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MACHISMO
Barbárie machista: Simone foi assassinada a facadas pelo ex
Tatiane Lopes

Simone teria implorado pela vida enquanto era atacada a facadas pelo ex-marido, que a assassinou na frente das filhas dentro de casa, alegando uma "crise de ciúmes".

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Simone foi morta a facadas pelo ex-marido em Osasco (SP). (Foto: Arquivo Pessoal)

O machismo fez mais uma vítima. Simone Batista Rodrigues, de 31 anos, foi assassinada pelo ex-marido depois de receber 36 facadas na frente das filhas.

Simone era operadora de telemarketing, morava em Osasco com as filhas. Foi atacada pelo ex-marido em casa, tentou fugir, lutou, implorou pela vida, mas não conseguiu escapar do ódio machista que dilacerara mulheres cotidianamente. O feminicídio, assassinato de mulheres, é o último elo de uma cadeia de violência contra as mulheres que existe fruto de uma sociedade de classes onde a mulher ainda é tida como propriedade do homem. Simone foi mais uma vítima e lutamos para que seja a última.

Os exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) apontaram a quantidade de facadas que atingiram a vítima. Os golpes acertaram as mãos, enquanto Simone tentava se proteger, o ombro, o toráx, o rosto e uma das orelhas. O corpo dela foi encontrado dentro do banheiro de casa com a arma do crime, uma espécie de peixeira, cravada no pescoço. Uma brutalidade que machuca só de imaginar.

Segundo informações obtidas da mídia, o suspeito não ofereceu resistência e confessou o crime assim que foi preso, depois de tentar fugir para o litoral de SP. Ele também contou aos policiais, em Mongaguá, que as filhas do casal, de 6 e 12 anos, estavam em casa no momento do crime.

A justificativa da agressão, como de costume foi "um ataque de ciúmes", já que ele teria descoberto um novo relacionamento da ex-mulher.

Esse tipo de crime bárbaro não é uma exceção, infelizmente, justamente porque é fruto de uma sociedade fundado no machismo. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em outubro de 2017, estima-se que em 2016 uma mulher foi assassinada à cada duas horas, totalizando 4.657 mortes.

Há pesquisas também que apontam que três em cada cinco mulheres já sofreram violência doméstica. As denúncias feitas através do número 180, central de atendimento específica para receber denúncias de violência de gênero, giram em torno de uma a cada 7 minutos. Além disso, cerca de 50% das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares, sendo 33,2% por parceiros ou ex-parceiros.

Essa epidemia social é legitimada pelo Estado que não protege as mulheres, pela Igreja e polícia que condena a vítima, pelo moralismo de uma direita reacionária disseminado para manter as mulheres presas como objetos que tem dono. Por essas e outras, essas instituições também são responsáveis por essa barbárie.

É urgente um Plano Nacional de Emergência contra a violência às mulheres. A resistência das mulheres que vem se levantando nos últimos anos contra não pode ser desperdiçada numa luta que gera esperanças nesse Estado, para combater o machismo que mata temos que nos organizar pra combater as estruturas dessa sociedade de classes.

Simone, presente!
Nossa luta vive. Não permitiremos nenhuma a menos.

 
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