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Capitalismo e escravidão
Mais de 40 milhões de pessoas sofrem em escravidão moderna sob o capitalismo
Alexandre Azhar

Enquanto o capitalismo propagandeia liberdade, este subsiste de explorar a força de trabalho no mundo até níveis análogos à escravidão, principalmente em suas semicolonias.

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Em um estudo conjunto, realizado em 2016, a Organização Mundial do Trabalho (OIT), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o grupo de defesa dos direitos humanos Walk free Foundation denunciam como a condição de escravidão pode afetar mais de 40 milhões de pessoas mundo afora, sendo, destes, um quarto de crianças, e por volta de 71% mulheres e meninas.

Pelo encontrado no estudo, destes, 25 milhões de pessoas, estão exploradas como mão de obra escrava.

As práticas vistas em um recente vídeo, onde imigrantes eram vendidos como escravos na Líbia, estão longe de ser fora do comum, especialmente em nações semicoloniais, onde o uso de mão de obra barata e extremamente precarizada para a fabricação de bens de consumo leva milhões a condições de trabalho que só podem ser definidas como escravas.

Como

Dos 25 milhões em trabalho forçado, 16 milhões estavam no setor privado — especialmente em trabalho doméstico, construção e agricultura. O estudo também ressalta a manufatora, setor no qual, através de fabricas terceirizadas, especialmente em países do sudeste asiático, frutos da escravidão fazem seu caminho em direção às cadeias de consumo normal.

A forma como a mão de obra escrava é adquirida também é evidente do Modus Operandi do capitalismo moderno: de acordo com o estudo, metade de todos os escravos do setor privado são prisioneiros de dívida.

Onde

A maioria dos casos (aproximadamente 62%) ocorre na Ásia, grande centro de produção do capitalismo moderno, onde a maioria sofre com regimes de trabalho forçado, produzindo bens de consumo para o resto do mundo.

A exploração sexual, no continente asiático e no resto do mundo, representa igualmente um número espantosamente alto dos casos (pelo menos cinco milhões no mundo) evidenciando como o capitalismo, sem qualquer escrúpulo para com a vida das mulheres e crianças, lucra em cima da cultura machista de objetificação e comercialização dos corpos das mulheres. Mulheres e meninas representam 99% dos casos de exploração sexual, segundo o estudo.

Enquanto a Ásia capitaneia o mundo na exploração comercial, os casamentos forçados (considerados também pelo estudo como forma de escravidão moderna) vitimizam em torno de 15 milhões de pessoas (84% mulheres) no mundo, com seu maior foco na África, fruto do machismo institucional e cultural.

Já no Brasil, país onde o governo recentemente abriu as portas do país ao trabalho escravo, um ranking da Verisk Maplecroft, uma consultoria britânica de estratégia e risco corporativo, posiciona o país na 33ª pior posição, de 198 países, quanto ao risco de cadeias produtivas usarem trabalho escravo. De acordo com a pesquisa, caminha-se para o chamado "risco extremo", de que qualquer dada cadeia de produção no Brasil faça uso de mão de obra escrava, em outras palavras, trabalhadores superexplorados.

É valido mencionar que, pelo referido índice, os países em maior risco são aqueles que recebem grande número de imigrantes, que são, como já visto no caso Líbio, entre outros, vitimados por capitalistas que se aproveitam dos mais vulneráveis para explorar ainda mais o trabalho, aumentando seus lucros.

Longe de ser estranho à superexploração ao ponto de escravidão, o sistema capitalista depende desta para sobreviver. Só se verá crescer o número de pessoas submetidas à mais cruel e desumana exploração, conforme os capitalistas se esforçam para aumentar, cada vez mais, seu controle sobre o mundo e a força de trabalho, e ampliar as condições para explorar desenfreadamente os trabalhadores em busca de mais-valia. No Brasil, como no resto do mundo, o Capital degrada a vida de milhões em benefício de uns poucos poderosos, donos dos meios de produção. Não se pode permitir que os mais pobres e indefesos do mundo sofram nas mãos dos senhores de escravos modernos, donos de fábricas, fazendas, e redes de prostituição.

Leia o estudo na integra aqui (em inglês).

 
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