar as discussões, as assembleias e um plano de lutas.

Também foram nossas batalhas nas reuniões chamada por setores da esquerda, como o grupo Primeiro de Maio, ligado ao mandato da vereadora Mariana Conti, e outras correntes do PSOL como MES, LSR, e outros, que preferiram organizar um ato em separado no dia 08. Achamos correto propor um ato no próprio dia 08, e não no sábado. Mas essa proposta de data não foi acompanhada de um programa que aponte como necessidade se ligar à paralisação internacional exigindo um plano de luta contra os avanços do golpe. Ao contrário, desligaram as discussões nacionais das demandas das mulheres, para assim esconderem que sua posição frente ao cenário nacional é que não houve golpe e que portanto ele não está avançando sobre nossos direitos, além de que confiam mais no judiciário e na polícia do que na organização das mulheres e trabalhadores para dar uma resposta à violência de gênero e aos problemas nacionais.

Nossa defesa é por romper com a passividade petista que durante seus anos de governo só fez abrir espaço para os golpistas, mas como tarefa enfrentar cada ataque do golpe e de seus agentes, como é hoje o judiciário.

Por isso, chamamos todas as mulheres que querem se enfrentar contra o machismo, o feminicídio, a desigualdade salarial, o avanço do golpe e a intervenção no Rio de Janeiro, de forma independente da conciliação petista, a construir conosco um forte bloco no ato do dia 03, nesse sábado.

Defendemos um plano de emergência contra a violência de gênero e os feminicídios e por nosso direito ao aborto legal, seguro e gratuito!

Somos as mais atingidas pelos planos de Temer, do judiciário e da casta política podre, mas também somos as que mais carregamos ódio e, junto a isso, a vontade por construir uma sociedade livre e emancipada, na qual possamos nos livrar das amarras da escravidão do lar, das duplas, triplas jornadas de trabalho, da maternidade compulsória e da miséria de relações que esse sistema nos impõe.

Com a nossa força, junto à classe trabalhadora organizada, podemos derrotar os capitalistas e construir uma sociedade sem opressão e exploração!

Neste sábado, 03/3, às 9h, com concentração na Estação Cultura, vem construir o ato do Dia Internacional das Mulheres com a gente! Logo após faremos um almoço e bate papo pra discutir melhor todas essas questões!

 
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