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GOVERNO TEMER
PIB é menor que expectativa do mercado mas Meirelles tenta dourar a pílula
Redação
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,1% em relação ao último trimestre. Embora considerado estável, o aumento é inferior à média da expectativa do mercado, que era de 0,2% a 0,3%, chegando até a 0,4% por parte do otimista Goldman Sachs. Analistas alegam que o resultado abaixo do esperado seria uma distorção causada pela revisão do primeiro e do segundo trimestre de 2017, que aumentaram de 1% para 1,3% e 0,2% para 0,7%, respectivamente.

Em relação ao terceiro trimestre de 2016, o crescimento do PIB registrado foi de 1,4%, sendo 0,6% o acumulado entre janeiro e setembro de 2017. Na comparação entre o segundo e o terceiro semestre deste ano, a indústria cresceu 0,8%, e os serviços, 0,6%, enquanto a agropecuária caiu 3%. Já na comparação anual, o crescimento da indústria foi de 0,4%, a despeito de uma queda de 4,7% na construção civil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, a taxa de desocupação também continua superior a 12%, apesar da dita “estabilização”.

A taxa está em dois dígitos desde fevereiro, quando aumentou de 9,5%, em janeiro, para 10,2%. Em 2018, a desocupação só poderia cair para menos de 10% se o PIB brasileiro crescesse 7%, ou seja, cinco vezes mais que nos últimos 12 meses, segundo estudo da consultora Schwartsman e Associados. “Se o Brasil crescer só razoavelmente, na casa dos 3%, o desemprego só voltará a um dígito em 2020”, disse à Agência Estado o diretor da consultora, Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central entre 2003 e 2006.

Já o ministro Henrique Meireles, entrevistado pelo Exame, afirmou que esta taxa “razoável” de crescimento só será possível se a reforma da previdência for aprovada e se não houverem “radicalismos”. Em seu Twitter, o ministro da fazenda alegou que as razões da queda do setor agropecuário seriam sazonais e que, desconsiderando este setor, o crescimento do PIB entre julho e setembro foi de “forte” 1,1%. Outro tweet refere-se ao crescimento de 1,6% do crescimento dos investimentos, a primeira alta após 15 semestres consecutivos. Todavia, a taxa de investimento calculada pelo IBGE foi menor que no mesmo período do ano passado.

Na mesma entrevista, Meireles reafirmou que a suposta “recuperação” é rápida, mas parte de um patamar muito baixo, e que o problema seria o “feel good factor” (fator de bem-estar), isto é, a culpa dos resultados inferiores à expectativa do mercado seria da população que ainda não sentiu a suposta melhora da economia. Disse ainda que o natal de 2017 será o melhor natal dos últimos anos. Para quem? Para os capitalistas que podem ganhar de presente a reforma da previdência? Ou para as sete empresas capitalistas, como Mundial, Centerbox e Tel Telemática, que já estão superexplorando os trabalhadores com a reforma trabalhista? Seria talvez para os mais de 12 milhões de brasileiros que continuam desempregados?

Ao final da entrevista, o redator-chefe do Exame incentivou o ministro a se candidatar à presidência da República em 2018, ao que Meireles respondeu evasivamente. Conscientes dos altos índices de rejeição e das incertezas em torno das candidaturas de Bolsonaro, Dória e Lula, uma parte da classe capitalista capitalistas cogita uma alternativa “tecnocrática”, mais capaz de unificar as suas distintas alas, frações e setores de classe.

Fonte da Foto: O Globo

 
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