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GRÉCIA
Syriza: o fim da utopia reformista
Paula Bach
Buenos Aires

O diktat imposto a Grécia, a traição de Tsipras e o paradoxo programático. Os absolutistas do contrato, o FMI, Estados Unidos e Syriza. Krugman, a plataforma de esquerda, o euro drama e o drama do dracma.

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A prepotência alemã, o diktat imposto a Grécia, a traição de Tsipras e seu reconhecimento pela via das ações do paradoxo programático com que assumiu o cargo, trouxe rachas em todas as frentes. Tsipras havia prometido permanecer no euro, pagar a dívida e combater a austeridade. Em um instante, a realidade quebrou a ilusão. Traindo o mandato popular, resolveu – com o voto majoritário do parlamento grego – esquecer o assunto da austeridade, abocar-se em pagar a dívida, permanecendo na zona do euro em troca de submeter a Grécia em um verdadeiro pacto colonial. Provavelmente uma nova quimera – na ausência de uma derrota -, ainda que claro, sem promessa e ilusão. Syriza se havia apresentado com a promessa de tranquilizar os trabalhadores e o povo pobre da Grécia, mostrando que “outro capitalismo é possível”. A promessa se diluiu no ar em questão de meses e não é pouca coisa.

Absolutistas de contrato

A probabilidade de permanência da Grécia no euro – ainda com o recente voto favorável do parlamento alemão – é no mínimo duvidosa e no melhor dos casos, adotará tintes crescentemente convulsivos. Um eventual Grexit, por sua parte, colocará uma sucessão de dilemas com derivações incertas. Ambas variantes, na medida em que a primeira é impensável sem uma derrota dos trabalhadores e do povo grego e na medida em que poderia, em última instância, conduzir a segunda, ameaçam pôr em vermelho vivo assuntos tanto de ordem econômica, como geopolítica e política.

Em primeira ordem, a vulnerabilidade grega atua sobre uma economia mundial com alta propensão ao estancamento, baixa inversão de capital, particularmente lento crescimento da produtividade nos países centrais, uma zona do euro assolada pela dívida estatal – como contra cara do resgate dos bancos privados -, baixo crescimento e tendências deflacionárias. China – contra tendência por excelência da crise iniciada em 2008 - está mostrando um crescimento debilitado , fortes tensões financeiras e ameaça converter-se em ser um novo foco de instabilidade mundial e/ou em um rigoroso competidor pelos espaços internacionais de acumulação.

Estados Unidos – que ostenta a melhor situação de todos os países avançados – se enfrenta com a contradição de manter um crescimento sustentando uma bolha de imprevisíveis consequências ou arriscar-se a elevar as taxas de juros com muitos esperados efeitos contrativos sobre a economia. Ao mesmo tempo, estas taxas de juros historicamente baixas torna impossível em caso de desastre, a América do Norte pode voltar abrir mão do mesmo recurso. É um dos motivos pelos quais o FED poderia tentar um aumento ainda pondo em risco a fortaleza relativa da economia norte americana.

Geopoliticamente, a Grécia é um ponto nevrálgico. As costa da Líbia, não só é porta de entrada da Europa do conflito ardente do Oriente Médio, mas um eventual saída da Grécia da Eurozona poderia impulsiona-la finalmente fora da União Europeia e não está descartado que da OTAN, jogando-a aos braços da Rússia e, ocasionalmente, da China.

 
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