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MASSACRE NAS FAVELAS
Pezão lamenta 134 policiais “mortos igual galinha” e não fala nada sobre mil mortos pela PM
Redação

Pezão, o governador responsável pela fome de servidores públicos no Rio de Janeiro, recebeu moradores da Rocinha e lamentou a morte de 134 PMs, ignorando que mais de 1000 pessoas foram mortas por essa mesma polícia em 2017.

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Pezão, o governador responsável pela fome de servidores públicos no Rio de Janeiro, recebeu moradores da Rocinha em um encontro no Palácio da Guanabara, onde foi debatido o crescimento do conflito entre o tráfico de drogas e a polícia militar na comunidade.

Na reunião, Pezão pediu ajuda aos membros da comunidade, dizendo que "se mata polícia aqui como galinha", devido às 134 mortes de PMs registradas no ano de 2017. Entretanto, nesse mesmo ano, os mortos pela polícia no estado do RJ passaram de 1000, como a própria mídia burguesa foi obrigada a registrar. Destes, cerca de 90% são negros, como a mesma mídia burguesa foi obrigada a assumir.

A diferença de números não ocorreu à mente perniciosa e malignamente capitalista de Pezão. Para ele, a ilustração mais óbvia da crise de segurança no RJ é representar a morte de PMs, que representa apenas 0,2% de todos os que morreram no conflito. Quando chegamos a números de guerra civil dessa maneira, mas quase todos os mortos são apenas de um lado do conflito, a verdade é que estamos falando de um genocídio, de uma operação milimetricamente calculada de repressão e controle social de uma das parcelas mais explosivas da classe operária, que são as massas negras.

Ao final da reunião, Pezão pediu "uma luz". Alegou que não sabia o que fazer com o problema do tráfico de drogas. Simples. Legaliza. Mas aí mora outro problema. Além de perder essa poderosa máscara para o genocídio contra o povo negro, sem a ilegalidade do consumo, gente como o próprio Pezão para de fazer dinheiro sujo no trabalho escravo nos campos de produção de drogas ilícitas, no cruzamento ilegal da mercadoria nas fronteiras. Afinal, ao mesmo tempo que o tráfico de drogas é essa grande encenação da "guerra ao crime", ela é também um dos principais alimentos da economia mundial em crise.

O dinheiro que surge do tráfico de drogas é altamente especulativo, e por isso gera altos lucros e se move com muita velocidade, alimentando desde misteriosas mansões de luxo a importantes campanhas eleitorais. Os negócios do narcotráfico movimentam cerca de 1,5% do PIB mundial, ocupando o terceiro maior mercado mundial, logo após o tráfico de pessoas e de armas, todos eles mercados ilegais. Tanto dinheiro assim não é invisível para nenhum governador, presidente ou qualquer importante cargo público, e não ultrapassa fronteiras sem que seja legitimado pelos mais poderosos do mercado financeiro.

Poderíamos pensar então: este governador tem algum problema com lógica. Quer acabar com o problema das drogas proibindo mais ainda; quer olhar para o problema da violência falando de 134 e fingindo que os mais de 1000 não existem. Mas o problema dele não é de lógica. É de classe.

 
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