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JBS E CORRUPÇÃO
Mesmo sem Lulinha, JBS aparece na Lava Jato
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As histórias sobre filho de Lula ser dono da empresa são falsas, mas a participação em esquema de corrupção ainda está sendo investigada e as denúncias sobre desrespeito às leis trabalhistas continuam.

O que aconteceu?

A JBS-Friboi, maior processadora de carne bovina no mundo, foi citada na Operação Lava Jato, que desde março de 2014 investiga pagamento de propina por parte de grandes empreiteiras que obtinham vantagens em processos de licitação para grandes obras da Petrobras. O esquema envolvia grandes empresários e políticos corruptos. Não se sabe ao certo qual seria a participação da JBS, mas o fato é que a empresa da família Batista apareceu duas vezes nas investigações, a primeira em dezembro de 2014 e a segunda em abril de 2015, nos dois casos por repasse de dinheiro para empresas de fachada de doleiros envolvidos na Lava Jato, R$ 800 mil na primeira vez e R$ 200 mil na segunda. Segundo o juiz federal Sérgio Moro, é necessário aprofundar as investigações, ‘não sendo possível afirmar por ora que (os pagamentos) eram destituídos de causa lícita’.

Lulinha e BNDES

Enquanto avançavam as investigações sobre os repasses milionários do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), controlado pelo governo, com a quebra de sigilo bancário dos contratos desse banco com a JBS, a estratégia dos Batista foi contratar a empresa 4Buzz para desenvolver a “contrapropaganda” às histórias de que a JBS seria propriedade de filho do ex-presidente Lula. O enorme desgaste do PT ligado aos casos de corrupção e uma profunda insatisfação popular com tudo o que vem do regime político, atrelado direto à marca JBS, começou a afetar a imagem da empresa. Segundo uma pesquisa feita pela 4Buzz no final do ano passado, cerca de 70% das menções negativas à JBS na internet citavam o filho de Lula. O caso também já rendeu processos movidos pelo ex-presidente e por seu filho contra pessoas que reproduziram a versão.

O que os irmãos Batista não podem apagar da sua história é que, como vemos nas palavras da revista Isto é Dinheiro, “O que surpreende, na história da JBS, é a velocidade exponencial de crescimento. Em apenas quatro anos, entre 2006 e 2009, o grupo terá crescido inacreditáveis 1.900%.”. Nesse período a JBS fez aquisições importantes, como a compra da norteamericana Swift, em 2007, viabilizada por um investimento de R$ 1,1 bilhão do BNDES, criando mais uma “multinacional brasileira”. Atualmente o BNDES Participações, braço do banco para investimentos, é dono de 23,19% das ações da JBS, enquanto a Caixa Econômica Federal detém 10,07%. Segundo o site infomoney.com.br, “O BNDES aprovou R$ 6 bilhões em ações e R$ 2,4 bilhões em empréstimos em uma década.” Ou seja, com ou sem 4Buzz, foi em pleno mandato presidencial de Lula que, com a ajuda de um banco do governo, a JBS emergiu como gigante nacional.

Propaganda e realidade

Enquanto o envolvimento no esquema de corrupção ainda está sendo investigado, outras verdades sobre essa empresa já são conhecidas. O descaso com a saúde e segurança dos trabalhadores de tão banalizado chegou ao ponto de virar “contrapropaganda” em grandes mídias, como a Rede Globo News, que produziu o documentário Carne e Osso, e o jornal El País, que divulgou dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação, segundo os quais em quatro anos a empresa deixou mais de 7 mil trabalhadores doentes ou incapacitados para o trabalho, chegando à média de 5 acidentes por dia. Quem também reforçou as denúncias à JBS foi a ex-cipeira Andreia Pires, em recente entrevista ao Esquerda Diário.

Dilma, Fátima e Andreia

O que essas três mulheres tem em comum? Pois é, no mesmo ano em que a JBS apareceu nas investigações da Lava Jato pela primeira vez, em 2014, repassou R$ 69,2 milhões para a reeleição de Dilma Rousseff; contratou Fátima Bernardes com cachê de R$ 5 milhões por mês e anunciou a cobrança das refeições de seus funcionários na unidade de Osasco, gerando o movimento de questionamento que culminou com a demissão por justa causa de Andreia Pires, liderança do movimento. O fato dessa empresa demitir sem direitos uma trabalhadora que defendia uma causa tão legítima quanto o questionamento de cobrança de refeições na maior processadora de carnes do mundo, logo após repassar R$ 325 milhões para campanhas de políticos e investir outros R$ 189 milhões em propagandas, fala bastante da empresa, não surpreendendo a ninguém caso se comprove sua participação em esquemas de corrupção.

 
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