A pesquisa foi realizada em 12 regiões metropolitanas e 1,6 mil pessoas foram entrevistadas. Os dados foram divulgados no momento em que a bancada conservadora tenta, com a PEC 181, retirar mais uma vez o direito ao aborto em qualquer caso.
No Brasil, hoje, é permitido interromper a gestação em casos de estupro, risco de morte para mãe ou anencefalia. Porém os dados demonstram que o direito deveria ser ampliado. O ministério da saúde revela que uma a cada quatro mulheres que chegam ao hospital com complicações causadas por abortos clandestinos morrem.
Cerca de 700 mil mulheres abortam por ano, apenas no Brasil.
A pesquisa mostrou que quase metade dos brasileiros (45%) conhecem alguém que fez um aborto. Porém, apenas 26% se dizem a favor da legalização. Isso se explica pela falta de informação e a pressão que as igrejas e setores conservadores fazem, a bancada evangélica é uma forte pressão conservadora para que não se avance nos direitos.
A pesquisa mostra ainda que metade das pessoas acham que mulheres que cometeram aborto deveriam ser presas, porém, quando questionados sobre o que fariam caso fossem pessoas próximas, apenas 7% afirmam que chamariam a polícia. A médica Ana Teresa Derraik diz que as pesquisas mostram uma falta de traquejo da sociedade e o quanto é difícil verem o real impacto da questão.
Os números de abortos ilegais são altíssimos e vão continuar aumentando na proporção que medidas reacionárias, como a PEC 181, vão avançando. A realidade brasileira hoje apresenta níveis altos de mulheres mortas em clínicas de abortos clandestinos, a maioria negras e pobres.
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