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METRÔ-SP
Metroviários votam greve dia 18 contra a privatização, a terceirização e o aumento da tarifa
Marília Rocha
diretora de base do Sindicato dos Metroviários de SP e parte do grupo de mulheres Pão e Rosas

Em assembleia na última terça (09), os trabalhadores do Metrô de São Paulo decidiram por uma greve de 24h no dia 18 de janeiro, como forma de protesto contra a privatização, a terceirização e o aumento da tarifa. Os trabalhadores farão nova assembleia para organizar a greve dia 17.

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Após diversos adiamentos por problemas no edital, o leilão para privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro está marcado para dia 19/01, dia em que os metroviários marcaram também um ato na Bolsa de Valores, às 14h. Essa privatização está a serviço do lucro dos empresários dos transportes, os mesmos empresários corruptos que financiam as campanhas eleitorais, enquanto o governo não investe na melhoria e expansão do transporte público para a população. A categoria denuncia ainda que o edital de privatização é um processo completamente viciado, no qual pelos critérios necessários para participar do leilão já se sabe qual empresa seria a única a se encaixar. Frente a isso, o Sindicato dos metroviários está organizando uma coletiva de imprensa para anunciar o “ganhador” do leilão, para denunciar como o processo é de cartas marcadas. A entrevista coletiva será dia 11/01, às 11h, na sede do sindicato.

Simultaneamente, o Metrô está realizando um processo de terceirização das bilheterias, que vem a serviço de enfraquecer a categoria para abrir caminho para a privatização. Os trabalhadores terceirizados das bilheterias ganham em média um terço do salário de um metroviário efetivo. Como se não bastasse, o Metrô vem realizando diversas transferências e remanejamento de funcionários de forma totalmente arbitrária, buscando “adequar” o quadro ao processo de terceirização e privatização. Todos esse processo também vem de acordo com os desmando das políticas do governo golpista de Temer, com suas reformas trabalhista e da previdência.

Enquanto entregam o patrimônio público para empresas corruptas, os trabalhadores dos transportes e a população é que pagam o pato. O recente aumento de tarifa para absurdos 4 reais não vem acompanhado de investimento em transporte público de qualidade, muito pelo contrário. Dória e Alckmin querem vender aos metroviários que o aumento é bom porque “facilita o troco”. Para “facilitar o troco” não é necessário aumentar, poderiam muito bem reduzir as tarifas, o que além de “facilitar o troco” também tornaria o transporte mais acessível para a população. Os governos ainda justificam o aumento dizendo que precisam de dinheiro para pagar o salário dos metroviários. Isso é mais uma enganação, pois o metrô, ao contrário de aumentar os salários, vem demitindo, terceirizando, retirando direitos e contratando funcionários com salários rebaixados.

Unificação das lutas

Eles não querem mais dinheiro para investir no transporte nem para aumentar os salários dos trabalhadores, eles querem mais dinheiro para aumentar os subsídios para os capitalistas dos transportes (como o grupo ViaQuatro que recebe do metrô subsídios para garantir sua margem de lucro) e para entregar para as empresas terceirizadas (que repassam na forma de salário para o trabalhador apenas um terço do que o metrô lhe paga por funcionário). Por isso nós do Movimento Nossa Classe Metrô achamos que não podemos cair nesse discurso que o governo faz para tentar jogar os metroviários contra a população e a população contra os metroviários.

O Sindicato dos Metroviários está chamando uma reunião do Fórum em Defesa do Metrô Público e Estatal, com participação das Centrais sindicais e Movimentos Populares, dia 11/01, às 14h, na sede do sindicato. Nós levamos para a assembleia a proposta de chamar nessa reunião um ato unificado dia 19/01 contra a privatização dos transportes, contra a terceirização das bilheterias e contra o aumento da tarifa, unificando as pautas da população com os metroviários. Não podemos correr o risco de acontecerem atos separados nesse dia, pois isso enfraqueceria nossas forças, quando nosso inimigo é o mesmo: o governo do estado e as empresas corruptas, que querem aumentar seus lucros e atacar os direitos da população e dos trabalhadores. Temos que unificar nossas lutas por um transporte público, estatal, de qualidade, com tarifa reduzida e controle dos trabalhadores e da população.

Chega de blefe! Construir a greve na base!

Nos últimos meses os metroviários marcaram algumas greves que acabaram não se realizando. A burocracia sindical da CUT e CTB dentro do sindicato já deixou claro sua estratégia de seguir fazendo golpes de efeito para fins eleitorais e ameaças para pressionar a empresa e o governo, mas não construir um plano de lutas e as greves na base. Além disso, foram coniventes com as traições das centrais como Força sindical, UGT e Cia, que em nos dias nacionais de paralisação no segundo semestre do ano passado suspenderam as greves e recuaram para poder negociar com o governo federal seus próprios interesses.

Por isso nós do MNC Metrô defendemos também na assembleia que não podemos mais fazer ameaças e golpes de efeito, temos que construir a greve na base e colocar para a categoria e para a população que a greve e a unificação das lutas é a única forma de vencermos a luta contra a privatização, o aumento da tarifa e todos os ataques.

Veja abaixo o vídeo da fala de Felipe Guarnieri, que denunciou o papel da burocracia, defendeu a unificação das lutas na assembleia e também uma política para mobilizar os trabalhadores desde a base para construir uma greve efetiva no dia 18/01:

 
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