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CARNAVAL
Rodrigo Maia se irrita com as críticas da Tuiutí contra a nefasta reforma trabalhista
Raimundo Nonato
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Um dia após críticas à Reforma Trabalhista pela Paraíso do Tuiuti na Sapucaí, o presidente da Câmara Federal, o golpista Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que houve “desinformação” por parte da agremiação. As críticas à reforma trabalhista tiveram apelo de massas e foram o assunto mais comentado dentre os desfiles carnavalescos.

Com a reforma trabalhista a jornada de trabalho pode ser estendida agora de 8h para 12h. Essa "inovação" vem junto ao chamado trabalho intermitente, uma novidade importada da reforma trabalhista alemã (os "part-time jobs" ou contratos de "zero-hora" no Reino Unido). Nesse tipo de trabalho o empregado não tem vínculo com a empresa, nem horário certo, mas fica a disposição do patrão 24h por dia e só recebe pelas horas trabalhadas. Um retorno ao século XIX.

Frente a isso, Maia afirma: “Vamos ver em 2018 o Brasil gerando milhões de empregos com a nova lei. É dar tempo ao tempo... A lei às vezes parece que protege não protege. Talvez se a gente tivesse leis mais simples teríamos uma sociedade mais protegida em vários aspectos”, disse Maia, que complementou: “No caso da (reforma) trabalhista tenho certeza que os resultados já estão aparecendo. Nossa expectativa é que a gente possa gerar mais empregos e tenho certeza de que no próximo ano teremos um desfile diferente”.

Mais empregos? Uma mentira descarada. Dados do Caged mostram um saldo negativo de postos de trabalho de 328 mil vagas em dezembro, acumulando 28 mil a menos no ano de 2017. Além disso, depois de rasgar a CLT e o direito dos trabalhadores, Temer tem menor número de operações para erradicar trabalho escravo desde 2004. Como se não bastasse, para saciar a sede de lucro dos ruralistas, exploradores que povoam a Câmara e o Senado, a reforma trabalhista estipulou que o "empregado rural" não precisa necessariamente ser remunerado por salário, legalizando a escravidão no campo.

Ver aqui:

  •  7 pontos da Reforma Trabalhista que tornarão a vida do trabalhador brasileiro um inferno
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    A odiosa reforma trabalhista atinge em especial a vida das mulheres e traz um ataque gravíssimo às grávidas e lactantes: o texto aprovado prevê o afastamento do trabalho para as mulheres grávidas e lactantes apenas em casos de insalubridade máxima, passando a permitir que essas trabalhadoras continuem em locais de insalubridade julgada média ou baixa, colocando em risco as vidas das mulheres e de seus filhos.

    Ver também: Paraíso do Tuiutí fez comentaristas da Globo engasgarem e se calarem em rede nacional

    Outro dos argumentos de Maia é que "os resultados da reforma são bons e ano que vem haverá um desfile diferente". Só se o desfile for feito por capitalistas e magnatas do agronegócio. A patronal já aproveita de uma maneira "humanitária" tratar o trabalhador, oferecendo salários de R$115 por mês, como denunciamos no Esquerda Diário.

    Rapidamente a "inovação" pegou: uma das maiores lojas de varejo do país já busca superexplorar o trabalho intermitente. O valor por hora trabalhada oferecido pela Magazine Luiza é R$4,50, (sem direito a Transporte, Almoço, Férias, 13º).

    Já a rede de franquias Sá Cavalcante (dos restaurantes Bob’s, Spoleto, Balada Mix e Choe’s Oriental Gourmet), que denunciamos no Esquerda Diário, está oferecendo vagas em restaurantes, comuns em shopping, com salário de R$4,45 por hora, com carga mínima de 5 horas de trabalho aos sábados e domingos (dias de maior movimento nos shoppings).

    Todos estes patrões, ínfima minoria da sociedade, montarão um enredo para o próximo Carnaval, baseado no tema das demissões em massa e na redução e precarização generalizada do trabalho.

    A Tuiutí acertou na mosca na crítica e teve apoio de massas, conseguiu ligar um tema profundo no Brasil (a questão negra) a um tema central da luta do movimento operário. É urgente que as centrais sindicais, a CUT e a CTB, parem de rastejar atrás da agenda parlamentar e organizem já uma greve geral em todo o país como resultado desse dia 19/2, parte de um plano de luta para abolir a reforma trabalhista, barrar a reforma da previdência e defender o direito democrático da população de decidir em quem votar.

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