A greve dos rodoviários na Grande Vitória começou à 0h01 desta terça-feira (26). A Justiça havia proibido a paralisação antes do Natal, mas decidiu que ela poderia acontecer a partir desta terça, desde que fosse cumprido o mínimo de 70% da frota em horário de pico e 50%, no resto do dia. Mas sabemos que o funcionamento normal do transporte público nas atuais condições, mesmo nos dias comuns em que nenhum processo de greve está em curso, raramente consegue ter 100% de sua frota em atividade, devido ao sucateamento constante que esse serviço vem sofrendo e às péssimas condições de trabalho que os trabalhadores rodoviários enfrentam em seu dia a dia.
Mais de 600 mil pessoas dependem diariamente do transporte público na região metropolitana, por isso, é muito importante que o transporte público esteja em condições para os passageiros e que as condições de trabalho para esses trabalhadores rodoviários sejam dignas.
A categoria está lutando por reajuste de salário entre 7% e 10%. Foi feita uma proposta de reajuste de apenas 2%, em uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho.
A GVbus, Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória, está do lado do lucro dos patrões, e diz que o pedido de reajuste é “absurdo e acima da inflação”. Além disso, defende que as empresas não teriam condições de arcar com o reajuste.
Esse sindicato, totalmente alinhado com os enteresses patronais, anunciou que iria entrar com pedido pela ilegalidade da greve junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), nesta quarta-feira (27). A alegação é de que representantes do Sindirodoviários, o sindicato dos trabalhadores rodoviários, “tentaram barrar a saída do quantitativo legal da frota” nas garagens, o que descumpriria a determinação da Justiça.
O Sindirodoviários alega que a informação é “maldosa e não procede”. O presidente do Sindirodoviários, Edson Bastos, disse ainda que a Justiça pode verificar que tudo está sendo cumprido conforme a decisão: "Está tudo certo, estamos tranquilos. A greve era para ter começado às 0h e nós ainda deixamos para dar início só por volta das 5h. Podem entrar na Justiça", falou Bastos.
Precisamos de um transporte público, de qualidade e acessível a todos. É necessária a mobilização para barrar a privatização, que transforma o transporte em mercadoria a serviço da geração de lucro para os patrões, sucateando a vida dos trabalhadores rodoviários e da população que depende do serviço. Somente um transporte sob controle dos trabalhadores e usuários poderá garantir um transporte digno e seguindo os interesses daqueles que conhecem o trabalho e as necessidades dele.
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