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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Desesperado, Planalto busca apoio na web para a reforma da previdência e tem pedido negado
Jenifer Tristan
Estudante da UFABC
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Nesta última semana o governo ampliou a campanha mentirosa em defesa da reforma da previdência. A reforma tem um alto índice de rejeição e o governo de Temer, que também possui o maior índice de rejeição da história, está adotando várias medidas para tentar convencer a população. Temer tem aparecido em programas de TV, propagandas e agora foi a vez de procurar influenciadores na Internet para tentar melhorar a propaganda de seus ataques contra os direitos.

Os 3 maiores influenciadores da rede LinkedIn Flavia Gamonar (673 mil seguidores), Murillo Leal (255 mil seguidores) e Matheus de Souza (86 mil seguidores) foram procurados pelo próprio planalto para utilizarem suas contas em defesa da reforma da previdência, mas todos recusaram.

Flávia Gamonar fez um post em sua conta dizendo "Há valores que compram carros e viagens incríveis, mas nenhum paga o compromisso com quem você é e o que acredita, com dormir com a consciência tranquila. Porque combater a corrupção começa com cada um de nós."

Nenhum deles quer ser transmissor de ideias que não são em defesa dos trabalhadores e também mostram que o dinheiro não pode comprar tudo, pois o governo quer arrancar dos trabalhadores cada centavo e pra isso estão dispostos a gastar quanto for dos cofres públicos. Sobre isso Matheus de Souza declarou que: "Sei que fechei portas, deixei de ganhar um bom dinheiro, mas tô tranquilo. Ontem dormi numa boa. Não usarei tua grana para falar sobre algo que não domino para uma instituição que não confio."

A reforma não tem seu conteúdo totalmente claro para o conjunto da população, pois mesmo com uma tentativa de campanha todos sabem que esta reforma não busca beneficiar os trabalhadores, além do fato de todos estarem com o pé atrás de qualquer proposta que venha desse governo. Sobre a proposta Murillo Leal disse: "Não estou contando isso para receber aplausos ou honrarias, apenas para que fiquem ligados de como estão usando o nosso dinheiro. Sei de mais gente que teve o mesmo posicionamento aqui. Abram os olhos."

Nossos direitos são moeda de troca e negociatas para o governo

Temer está numa dupla jogada de convencimento: tenta convencer os trabalhadores que a reforma será algo bom para o país, mas ninguém está acreditando, pois sabem que é parte do seu plano de ataques. Ele também precisa dentro do próprio congresso nacional, no período prévio as eleições, conseguir a quantidade de votos necessários para aprovação da reforma da previdência.

O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentou na última quarta (7) um novo texto para reforma na tentativa de ganhar novos adeptos para a aprovação. O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), trabalha com a data limite de 28 de fevereiro para aprovar a proposta, mas na verdade é todo um jogo para desorganizar a luta dos trabalhadores.

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Na nova proposta policias federais, rodoviários, legislativos e civis (os policiais militares e bombeiros ficaram de fora da reforma por serem considerados militares), o objetivo é ganhar votos da bancada da bala, que hoje são cerca de 20 congressistas. Todos os benefícios serão calculados de acordo com o plano de carreira de cada servidor, pois os novos funcionários têm planos de carreira e benefícios diferentes.

Esta já é a 4ª versão do texto da reforma e Arthur Maia afirma que provavelmente não será a última versão, pois mudanças e negociatas ainda serão feitas para garantir a sua aprovação, algumas das mudanças que estão sendo discutidas são:

  •  regra transição para servidores que ingressaram no funcionalismo antes de 2003: pela proposta atual, esses funcionários precisariam cumprir idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens para ter direito à integralidade e paridade.
  •  acúmulo de benefícios até o teto do INSS: pela proposta atual, o acúmulo de aposentadoria e pensão está limitado a 2 salários mínimos (R$ 1,9 mil). A ideia é que suba até o teto do INSS, de R$ 5,6 mil.

    A proposta da reforma da previdência

    Desde de que o primeiro texto foi apresentado já houveram várias mudanças na tentativa de aprovar o texto e passar a proposta.

    A idade mínima para aposentaria fica em 62 anos para mulheres e 65 anos para homens em regime geral de trabalho e servidores. No caso dos policias são 55 anos para as mulheres e homens, já para os professores a idade mínima é 60 anos para homens e mulheres.

    Essas regras passam a valer daqui 20 anos, sendo que daqui até lá a transição será feita incluindo 1 ano a cada 2 anos trabalhados.

    A reforma também altera o tempo mínimo de contribuição, sendo 15 anos para regime geral de contratação e 25 anos para servidores públicos. Sendo assim o valor do benefício se altera de acordo com o seu tempo de contribuição sendo.

    15 anos – 60% do salário
    20 anos – 65% do salário
    25 anos – 70% do salário
    30 anos – 77,5% do salário
    35 anos – 87,5% do salário
    40 anos – 100% do salário

    A proposta buscava fazer uma "economia" de R$ 800 bilhões em 10 anos, mas o atual texto essa "economia" cai para R$ 480 bilhões. Segundo o relator com as novas concessões, a expectativa deve diminuir ainda mais.

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