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HONDURAS
Honduras: a oposição denuncia fraude e as Forças Armadas reprimem os protestos
María Rosas

Depois de que o sistema do Tribunal Supremo Eleitoral caiu na recontagem de votos para as eleições, veio o “relançamento” de Juan Orlando Hernández. Salvador Nasralla do partido de oposição declara não reconhecer os resultados, enquanto a tensão nas ruas se respira com forte repressão das forças militares.

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O candidato presidencial do Partido Nacional, Juan Orlando Hernández (JOH), “ampliou sua vantagem” sobre o candidato do Partido Aliança de Oposição, Salvador Nasralla, nos resultados oficiais oferecidos pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) na madrugada dessa quinta-feira. Segundo as cifras do TSE, Hernández obteve 1.242.502 de votos diante dos 1.219.825 de Nasralla, o que significa uma diferença de 22.677 de votos.

As cifras contrastam com as de quarta-feira, em que até as 17 horas, a diferença do candidato nacionalista era de 2.911 votos. Na quinta-feira a diferença era de 21.859 e uma hora depois já era de 22.031 votos.

Os últimos dois dias foram de forte tensão política, marcada pelo rechaço desse resultado e da atuação do TSE pelas irregularidades e denúncias da população.

Enquanto isso, o líder nacionalista, Lisandro Rosales, ressaltou que as comemorações do Partido Nacional “são pacíficas”, entretanto, a repressão para os manifestantes que rechaçam nas ruas a reeleição de JOH não tardou a acontecer; o governo respondeu desde as primeiras manifestações com armas de fogo, gases lacrimogêneos e um forte operativo policial e militar em vários pontos do país.

“Juan Orlando é um homem comprometido com o povo hondurenho, em dar paz, tranquilidade e desenvolvimento econômico, e continuará fazendo isso por mais quatro anos; o povo já decidiu e JOH é o próximo presidente de Honduras”, foram as declarações do direitista Rosales.

Por sua parte, Nasralla realizou durante a quarta-feira uma conferência de imprensa desde a sede principal de seu partido Liberdade e Refundação (Libre), em que foram declaradas as contradições que apresentou o TSE por meio de diferentes atas que foram colocadas à disposição de meios de comunicação nacionais e internacionais e onde afirma que seu partido já conta com mais de 1 milhão 415 mil votos a favor.

Nesse sentido, a tendência de 5% que obteve no domingo anterior era praticamente “irreversível”. Da mesma forma, o presidenciável assegurou que a partir das 15 horas de quarta-feira o sistema do TSE caiu. E a partir dessa hora, começaram a ocorrer irregularidades. “Eu já não confio no Tribunal Eleitoral”, declarou Salvador Nasralla.

Mais militarização para impor a reeleição de JOH

As primeiras convocatórias de mobilização se realizaram na frente do TSE de Honduras. Diante do panorama, diferentes organizações sociais alertaram sobre os perigos que iria trazer consigo a imposição da reeleição de JOH, pela via da repressão e militarização nas principais cidades onde se registram os protestos.

Assim, um grande setor da população se colocou nas ruas. A juventude, campesinos, indígenas e setores populares realizaram bloqueios de rua, queima de objetos e diferentes manifestações em vias públicas, onde o clamor é pelo respeito à vontade popular.

As forças de segurança pública de Honduras reprimiram na madrugada dessa quinta-feira o povo hondurenho que protesta na frente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), diante do que consideram que será um anúncio “fraudulento” nas próximas horas.

É fundamental que diante à imposição do regime hondurenho e de suas instituições, saiam de maneira unitária setores de trabalhadores e dos setores em luta às ruas, não só pela legítima defesa da vontade popular expressa nos comícios, mas também porque pela via da ampla mobilização é possível colocar um freio na militarização, no caminho de conquistar as demandas e reivindicações das mulheres, da juventude e do povo pobre e trabalhador.

No fechamento dessa edição, se espera que o TSE revele em breve o ganhador das eleições presidenciais, nas quais Salvador Nasralla partia como favorito logo após o primeiro anúncio na segunda-feira passada, entretanto o atual presidente Juan Orlando Hernández “subiu” sua porcentagem de votos até alcançar um “empate técnico”.

A nível internacional também se expressa o repúdio dessa medida frente os resultados dos comícios passados. Em países como a Espanha, a comunidade hondurenha se mobilizou e faz um chamado para que se continuem os protestos. Na Guatemala convocaram um plantão na embaixada hondurenha.

 
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