Desde que teve início, em 2 de janeiro deste ano, a operação “Cidade Linda” já apresentou uma série de problemas. A equipe do prefeito Dória surgia em um dia para fazer o trabalho de limpeza, mas não voltava para fazer a manutenção da área. Como é de se imaginar, em pouco tempo o mato volta a crescer e o lixo a se acumular.
As ações iniciais da operação eram marcadas pelo apelo midiático. Dória, vestido de gari, comparecia em diversos locais para “mostrar trabalho” e culpava a gestão anterior, de Fernando Haddad (PT), de não atender a demanda. No entanto, desde o primeiro semestre a mídia já divulgava denúncias que demostravam que a atual gestão de Dória não estava realizando o atendimento e manutenção devidos.
De acordo com matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, Dória priorizou mais o centro expandido que a periferia. Somente 23% dos atendimentos foram na periferia em oposição às áreas nobres do centro expandido, ou seja as áreas mais “midiáticas” em detrimento dos locais onde a maioria da população se concentra. Mesmo nas áreas “nobres” como na região da avenida Nove de Julho, local de futuras obras do metro e diversos pontos de ônibus, tapumes e sujeira passam a impressão de abandono. “Foi só ilusão”, concluiu uma moradora do bairro de São Mateus.
Além disso, desde maio, houve redução do quadro funcional em pelo menos 11 das 33 subprefeituras. O trabalho é feito por empresas terceirizadas. Ou seja, além de contratos precários de trabalho via empresas terceirizadas que só visam lucro à custa de maior exploração do trabalhador, a redução do quadro funcional segue a lógica capitalista: mais sobrecarga de trabalho e menores salários.
A cidade linda de Dória não passa de uma jogada de marketing. Trabalho precário e abandono tem sido a marca registrada dessa gestão.
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