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GUERRA ÀS DROGAS
Jungmann assume Segurança Pública culpando usuários e limpa a cara de políticos traficantes
Redação

Em discurso de posse do novo ministério da Segurança Pública, Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e idealizador de maior protagonismo repressivo dos militares, demonstrou que seguirá a velha lógica que perpetua a sangrenta “guerra às drogas” contra os pobres e negros nas favelas. Nenhuma palavra sobre os verdadeiros traficantes na política e na polícia.

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Foto: Beto Barata/PR

Dirigindo-se à Temer, protagonista do golpe e de seu avanço com a intervenção no Rio de Janeiro, Jungmann declarou:

"Me impressiona, presidente, por exemplo, no Rio de Janeiro, onde eu vejo durante o dia as pessoas clamarem contra a insegurança, clamarem contra a violência, clamarem contra o crime – e estão corretas – e à noite financiarem esse mesmo crime, através do consumo de drogas".

Um discurso que dialoga com o senso comum de que o problema da existência da criminalidade, em especial do tráfico nas favelas, é do consumo de drogas em si. Esse tem sido o discurso reproduzido por políticos, policiais e pastores, atrelando o problema da violência à uma questão moral. Na realidade, o uso de drogas é anterior a existência desse problema.

A proibição da produção, venda e até mesmo do consumo de drogas é a maior fonte de lucro dos traficantes. Em especial dos maiores, que estão fora das favelas, transportando toneladas em helicópteros enquanto estão seguros e blindados nos seus apartamentos de luxo. Portanto, o discurso de Jungmann demonstra que está pouco preocupado em resolver o problema de fato, mas ampliar a guerra que faz vítimas todos os dias nas favelas de todo o país, em especial no Rio de Janeiro.

Essas vítimas não atoa são os mais pobres e os negros, parte de uma política de Estado e da polícia corrupta de massacrar essa população, cuja história de rebeliões prova serem um perigo para a exploração capitalista. O mais grave do discurso de Jungmann é mirar nos próprios usuários como responsáveis, o que abre margem para maior criminalização e repressão violenta do uso social das drogas. Prova de que a política de Temer para a Segurança Pública se resume a uma carta branca para mais violência policial, mais mortes, espancamentos e invasões dos morros.

A intervenção federal é prova viva disso, pois não apresentou até agora uma justificativa, um plano concreto de que de fato servirá para combater a violência e a criminalidade, mas deu claros sinais de que aumentará a barbárie e repressão das favelas, uma continuidade da violação de direitos democráticos do projeto golpista.

À frente do novo ministério, Raul Jungmann será o novo responsável pela Polícia Federal, pela Polícia Rodoviária Federal e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, além do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e do Conselho Nacional de Segurança – todos esses órgãos eram vinculados ao Ministério da Justiça.

 
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