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Ante as milhares de demissões, a CGT teve que convocar uma marcha, mas evita a greve
Redação

O Conselho Diretivo diagnosticou uma grave situação, mas receitou aspirinas. O 22F se soma à marcha de Caminhoneiros mas também se somam às divisões. A pesquisa do triunvirato, a única que vê um “importante respaldo popular” a Macri.

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A pesar da crise política que abriu o saque aos aposentados em meio às masivas mobilizações, o governo começou o ano golpeando por setores. Depois de roubar o pão da boca dos aposentados e beneficiários da Atribuição Universal, decidiu deixar na rua milhares de famílias. Os empresários seguem seus passos. Desde o noroeste, onde 1500 açucareiros põe em perigo seus postos de trabalho, até o sul, onde já restaram milhares de petroleiros na rua, agora atingindo os mineiros do Rio Turbio. Também no centro do país, desde o hospital Posadas e Inti, até os fabricantes de Fanazul.

Povos inteiros sentem o golpe. Milhares de trabalhadores começam a responder. Não permanecem de braços cruzados. Paralizam, marcham, chegam a tomar minas, fábricas e prefeituras. Mas todavia o fazem isoladamente.
Ante semelhante panorama, a CGT também “decidiu responder”. Primeiro a partir de um documento desde as praias do Mar de Plata. Logo fez uma reunião de Coselho Diretivo em suas oficinas de Azopardo. Mais tarde organizaou uma movimentada conferência de imprensa. Finalmente ali anunciou que, 50 dias depois do início do novo ataque do governo...realizará um ato.

O diagnóstico e a cura

Nesta quarta o Conselho Diretivo da Confederação Geral do Trabalho se reuniu com 27 de seus 35 integrantes. Houve notáveis ausências, entre elas Daer (Sanidad), Cavalieri (Comércio0, Rodriguez (UPCN), Lingieri (Obras Sanitárias) e Martinez (UOCRA). “Gordos” e “independentes”, junto a Clarín e La Nacion, põe um eixo na divisão da central para baixar o preço à marcha de 22. Participaram, em troca, os grêmios que respondem ao moyanismo e ao barrionuevismo.

Schmid foi encarregado de resumir a reunião, acompanhado por Carlos Acuña (Estações) e Sandra Maiorano (Médicos). “É muito evidente a quantidade de demissões no setor estatal, as dificuldades crescentes da economia, a caida do consumo e do poder aquisitivo”. “As paritárias têm que ser livres de qualquer interferência. Além disso criticou “a tendência a deslegitimar a voz dos sindicatos frente a sociedade”, respondendo ás denúncias por corrupção gremial. Em sua defesa deixou um dado revelador. “Esses casos não são a regra entre os 38.000 funcionários que tem os sindicatos confederados.” Um aparato impressionante.
Nesse marco, os integrantes do Conselho presentes haveriam aprobado por unanimidade “o documento do Mar de Plata” e “apoiar os caminhoneiros que vão se mobilizar no dia 22 de fevereiro”.

O “documento do Mar de Plata”, em meio de definições gerais, planteia a revogação da “reforma previdenciária”, retira seu apoio ao projeto de “reforma trabalhista”, exige paritárias livres e sem teto, rechaça o “mega drecreto” e chama “a acompanhar as organizações que se declaram no conflito”, questão que é necessária que a CGT não tem feito em todo esse tempo.

Pela marcha, Pablo Moyano havia se reunido mais cedo com a direção da CTA e havia adiantado que a mesma participaria da marcha, e está em negociação com a Corrente Federal e o “triunvirato piqueteiro” (CTEP, CC, Barrios de Pie)
A pergunta se fez inevitável aos jornalistas. E por que não discutiram uma paralização ante o panorama que descrevem? “Bom...os companheitos decidiram uma manifestação. É tático. Com uma paralização sequer vamos resolver nada mais. Estamos ante um governo que ganhou as eleições, que tem um respaldo popular importante que não podemos desconhecer, então temos que ser prudentes.”

A assombrosa teorio do “governo popular” para seguir justificando a trégua

A crescente resitência de muitos setores de trabalhadores e das pressões judiciais do governo, levaram a CGT a convocar uma medida, ainda que seja limitada e gere divisões em seu interior.

Mas apesar desses “matizes” como chamou Schmid na CGT, é evidente que haja um ponto onde todas as alas do sindicalismo peronista tem acordo. Nenhum ve motivos para unir a classe trabalhadora em uma resposta a altura do ajuste, como seria uma paralização geral com mobilizações em todo o país.

É certo que para muitos não é surpresa essa atitude. O que não deixa de ser assombroso é que o argumento seja “o respaldo popular importante que tem o governo.” A crise política do governo frente a aprovação da “reforma previdenciária” em dezembro é reconhecida pelos próprios e pelos alheios. Por isso teve que retroceder, por hora, com o tratamento da “reforma trabalhista”, o mega decreto, a reforma da previdência portenha e o “reformismo permanente” que havia anunciado após ganhar as eleições.

Alguns dirigentes tentaram “agigantar” o inimigo diante os olhos dos trabalhadores, apenas para justificar sua “prudência”. Mas com esse novo anuncio a CGT não só desconhece a debilidade do governo e a vontade de lutar dos trabalhadores. Também arrisca seu próprio enfraquecimento. Se querem “reiventar a 9 de Julho”, como mostrou nesta quarta nas passagens de Azopardo, não seria uma paralização geral desde a manhã o que permitiria a participação massiva de centenas de milhaes de trabalhadores para dar uma mensagem ao governo?

Os días que vem

Na quinta, 22 de fevereiro, dia que ainda tarda mais de três semana, haverá uma manifestação no centro político do país. Os esforços cegetistas, aos que se somaram agora os da CTA e da Corrente Federal, estarão concentrados na organização do evento. A discussão dos oradores, as consignas, as segurança e os mecanismos pra evitar as vaias.

Enquanto isso, como reconheceu Smith, o conflito seguirá crescendo dia a dia.

A jornada que realizaram os trabalhadores do Hospital Posadas, onde participaram trabalhadores da Cresta Vermelha e outros setores em luta, começou a mostrar um outro caminho. O caminho de fazer ações contundentes para que os trabalhadores ganhem força e se façam notar. O caminho de começar a coordenar os que lutam.

O sindicalismo combativo e de esquerda deve se propor a avançar nessa coordenação ente os conflitos atuais e seguir exigindo uma paralização nacional e um plano de luta, começando pela ATE e pela CTA cujos trabalhadores se encontram por esse dias protagonizando numerosos conflitos. Porque assim o necessitam os trabalhadores demitidos e porque isso permitirá estarem mais fortes para ter uma política independente frente a marcha do dia 22.

Fotos: Enfoque Rojo

 
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